XXIV Governo Constitucional

António Costa, depois do seu pedido de 2 de abril, foi ontem ouvido durante uma hora e meia pelo Ministério Público sem ter sido constituído arguido, prevendo-se para breve o arquivamento do processo.

Entretanto, exige-se do juiz-conselheiro Henrique Araújo, presidente do STJ, explicação sobre a sua declaração: “o fenómeno da corrupção, que está instalada em Portugal, tem uma expressão muito forte na Administração Pública. Isto não é uma simples perceção, é uma certeza”. Foi uma declaração feita depois de ter recebido a suspeita sobre António Costa, antes de qualquer investigação. Até hoje não explicou tão grave denúncia.

Enquanto o golpe de Estado contra o XXIII Governo Constitucional, urdido no Palácio de Belém, é do conhecimento público e tem sido largamente referido, a declaração do presidente do STJ, de enorme leviandade e intenso alarme público, foi esquecida sem que lhe tenham sido exigidas explicações.

As consequências da leviandade do comportamento de altas figuras do Estado tornou-as responsáveis pelas graves consequências no País e para a democracia com o eleitorado empurrado a caminho da extrema-direita.

A democracia exige explicações pelo que fizeram à maioria absoluta que o eleitorado tinha confiado a um só partido.

Os efeitos conjugados do comportamento do PR, PGR e PSTJ marcarão o nosso futuro coletivo. E, se é infundada a suspeita de conjura, é pelo menos clara a gravidade do que levianamente fizeram as três personalidades referidas.

Um país que suportou 48 anos de ditadura não pode, com o seu silêncio, absolver tão grave atentado às instituições democráticas.


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