Notas Soltas - janeiro de 2016
Notas soltas – janeiro/2016
Acordo Ortográfico –
O Governo brasileiro declarou a implantação "bem sucedida" e disse que
"não existe motivo para novo adiamento", entrando em vigor a 1 de janeiro.
A partir de agora é oficialmente obrigatório para 215 milhões de pessoas.
Turquia –
Erdogan, muçulmano que os EUA e a UE dizem moderado, pretende mudar a
Constituição e criar um sistema presidencial. Alega que “a Alemanha de Hitler
foi um exemplo de sistema de governo eficiente”. Não espanta a afeição ao
modelo.
NATO – A escolha
de amigos [Salazar foi um deles] não se tem revelado ponderada. A Turquia, o
país com mais numerosas Forças Armadas fora dos EUA, não é a fronteira onde a defesa
da Europa termina, é onde a invasão começa.
Polónia – O
governo de extrema-direita, depois de erguer o muro contra os refugiados, retirou a independência aos
tribunais e amordaçou a comunicação social. À semelhança da Hungria, pela via
democrática, é o fascismo que regressa.
Nações Unidas – A
Arábia Saudita, na presidência do Conselho da ONU sobre Direitos Humanos, é uma
sórdida revelação de humor negro, a sugerir a nomeação de assassinos para a
presidência das Associações de
Apoio às Vítimas.
Coreia do Norte –
A fome pode esperar, enquanto avançam as armas nucleares na mais obscura
ditadura do Planeta. A monarquia Kim, na sua demência, representa um perigo à
escala global, sem solução à vista.
Feriados Nacionais
– A recuperação dos feriados, 1.º de Dezembro e 5 de Outubro, era a exigência
patriótica de datas identitárias que a indigência cultural e cívica eliminou do
calendário. Foi reparada a injúria ao país que somos e ao regime em que vivemos.
Alemanha – Roubos
e agressões sexuais em várias cidades, com a excecional violência de Colónia,
fragilizaram a política da Sr.ª Merkel, única grande estadista desta Europa à
deriva, onde hooligans, neonazis e imigrantes causam danos inevitáveis aos
refugiados.
Cavaco Silva –
Segundo as sondagens, o PR cessante é o primeiro a terminar o segundo mandato
com imagem negativa, aliás, fortemente negativa. Não se lhe nega o mérito.
Durão Barroso – O
apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, depois de ter colocado o filho no Banco de
Portugal, sem concurso, foi a ajuda desnecessária do cúmplice da invasão do
Iraque. Não conseguindo candidatar-se a PR, candidata-se a Conselheiro de
Estado.
Venezuela – Lei
de Murphy: “Tudo o que pode correr mal, corre efetivamente mal e da pior
maneira”. A declaração do ‘estado de emergência económica’, que amplia o poder
do Governo, que perdeu as eleições, augura o pior.
Açores – O
aquecimento global está aí a provocar catástrofes cada vez maiores e mais
frequentes. O furacão Alex, formado na costa de África, seguiu um caminho inabitual
e fustigou a Região Autónoma, um facto inédito nos últimos 80 anos.
Burkina Faso – O
terrorismo islâmico chegou à capital de um dos países mais pobres da África
Ocidental, tendo como alvo os infiéis,
chacinados em hotéis de luxo onde os negócios e o turismo levavam estrangeiros
capazes de melhorar a insipiente economia.
Comissão do Mercado
dos Valores Mobiliários – A CMVM reteve o Banif em Bolsa até à catástrofe e
a comunicação social escolheu como bode expiatório o governador do BP! A incúria
de Carlos Tavares e, sobretudo, do Governo foi branqueada.
(In)justiça social
– A riqueza acumulada por 1% da população mundial equivale à dos 99% restantes
e as 62 pessoas mais ricas do mundo têm igual riqueza à da metade mais pobre da
população mundial. (Fonte: Oxfan, ONG
britânica).
António Almeida
Santos – Faleceu o antifascista e um dos arquitetos da democracia. O melhor
legislador e mais notável orador desta II República é uma referência intelectual
e cívica e o talentoso escritor que deixou a marca indelével no exercício da
cidadania.
Mariano Rajoy –
Depois de ganhar as eleições, como lá e cá se disse, não conseguindo a maioria
parlamentar, recusou o convite para formar Governo. Foi um questão de ética
republicana…na monarquia que a ditadura de Franco impôs.
Marcelo Rebelo de
Sousa – A vitória, à primeira volta, não é alheia ao distanciamento de
Passos Coelho e Paulo Portas e ao apoio às medidas do Governo PS. Depois de um
PR medíocre renasce a esperança de um presidente isento e facilmente melhor.
Discurso de vitória
– Contido e apaziguador, Marcelo revelou uma postura de Estado. A cultura,
inteligência e preparação, aliadas ao afastamento do seu partido, que não se
lhe pôde opor, podem fazer dele o primeiro PR conservador digno do cargo. Parabéns.
Sampaio da Nóvoa
– O candidato demonstrou, no seu discurso de vencido, a grandeza ética,
intelectual e cívica que justificou o meu voto. A República não pode dispensar
o seu contributo e o seu exemplo: “A partir de hoje Marcelo é o meu
presidente”.
Terrorismo – A
Europa vive em pânico com previsíveis atentados de origem islâmica. Em nome da
liberdade temos de respeitar todas os crentes e, na sua defesa, combater as
crenças que a ameacem.
Itália – A
decisão do Governo de Renzi de tapar as
estátuas nuas para não perturbar o presidente do Irão foi um ato de servilismo
que ofende a cultura europeia e abre portas às exigências de quem, em nome da
fé, afronta a liberdade e a democracia.
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