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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

31 de Janeiro de 1891

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Há 125 anos, no Porto, com a banda da Guarda Fiscal à frente, sargentos e soldados republicanos, a que se juntaram três oficiais, avançaram ao som de «A Portuguesa» e assaltaram o antigo edifício da Câmara do Porto. Foi da varanda desse edifício que, perante o entusiasmo da população,  se ouviu o discurso de um dos lideres civis da revolta, Alves da Veiga, a proclamar a República. É essa data heroica de uma revolução sufocada que hoje, neste mural, se evoca com a imagem que a documenta. Passariam quase duas décadas para que os vassalos se tornassem cidadãos. Viva a República! 

Síria e o engonhanço de Genebra…

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A conferência de Genebra promovida pela ONU (Genebra III) sobre a guerra na Síria é, em princípio, um importante meeting que se debruçará à volta da complexa situação do Médio Oriente. Este encontro decorre na sequência da resolução nº. 2254 do Conselho de Segurança da ONU, de 18 de Dezembro 2015 link , e atribui ao “Grupo Internacional de Apoio à Síria” importantes responsabilidades na ajuda humanitária às populações civis atingidas pela guerra civil em curso e, ainda, na procura de uma resolução política para o arrastado conflito bélico. É uma tarefa difícil senão mesmo impossível. A guerra civil síria nasce em (Março) 2011, na senda das chamadas ‘Primaveras Árabes’ e, passados 5 anos, tornou-se numa autêntica balbúrdia, onde ninguém se entende e começa a ser impossível definir onde os problemas começam e acabam. De uma questão interna entre apoiantes de Bashar al-Assad e opositores, inicialmente congregados à volta do ‘Exército Livre Sírio’, o actual conflito contaminou

Notas Soltas - janeiro de 2016

Notas soltas – janeiro/2016 Acordo Ortográfico – O Governo brasileiro declarou a implantação "bem sucedida" e disse que "não existe motivo para novo adiamento", entrando em vigor a 1 de janeiro. A partir de agora é oficialmente obrigatório para 215 milhões de pessoas. Turquia – Erdogan, muçulmano que os EUA e a UE dizem moderado, pretende mudar a Constituição e criar um sistema presidencial. Alega que “a Alemanha de Hitler foi um exemplo de sistema de governo eficiente”. Não espanta a afeição ao modelo. NATO – A escolha de amigos [Salazar foi um deles] não se tem revelado ponderada. A Turquia, o país com mais numerosas Forças Armadas fora dos EUA, não é a fronteira onde a defesa da Europa termina, é onde a invasão começa. Polónia – O governo de extrema-direita, depois de erguer o muro contra os  refugiados, retirou a independência aos tribunais e amordaçou a comunicação social. À semelhança da Hungria, pela via democrática, é o fascismo que regre

Desenho do El País, hoje

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Factos e documentos

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Espero que os leitores consigam ler este interessante documento que parece ter sido retirado do site do Banco de Portugal, bem como a data. Clique na imagem e amplie. A leitura é possível.

Orçamentos, pobrezas atávicas e vilanagens….

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Até aqui eram as reuniões do Eurogrupo e do Conselho Europeu onde a Srª. Merkel punha e dispunha das políticas nacionais a seu belo prazer. Neste momento a chanceler anda muito ocupada com os problemas dos refugiados e terá delegado funções. O esquema é o seguinte: obrigar os governos nacionais a apresentarem à Comissão Europeia um esboço de orçamento o mais rapidamente possível. Uma vez recebido – algumas vezes horas após a sua recepção - começa uma viciosa discussão pública através de conferências de imprensa, sucessivas, onde se martela o ‘carácter irrealista’, o ‘optimismo militante’, o ‘desfasamento da realidade’, a 'necessidade de prosseguir (ad eternum) as reformas estruturais', etc., que serão sistematicamente identificados como erros praticados pelos governos proponentes.  Esta devassa pública compromete as negociações (os orçamentos são sempre documentos resultantes de estudos e negociações) e lança no ar um incontrolado alarmismo. Tudo isto é mau mas ainda h

Cavaco Silva e os vetos

A alegada postura institucional é o mito urbano sobre o inquilino de Belém, que dispõe ainda de 39 dias na desafortunada travessia dos últimos dez anos. Não se esperava de quem fez o mais ressabiado e rancoroso discurso de vitória, na sua segunda eleição presidencial, a grandeza de um homem magnânimo ou a cultura de um político ponderado. Tinha provas dadas ao longo de uma carreira política que os acasos da sorte e as cumplicidades duma direita astuciosa tecem. É ocioso recordar agora, neste pungente ocaso, o passado que o diminui. Basta apontar o presente que o avilta. Quando lhe apontaram a eventual nulidade dos vetos aos diplomas da adoção dos casais do mesmo sexo e aborto, por excederem o prazo constitucional, invocou a tolerância de ponto de 31 de dezembro, regalia que o Governo concedeu aos trabalhadores, e que ele tomou como feriado para o órgão uninominal que representa. O rancor é um traço do carácter, mas é a incoerência a marca nas decisões que tomou. A lei da IVG, que

Um insuportável ruído revanchista...

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O ruído que a Direita está a levantar sobre um esboço de Orçamento de Estado é verdadeiramente incompreensível link . É natural que a Comissão Europeia queira desempenhar o seu ‘papel’. Não terá muita autoridade moral para isso já que tanto a França como a Itália e até a Espanha refutaram – sem consequências, note-se – as ‘correcções’ que Bruxelas pretendia fazer. Bruxelas não gosta de falar em correcções e prefere o termo ‘ajustamentos’. Como se as medidas que quer impor, reverter ou anular fossem claras como a água, i. e., assépticas, inodoras e incolores. Não são de verdade. Os ‘ajustamentos’ que Bruxelas pretende introduzir reflectem a concepção da Direita sobre a via da austeridade para dar sustentabilidade à recuperação económica e financeira.  Significa prosseguir o ritmo de transferências dos contribuintes para as instituições financeiras, deixando as pessoas – à boa maneira ‘liberal’ - entregues a si mesmas. Existem exemplos do fracasso destas receitas o prime

Faltam 40 dias, 9 horas e 49 minutos

Quando [Cavaco] refuta a inconstitucionalidade dos seus vetos, justificando a incúria com a tolerância de ponto que lhe dilataria o prazo legal, invoca o direito à suspensão das obrigações presidenciais reclamando a regalia concedida aos trabalhadores, no dia 31 de dezembro, pelo Governo que não queria.

«Raiva e Orgulho» e «A Força da Razão»*

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Dezassete mil milhões de euros chegam para curvar um governante europeu perante um prócere do fascismo islâmico, mas são insuficientes para humilhar a civilização que nos distingue e calar a raiva perante a submissão aos devotos do beduíno amoral, designado  profeta. A força da razão há de impor-se, com orgulho, na Europa que tolera a burka a quem vem e não exige o respeito pela minissaia nos países de onde vêm. Hossain Rohani, presidente iraniano, chegou a Itália, com o peso dos petrodólares, e fez tapar a Vénus Capilolina, imponente cópia de uma escultura grega tardia derivada de Praxíteles. A sua perfeição e a pudicícia com que, à saída do banho, as próprias mãos a cobrem, é a apoteose da beleza eternizada na alvura do mármore, a exaltação do corpo feminino no talento exuberante do escultor grego de quem foi copiada. A estátua que extasiou Bento XIV, que a comprou, e Napoleão, que a levou para Paris, fascina hoje quem a visita nos Museus Capitolinos, em Roma. Não pode o próce

Lido no DN, hoje

Lei da adoção por casais gay ficou quatro dias na portaria de Belém REUTERS/RAFAEL MARCHANTE PR diz que recebeu diplomas a 4 de janeiro mas documento de receção tem a data de 30 de dezembro. Prazo para vetar é de 20 dias "Tendo recebido, no dia 4 de janeiro de 2016, para ser promulgado como lei (...)." Assim começam os dois textos dos vetos de Cavaco, datados de 23 de janeiro (sábado passado, dia anterior ao das eleições presidenciais), aos diplomas que permitem a adoção por casais do mesmo sexo e anulam as alterações à lei da interrupção voluntária da gravidez que a maioria de direita tinha aprovado pouco antes das legislativas. Sucede, porém, que na Assembleia da República o documento que atesta a receção pelo Palácio de Belém dos dois diplomas tem data de 30 de dezembro. De acordo com a Constituição, o PR tinha 20 dias para vetar ou promulgar. Prazo que, se contarmos os dias a partir de 4 de janeiro, foi respeitado; mas largamente ultrapassado se se iniciar a conta

Relações de Estado: púdicas ou vergonhosas? …

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O presidente do Irão, o clérigo Assan Rouhani,  está em visita oficial à Itália, depois de 16 anos de gueto link . Roma recebeu-o afavelmente com o intuito de restabelecer relações e celebrar negócios com um País acabado de sair de um longo bloqueio imposto pelo Ocidente. Para não ‘ escandalizar ’ o presidente iraniano Roma mandou tapar as estátuas ‘desnudas‘ que povoam o(s) célebre(s) Museu(s) Capitolino(s) link . Entre elas a Vénus Capitolina que se reproduz na foto (em todo o seu esplendor) e que ‘ habita ’ (embeleza) o Palácio Novo, no monte do Capitólio, num nicho especial. Quando um País renega a sua imperial e ancestral cultura, para melhor fazer negócios, poucas dúvidas restam de que o Ocidente está a caminho do declínio. Esperemos que se um dia o Presidente italiano visitar Teerão as mulheres iranianas povoem as ruas e os edifícios públicos despidas das suas burkas...

COIMBRA - Jantar republicano do 31 de Janeiro

MOVIMENTO REPUBLICANO 5 DE OUTUBRO COMEMORA 125 ANOS DA REVOLTA DE 31 DE JANEIRO O Movimento Republicano 5 de Outubro (Núcleo de Coimbra) vai evocar, no tradicional jantar republicano, os 125 anos da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, como data referencial da caminhada do Portugal Democrático. Após a recente reposição oficial do feriado do 5 de Outubro, suprimido deploravelmente, entre outros, pelo anterior governo e reposto pelo actual, esta iniciativa pretende igualmente festejar o objectivo conseguido, que o nosso Movimento incansavelmente perseguiu. É por isso, com júbilo e boas expectativas que se convidam todas/os Cidadãs/ãos para um jantar a realizar em Coimbra, no próximo dia 31 de Janeiro, domingo, a partir das 19h30, no Restaurante A Brasileira, localizado na rua Ferreira Borges . As inscrições podem ser feitas, desde já e até ao dia 28 de Janeiro , para anabela8@hotmail.com . Preço €15,00 (pagamento no local). Ementa:  Espetada de Bacalhau - 1º Prémio 2014 na R

O que tem de ser…

Marcelo, durante mais de uma década, o presidente de todos os telespetadores, ganhou o direito de se tornar também presidente dos portugueses que não veem televisão.

Factos & documentos

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No melhor pano da República cai a nódoa da bandeira monárquica

No rescaldo das Presidenciais 2016: a dúvida metódica (sem Descartes)…

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As eleições presidenciais tendem a passar ao lado dos partidos. Contudo, esta tendência é apenas aparente. Neste domingo começaram a desenhar-se alterações que, mais tarde ou mais cedo, terão reflexos partidários. Em primeiro lugar, e no que diz respeito ao PS, as réplicas podem significar o fim da sensibilidade (um termo que há alguns anos estava em voga) ‘segurista’. Não existe maneira credível de Maria de Belém e a sua entourage evitarem uma colagem aos 'tempos do Tó-Zé'. Alberto Martins um dos mais visíveis apoiantes da candidatura de Maria de Belém ao considerar que o resultado obtido pela sua candidata é uma “grande derrota para o PS” link , está nitidamente a ‘desconversar’. Mais do que criticar o facto de o PS não ter apoiado qualquer candidato é pertinente perceber por que razão isso realmente aconteceu. Aparecerem arautos do day-after a perorar sobre uma Esquerda indecisa, fustigada, fraccionada e, evidentemente, derrotada, quando no terreno se assume a biz

As eleições presidenciais

Ontem, confirmados os resultados, resignado, registei os momentos que me tocaram, da alegria justificada da fulgurante vitória do BE à amargura do descalabro injusto do PCP. Assisti ao discurso de vitória, contido e apaziguador, do único candidato que ganhou as eleições, a revelar sentido de estado, numa postura antagónica ao rancor e mediocridade do antecessor, há cinco anos. O candidato vencido demonstrou a superioridade intelectual, grandeza ética e dimensão cívica que justificaram o meu voto. Perante resultados humilhantes, foi lastimável a postura de quem se apresentou contra o candidato do mesmo espaço, que já estava no terreno, para prolongar guerras fratricidas dentro do PS e vingar orgulhos feridos, impedindo o apoio previsível do secretário-geral e da máquina partidária, o que podia alterar os resultado. Roma não paga as despesas a quem tem menos de 5% dos votos. Os cinco pequeninos, foram justamente hierarquizados. Vitorino Silva ficou à frente de um populista com d

Um primeiro olhar pelas presidenciais…

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As eleições presidenciais de 2016 vieram a confirmar que algo está mal no quadro político nacional. Ou seja, muito embora haja um ‘tempo novo’ a ser vivido no campo governamental esta inovação não contagiou as presidenciais. Logo, o País parece renitente em absorver a mudança. A constatação deste desfasamento não é indiferente e deve estar presente nas opções de futuro. Desde logo observa-se um quadro assombroso e nada condicente com a realidade sociológica do País. De uma profusão de candidatos (10) observa-se a seguinte originalidade: oito reclamam-se de esquerda, um de direita (melhor à esquerda da direita!) e finalmente um (Jorge Sequeira) diz não ser nem de esquerda nem de direita o que obviamente significa pertencer a uma direita envergonhada. Este ‘arranjo’ conseguido ao longo de um amplo espectro político é verdadeiramente aberrante. Mas não fortuito ou ocasional. Desde o estio (há 5 meses) que o ardil começou a ser cozinhado. O ‘candidato-comentador’, Marcelo Rebelo

Parabéns, Sr. Presidente!

O país votou e aceito o veredicto. Não era e nunca seria o meu candidato, não pelo que pareceu durante a campanha, mas pelo que foi o seu passado. Será o meu presidente enquanto cumprir o que disse que seria, e deixará de sê-lo no dia em que voltar a ser como foi ou proceder ao arrepio do que prometeu e da Constituição da República Portuguesa que há de jurar. Suspeito que a notoriedade se tenha transformado em votos e que os canais televisivos possam ter vendido às rodelas um PR como vendem um sabão perfumado, mas isso será esquecido se o comportamento do futuro PR for pautado pelo respeito da Constituição e de todos os partidos políticos. Para já, é um enorme alívio ver entreaberta a porta de saída do antecessor. Um PR culto, inteligente e sensível terá outra postura de Estado mas não basta o fim de uma década de dignidade reduzida, em Belém, para que se torne presidente de todos os portugueses. Venceu o candidato da nobreza e do clero e falta provar que é o presidente do povo

Liberdade e/ou Religião?

Convidado, há algum tempo, para um colóquio em Miranda do Corvo, pelo Dr. Jaime Ramos, presidente de uma notável Fundação – ADFP – julguei-o adiado por falta de um programa que esperava receber. Afinal teve lugar (ontem) e, desfeito o equívoco, acabei por chegar com uma hora de antecipação. À entrada do cinema, havia folhetos a anunciar o «Debate», que ali se realizaria, com o título em epígrafe. Aproveitei para escrever um texto que serviria de orientação para o «debate» com um professor universitário de História das Religiões, moderado pelo Dr. Jaime Ramos. Aqui fica o texto, neste dia de reflexão eleitoral: A liberdade contempla necessariamente as religiões, estas raramente consideram aquela. As religiões têm em comum o facto de serem criações humanas e diferenciam-se pelas tradições, cultura e estádio civilizacional das sociedades onde se inserem. Atualmente, das religiões do livro, é o Islão a mais implacável na defesa dos princípios em voga nas sociedades tribais e patria

Tribunal Constitucional, subvenções vitalícias e Estado de Direito_2

O que eu penso e disse aqui   foi hoje escrito no DN, de forma melhor e muito mais bem documentado por Fernanda Câncio. Um artigo que põe a nu a demagogia e o populismo dos que esquecem o que disseram. Um artigo que vale a pena ler .

As próximas eleições presidenciais_12

Quando a candidatura da direita, do criador de Cavaco, como PM e PR e ex-líder do PSD, começou a enfraquecer, a esquerda, em vez de unir esforços, começou a digladiar-se quando a colossal máquina da direita entronizou o candidato que tinha já mais de uma década de campanha televisiva pessoal e ininterrupta.  O BE e o PCP lutam pela liderança do mesmo espaço e a comunicação social cerrou fileiras contra Sampaio da Nóvoa para desmantelar o Governo. O JN, o CM e o Público foram, na imprensa escrita, arautos dessa obstinação, certos de que os votos em Maria de Belém são o ajuste de contas, dentro do PS, contra quem foi capaz de formar governo e resgatar os partidos à sua esquerda para a participação democrática justificada por um milhão de votos. Maria de Belém preferiu combater Sampaio da Nóvoa, numa atitude de fação, enfrentando Mário Soares, Jorge Sampaio, Carlos César e outros notáveis que apoiaram o adversário que ela transformou em inimigo principal, esquecendo que Sampaio da Nóv

O Tribunal Constitucional, as subvenções vitalícias e o Estado de Direito

Assisto desolado à mais desbragada campanha, contra políticos e juízes, na sequência da aprovação das subvenções vitalícias que os políticos usufruem (esquecem-se os autarcas que ainda beneficiaram da majoração) pelo tempo prestado em funções, até 2005, data em que o Governo Sócrates as eliminou. A campanha demagógica e populista vai continuar e, pelo caminho, já vitimou Maria de Belém, uma das subscritoras do requerimento para apreciação da constitucionalidade do referido benefício e que, se não me engano, em nada a beneficiaria. É uma arma indigna de ser usada para prejudicar uma candidatura. É lamentável que os juízes e políticos sejam tratados como malfeitores, embora defenda a legitimidade de se apreciar a bondade das leis e a da sua aplicação, mas é inaceitável que se ponha em causa uma jurisprudência com base em padrões éticos e não jurídicos. A não retroatividade da lei é um princípio irrenunciável do Estado de direito. Os juízes não julgam, pelo menos não devem julgar, d

Factos & documentos

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Mensagem de um amigo sobre factos conhecidos Com 46 anos, Paulo Teixeira Pinto reformou-se após ser considerado "inapto" por uma Junta Médica da Segurança Social, saindo do BCP com uma indemnização de 10 milhões de euros e com o compromisso de receber, até final de vida, uma pensão anual equivalente a 500 mil euros. Actualmente é dono do grupo editorial Babel. - É ainda presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, - Presidente do Conselho Fiscal do Novafórum e da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, - Vice-presidente da Assembleia-Geral do TagusPark, - Membro do Conselho Geral do GRUPO LENA, - Consultor jurídico na Abreu Advogados, - Membro do Conselho de Orientação Estratégica da Universidade Católica Portuguesa e dos Conselhos Consultivos da Universidade de Lisboa e do Plano Tecnológico. - Foi membro do Governo de Cavaco Silva e do Opus Dei. E FOI CONSIDERADO INAPTO! OLHA SE NÃO FOSSE…!?

Almeida Santos – o democrata, intelectual e político

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A um mês de completar noventa anos, faleceu o republicano antifascista com militância ininterrupta desde há 70 anos. O defensor de presos políticos e implacável opositor à ditadura salazarista/marcelista foi um proeminente político desta segunda República. Governante, parlamentar, legislador, foi na oratória um digno sucessor do padre António Vieira, na feitura das leis um émulo de Mouzinho da Silveira e Afonso Costa e na dedicação à República o exemplo que fica de uma vida que valeu a pena. Exímio no canto e na guitarra, também aí se tornou a referência que perdura na Coimbra que nunca saiu de si. Faleceu um notável homem de Estado, um príncipe renascentista da política, um escritor imaculado, na gramática e nas ideias, e dele pode dizer-se que se cumpriu. A sua dimensão cívica é dificilmente comparável. Foi um privilégio tê-lo conhecido, foi uma honra tê-lo ouvido, é um dever exaltar a memória de um nome enorme da cultura, da política e da luta antifascista. Não me curv

Factos & documentos

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O que a coligação PSD/CDS conseguiu esconder até ao fim das eleições legislativas.

A pesada herança ética

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Esta foi a herança que o governo cavaquista de Passos Coelho & Portas deixaram aos vindouros.

Declaração

«Sampaio da Nóvoa é dos candidatos  à Presidência o mais capaz para desempenhar o cargo. Há muitas pessoas interessantes, mas esta é a que tem mais capacidade para aquilo que pode acontecer nos próximos tempos». (Nuno Portas, arquiteto, pai do saudoso Miguel Portas (falecido), do Paulo Portas e da Catarina Portas, resistente antifascista).

O reino do petróleo e algumas embrulhadas situações …

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A queda dos preços do barril de petróleo tem espantado os consumidores pelo simples motivo de que os preços nas bombas de gasolina não reflectem essa descida. Ficamos a saber – pelas informações das empresas que comercializam produtos petrolíferos - que o custo da matéria-prima e as descidas de custo do produto final não estão directamente relacionadas. Para as subidas já não será bem assim.  A colonização dos preços de um produto de importância vital para a economia por custos de transformação, armazenamento e distribuição é um espelho de como um selvático e insaciável parasitismo invadiu e controla a área de comercialização energética. Existem muitas interpretações para esta rápida queda dos preços do crude. Mas detrás de todas as explicações existem um denominador comum: Arábia saudita.  E as recentes alterações nos lugares de topo da família real saudita ocorridas após a morte de Abdullah estarão, por certo, nas inflexões mais recentes da política do petróleo e externa

O ‘cavaquistão’ mimetizado em ‘Lux’…

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A mandatária de Marcelo Rebelo de Sousa no distrito de Viseu acha que o professor é um ‘pirilampo’ e aproveitou a passagem do candidato por essa cidade para contar uma peculiar história sobre a cobra e o pirilampo link . Em primeiro lugar existe a surpresa sobre a linguagem. Numa campanha popularucha, vazia de ideias, passeante no mais incrível camaleonismo, onde a linguagem em cada momento se adapta aos ouvintes, seria mais adequado falar em ‘caga-lume’ ou, se existissem preconceitos fecais, em ‘vaga-lume’. Mas a historieta da serpente e do pirilampo poderá ser verdadeiramente adequada para o ego do candidato Marcelo Rebelo de Sousa. Não vamos entrar êxtase contemplativo e admirativo, manifestado pela sua mandatária, acerca do 'brilho encadeador' do seu candidato. Vamos só ser intelectualmente comedidos. Se a intenção era destacar o ‘ iluminado ’ percurso do candidato o tiro saiu ao lado porque o ‘Iluminismo’ foi outra coisa e cresceu em contracorrente da pu

Portugal, sujeito a ventos e marés

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Um bispo troglodita

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Braulio Rodriguez, arcebispo de Toledo, sucessor do ultrarreacionário cardeal Antonio Cañizares, levado para o Vaticano por Bento XVI, não dececionou quem o precedeu na cidade onde, na guerra civil, o padre que acompanhava o general franquista Moscardó, excitado, gritou aos soldados que chacinavam os resistentes republicanos: “matai, matai, irmãos…[e ocorrendo-lhe a condição cristã]…mas, com piedade. O atual arcebispo de Toledo, Doutor em Teologia Bíblica, com 72 anos de celibato, diz que “as mulheres são assassinadas porque pedem o divórcio” sem pensar “em outro tipo de uniões afetivas, onde quase o único que as une é o físico, o genital e pouco mais." O especialista em violência de género num país onde, em 2015, morreram 56 mulheres às mãos dos seus companheiros ou ex-companheiros [em Portugal, 28, neste macabra contabilidade] entende, na sua experiência celibatária, que «elas são mortas porque os maridos "não aceitam as suas imposições" ou porque "pedem a s

A frase

«Em grande medida é simplesmente fazer uma coisa que até devia ser simples e que nem devia merecer grande espanto, que é simplesmente cumprir a Constituição.» (António Costa, PM, sobre as medidas já tomadas pelo Governo) Fonte: DN, hoje.

A ‘insondável’ distancia entre as manobras preparatórias e as batalhas...

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A última sondagem publicada (Expresso/SIC) parece contrariar a percepção que o cidadão-espectador vai construindo com o desenvolvimento da campanha eleitoral para as presidenciais de 2016. Estas projecções referem-se ao período de 7 a 14 de Janeiro link . É suposto estas estimativas passarem ao largo da percentagem de abstenção (que é sempre alta nas presidenciais) e apresentam um 'volume' de (ainda) indecisos (17,7%), que sendo aceitável nesta altura do campeonato, podem, em qualquer momento, alterar os resultados. A confortável maioria atribuída a Marcelo Rebelo de Sousa (54,8%) não aparece decorrente de ‘acidentes de pré-campanha’ (de percurso) que tenham ocorrido no desenvolvimento da campanha do candidato 'ganhador antecipado' ou  sido cometidos pelos ‘outros candidatos'. A convicção empírica é que Marcelo, partindo de uma fasquia tão alta, só pode perder votos. A sondagem revela exactamente o oposto e tal expressão não  lhe confere grande credibilid

Paulo Portas vai de saída…

Paulo Portas, antigo administrador da empresa de sondagens da Universidade Moderna, ‘Amostra’, que faliu, anunciou o fim da liderança do CDS/PP, e, em vez de se dedicar à pesca, ameaçou aplicar-se nos negócios onde, para além da empresa de sondagens, tem experiência em submarinos. Vai, pois, largar de vez o boné e as galochas, à espera da ocasião para outros adereços. Deixa a liderança a Assunção Cristas, cuja assunção da presidência, do que sobra do PP, está assegurada, apesar do buraco orçamental de 300 milhões de euros que deixou no ministério que tutelou . Nuno Melo, esse sobrinho e herdeiro ideológico do defunto tio, cónego da Sé de Braga, é que baixou a crista para dar lugar a Cristas. Paulo Portas, o insubstituível, tomou agora uma decisão irrevogável, depois de deixar o aparelho de Estado pejado de cúmplices. É a vez da ex-colaboradora de Celeste Cardona e estrela cintilante do firmamento de Portas. A Terra continua o seu movimento de rotação. As feiras continu

Candidatos PSD/CDS

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 Anterior e atual, imortalizados no saco da mesma farinha)

As próximas eleições presidenciais_11

A direita, esta direita que se radicalizou, esta direita que foi poder durante quatro anos e meio, com o prolongamento que Cavaco pateticamente quis transformar em legislatura, é a direita camaleónica capaz de se reinventar, como sucedeu na Madeira. A direita que se atolou e perdeu imensos quadros no BPN, BPP, BES e Banif é a que responsabiliza a esquerda, se esconde atrás do governador do BP, que reconduziu à sorrelfa, e ocultou a desesperada situação do Banif e os seis chumbos de Bruxelas às propostas do Governo. A direita que concorre às eleições presidenciais não tem o candidato inculto e rural que desejava, um avatar do antecessor, tem uma edição assética no discurso, na gramática e nos negócios privados, claramente de direita, mas capaz de privar com adversários sem mostrar rancor, perder a compostura ou dizer enormidades. A direita que um dia se lembrou de propor como candidato a PR um fascista, ex-diretor do Campo de S. Nicolau, onde se torturaram apoiantes dos movimentos d

Acertar no alvo

«Groucho Marx tinha uma piada que bem podia ser dita a sério por Marcelo Rebelo de Sousa: 'Estes são os meus princípios. Se não gosta deles, eu tenho outros'.» (Marisa Matias, candidata à PR, apoiada pelo BE) - Fonte: DN, hoje

As próximas eleições presidenciais_10

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A República é o regime da igualdade perante a lei, onde perdem estatuto diferenciado as classes, clero, nobreza e povo, e a Igreja e o Estado, por razões de assepsia, se separam. A República renuncia à tutela das religiões e impede a servilismo dos seus dignitários aos membros do clero, repudiando a situação inversa. Um crente que aspire a representar a República pode genufletir-se no confessionário, no recato de uma igreja, mas não pode alardear manifestações públicas de subserviência. Um candidato a PR pode rezar o terço dentro de água, em silêncio, a nadar nas ondas do Tejo, mas não deve lamber a mão de um clérigo em exibição pública de servilismo. A República exige coluna vertebral inflexível a quem a represente.

Factos e documentos

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Foto esclarecedora das preocupações do casal

Momento Zen da campanha presidencial

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Campanha onde a gramática acompanha a ética. Devemos ajudar Marcelo a produzir um cartaz com dignidade.

Momento de Poesia

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Natália Correia sobre Marcelo Rebelo de Sousa, «o tal que um dia concorreu a presidente da autarquia de Lisboa». MARCELO E AS TÁGIDES Marcelo, em cupidez municipal de coroar-se com louros alfacinhas, atira-se valoroso - ó bacanal! - ao leito húmido das Tágides daninhas. Para conquistar as Musas de Camões lança a este, Marcelo, um desafio: Jogou-se ao verso o épico? Ilusões!... Bate-o Marcelo que se joga ao rio. E em eleitorais estrofes destemidas, do autárquico sonho, o nadador diz que curara as ninfas poluídas com o milagre do seu corpo em flor. Outros prodígios - dizem - congemina: ir aos bairros da lata e ali, sem medo, dormir para os limpar da vil vérmina e triunfal ficar cheio de pulguedo. Por fim, rumo ao céu, novo Gusmão de asa delta a fazer de passarola, sobrevoa Lisboa o passarão e perde a pena que é de galinhola. in INÉDITOS 1979/91 Cancioneiro Joco-Marcelino, POESIA COMPLETA

Grito de alma

«Já se sabia que Passos, Portas e Cavaco juntarão o seu voto no caldeirão de Marcelo. Agora, ficámos a saber que Durão Barroso – aquele mesmo que, abraçando Bush, agrediu o Iraque, o mesmo que, na Comissão Europeia, se uniu a Merkel para esmagar os interesses nacionais –, vê em Marcelo o modelo perfeito de presidente». (Edgar Silva, candidato a PR)

A reedição do Mein Kampf*

O livro vertido em português, “Minha Luta”, é a referência inspiradora do nazismo. Aí se encontra a apologia da mais sórdida ideologia, que junta o totalitarismo, o ódio racial, o nacionalismo e a xenofobia. Nunca se foi tão longe na prática dos crimes, em nome da pretensa pureza de uma raça e do espaço vital de uma nação. O livro cujos direitos de autor caíram no domínio público é um manual terrorista cujas ideias produziram mais de 60 milhões de mortos, durante a Segunda Guerra Mundial. Hitler, um execrável panfletário, que apelou aos instintos mais primários dos alemães e levou a ideologia a países que ora procuram esquecer a cumplicidade, foi um criminoso que ensanguentou o mundo e a quem Franco e Salazar sobreviveram perante a incúria dos aliados. Após o suicídio ainda teve direito a uma missa de requiem, na Alemanha, ordenada pelo cardeal Bertram, e a luto oficial, em Portugal, decretado por Salazar. Denunciar o nazismo, combater a recidiva que, de novo, surge na Hungria

De que riem eles?

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Das armas químicas de Saddam Hussein, da eleição de Cavaco ou do governo de Passos Coelho?

Campanha: a [in]decência (na vida, no período eleitoral e na comunicação social…)

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Ontem no programa ‘Eixo do Mal’ foi (re)transmitido um pequeno spot em vídeo onde o candidato Jorge Sequeira faz torpes insinuações sobre um slogan de um outro candidato (no caso vertente uma candidata – Marisa Matias). O vídeo original pode ser visitado no YouTube link . Primeiro, o candidato é um deturpador. Não existe nenhum slogan “Uma para todos”. O que se lê – e temos de conceder que o candidato Jorge Sequeira sabe ler - é: “ UMA POR TODOS ”. Na verdade, o candidato Jorge Sequeira apresenta-se como sendo: Doutorado em Psicologia, Docente Universitário, Investigador, Motivational Speaker, Empresário, Consultor e Autor. Portanto, não tropeçou em qualquer percalço, nem pode arvorar-se em vitima de num lapsus linguae . Como ‘ motivational speaker ’ só pode ter escorregado gratuitamente para insulto, também de índole motivacional (eleitoral). E o motivo é tudo menos ‘inspirado’ como se exigiria a um psicólogo habilitado (rima!) Só pode ser uma peça de um aprendiz de

Jurisprudência – o exotismo dos considerandos

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Uma juíza desembargadora foi condenada a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, por ter usado dinheiros da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) para pagar a advogados que lhe redigiam projetos de acórdão do tribunal da Relação do Porto onde era magistrada. É demagogia considerar desacreditada a magistratura pela conduta da desembargadora, que agiu “por sua iniciativa” e com “dolo direto e intenso”, como foi provado. Não há crimes de classes profissionais, há responsabilidade individual nos delitos, quer sejam cometidos por um Presidente da República, ministro, deputado, juiz ou membro de uma qualquer classe socioprofissional. Tive um colega que matou a mulher à facada, em frente dos filhos. Lamentei o drama e não me senti envergonhado. Por que raio havia de me responsabilizar por uma conduta a que fui alheio? Não podem os médicos, engenheiros, professores, sapateiros ou trolhas, tal como os magistrados, considerar-se atingidos na sua dignidade pelo facto de um colega cometer

Factos e documentos

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As gamelas onde ilustres próceres da direita refocilaram à farta e tramaram o País.

Coimbra - Feriado do 5 de Outubro

COMUNICADO O Movimento Republicano 5 de Outubro (MR5O ) cujo núcleo de Coimbra participou ativamente na celebração nacional do 1.º Centenário do regime, interpretando o apoio que foi manifestado à sua direção, manteve-se em funções, fiel aos objetivos e ativo na defesa e celebração das datas emblemáticas da República. A recuperação dos feriados nacionais, 5 de Outubro e 1.º de Dezembro, foi um desígnio de que nunca abdicou, por serem datas identitárias do País que somos, sendo o primeiro a data emblemática do regime. Indignou-nos a indigência cultural e cívica que eliminou os feriados das referidas datas. Assim, saudamos agora com profundo júbilo a votação da Assembleia da República que anulou a supressão que tão visceralmente feriu os sentimentos patrióticos e republicanos do povo português. O MR5O de Coimbra não duvidou da restituição dos feriados referidos com o fim dos mandatos do Governo e do PR que aprovaram tal insulto. Ao alívio junta agora o júbilo com que acolheu a v

Marcelo / Maria de Belém

Esta noite, Marcelo, a explicar o seu passado, com que o confrontou Maria de Belém, parecia Cavaco a explicar a ficha da pide ou a escritura da vivenda Gaivota Azul num notariado cujo domicílio tinha esquecido.  Não basta ser mais culto, inteligente e honrado nos negócios particulares, é preciso ter carácter.

O Vaticano e a liberdade

O Vaticano “acusou o Charlie Hebdo de não ser capaz de respeitar todos os crentes de todas as religiões”. Tem absoluta razão e o direito inalienável de exprimir a sua opinião. Não se pode negar-lhe a liberdade que as democracias reivindicam, mas teme-se que o Vaticano, se pudesse, o obrigaria a respeitar “todos os crentes de todas as religiões” ou, de preferência, os crentes da sua. A coerência não é uma virtude teologal nem a liberdade uma epifania eclesiástica. Por que motivo há de alguém respeitar quem não respeita a vida dos outros, a igualdade de género e a liberdade individual? Que legitimidade têm as religiões para impor os seus dogmas, excentricidades e mitos de que se alimentam? Pode alguém, em seu perfeito juízo, pedir respeito por quem degola, lapida, aterroriza e impõe normas de conduta a quem despreza o deus que os homens da Idade do Bronze inventaram a partir das tribos de então e à semelhança dos seus patriarcas? Não se deve apenas desacreditar as religiões mas procu