A LIBERDADE QUE ABRIL NOS DEU No princípio era o lápis azul… Por Onofre Varela Nos 50 anos da Revolução dos Cravos apetece-me falar da Liberdade conqu istada e graças à qual tenho vindo a preencher este espaço no nosso jornal Alto Minho. Na verdade, antes de Abril de 1974, era impensável alguém publicar a sua opinião sobre Religião, livremente, do modo como o tenho feito aqui desde Março de 2022, sob o ponto de vista de um ateu, expondo, com plena liberdade, a minha opinião diversa da do religioso comum, respeitando-o na sua religiosidade mas não calando a minha voz. Devo esta Liberdade (todos nós a devemos) aos heroicos militares de Abril… e é exactamente por aqui que vou começar: nunca gostei de militares!… Cumpri o serviço militar obrigatório (de Fev. de 1965 a Fev. de 1968) contra a minha vontade. Na minha juventude as palavras “Pátria” e “Portugal” soavam-me a falso. A Pátria era uma quinta que não era minha… nela eu não passava de um lacaio dos patrões da propriedade chamada
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A mostrar mensagens de maio, 2024
Se eu fosse iraniano …
Por
Carlos Esperança
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Em nome da liberdade, contra a polícia teocrática, regozijar-me-ia, e, se fosse iraniana, em nome da dignidade da mulher, exultaria para vingar a morte de Mahsa Amini, presa por não usar de forma correta o hijab, e em solidariedade com as jornalistas presas por divulgarem a sua morte. E nunca, mas nunca, chamaria «bondoso profeta» ao beduíno amoral que teve visões entre Medina e Meca e julgou que o vetusto anjo Gabriel lhe ditou um manual, misto de judaísmo e cristianismo, em péssima tradução e defensora dos piores costumes.
Memórias da ditadura fascista – 70.º aniversário do assassinato de Catarina Eufémia
Por
Carlos Esperança
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Há 70 anos o abrutalhado tenente da GNR, Carrajola, ficou na memória dos portugueses por ter assassinado a tiro uma ceifeira analfabeta, mãe de três filhos, durante uma greve de assalariados rurais, quando esta resistia à repressão fascista. Hoje é dia de recordar, com raiva e nojo, o assassino impune, e de exaltar Catarina Eufémia, símbolo da mulher corajosa cujo martírio perdura na memória dos que não esquecem a ditadura salazarista e os alegados brandos costumes. Quando a hidra fascista renasce sob vários disfarces, recordar a mãe-coragem de 26 anos, é homenagear as mulheres que lutaram pela dignidade e combateram a exploração. Ser mulher, pobre, analfabeta e assalariada rural foi o ónus de milhares de portuguesas que sofreram a ditadura. Catarina morreu a combater, com a intuição de que é preferível morrer lutando do que desistir e sobreviver na escravidão. *** RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA Da medonha saudade da medusa que medeia entre nós e o passado dessa palavra polvo da recusa d
ANCORADOURO
Por
Carlos Esperança
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Alguns leitores perguntam onde podem adquirir o meu livro «ANCORADOURO». Resposta – Em qualquer livraria. (Já está na generalidade das livrarias Bertrand, FNAC e Almedina, mas qualquer outra o pode pedir à Âncora Editora. Os leitores interessados podem igualmente pedir o envio pelo correio à Âncora Editora, Wook ou Bertrand.
António Costa
Por
Carlos Esperança
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Resistiu à pandemia, à guerra na Ucrânia, ao jornalismo militante, à direita dura e aos juros elevados. Só não resistiu aos esforços conjugados do Ministério Público e do PR com a PGR. Montenegro, Aguiar Branco e Chega são efeitos secundários da central de intoxicação de Belém e o País continua abúlico sem exigir explicação das suspeitas que ditaram a queda de um primeiro-ministro.
Notas Soltas
Por
Carlos Esperança
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André Ventura – O homem tem orgulho em «toda, toda, toda a História de Portugal» – disse ele –, mas é para os 48 anos da ditadura de Salazar / Caetano que vai toda, toda, toda a sua admiração e enlevo. Governo – Quando se escolhem mal os ministros não se pode esperar que estes escolham bem, mas talvez seja o PM o maior erro de casting do XXIV Governo Constitucional.
"Até Sempre, Camaradas"
Por
Onofre Varela
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UMA EXPLICAÇÃO Publico em dois jornais regionais ( Gazeta de Paços de Ferreira e Semanário Alto Minho , no primeiro há cerca de década e meia, e no segundo há dois anos) crónicas regulares em defesa do Ateísmo. Pareceu-me chegado o momento de encarar outros temas como motivação de escrita e decidi que este texto agora publicado, será o último dessas crónicas regulares sobre um tema específico. Voltarei a ele logo que sinta dever fazê-lo, mas, por agora, escreverei sobre a Liberdade que Abril nos deu. "Até Sempre, Camaradas" Por Onofre Varela Comecei a publicar a minha opinião de ateu, regularmente, nas páginas do Semanário Alto Minho, em Março de 2022, totalizando 113 crónicas… juntando-lhe mais sete textos das memórias militares do tempo passado em Viana do Castelo e Deocriste em 1965 , na preparação militar para a Guerra do Ultramar, som a 120 textos. Quem me lê, apenas, neste jornal, deve imaginar que eu não tenho nada mais com que me preocupar e que nem sei to
Mensagem ao 1.º Encontro Nacional de Ateus – Coimbra (5808 carateres) 27-12-2003 - Texto nunca publicado no Ponte Europa.
Por
Carlos Esperança
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A religião não é um mal necessário nem Deus uma calamidade inevitável. A origem divina do poder deu lugar à soberania popular e a fé vai deixando de ser obrigatória apesar dos que veem na progressiva secularização uma ameaça. São muitos os parasitas da fé que se batem, com a ferocidade de que só os clérigos são capazes, contra o livre-pensamento; mas este ganha terreno, um pouco por todo o mundo. Há um delito comum às 3 religiões do livro e suas numerosas seitas – o proselitismo. Cada uma pretende impor o «único deus verdadeiro» – o seu – e a vontade divina decifrada por funcionários de serviço. Todas aspiram à globalização, exigindo o exclusivo. Odeiam a concorrência e os que resistem à conversão. Todas atuam com violência, devoradas pela vocação totalitária. Nem os hindus resistem, de vez em quando, a queimar mesquitas. Até os budistas são capazes de se entusiasmar com a repressão, como acontece no Sri Lanka sobre os Tamiles. Não há definitivamente religiões boas. Sabe-se com