Cónego Melo (Texto omisso no Ponte Europa
Ainda há quem se recorde do cónego Melo do MDLP e da Sé de Braga?
Conheço das confidências do sr. Cónego Melo a “O Diabo”, o que delas transcreveu o D.N. (LIDO 01/8/2001).
Que o ditoso membro do cabido da Sé de Braga era um homem de ação já o sabíamos, desde o verão quente de 1975. Sabíamo-lo ao serviço de Deus e da sua Igreja, da fé e da sua difusão, do clero e dos seus interesses. Coerente. Sem medos. Sem falsos pudores. Em explosões constantes, de proselitismo.
Sabíamo-lo o braço armado da Providência, guardião da moral e dos bons costumes. Com muitos como ele ninguém lamentaria hoje “uma mancha negra na História de Portugal” como Sua Reverência considera “em muitos aspetos” o 25 de Abril. Só não sabíamos que a sua santa alma podia explodir num desabafo de incontida admiração.
“O dr. Salazar foi um estadista insigne, com um grande
sentido de Estado e uma inigualável noção de autoridade” – afirmou o sr. Cónego,
defendendo outra vez “um pulso forte como foi o dele”. Se ninguém duvidava
dessa admiração, desse respeito, dessa gratidão, o que terá levado um homem de
tanta devoção e provas dadas ao serviço do divino a prestar esta pública
homenagem?
Tenho uma explicação plausível. Tendo Deus deixado de o
ouvir, ao longo das três últimas décadas, foi perdendo a fé e acabou a
confessar-se a ‘O Diabo*.
Texto escrito em 5-08-2001 – *Jornal de extrema-direita.
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