O XXIV GOVERNO CONSTITUCIONAL E O PR
Isto não é um governo, é uma empresa de marketing em campanha eleitoral. Nasceu do parto antecipado em Belém, com a PGR como parteira, em vez de aguardar os três anos que faltavam à sua gestação. Está em respiração assistida com o PR, os ex-bastonários da Saúde, a comunicação social e outros cúmplices a mudar as botijas de oxigénio.
Este governo anuncia como medidas estruturais medidas em
vigor e, como respostas a problemas, promessas a cumprir no futuro. Nem a folga
orçamental herdada sabe gerir.
O PR que estimulou reivindicações, anda agora a defender o
equilíbrio orçamental e a implorar a aprovação do próximo Orçamentos para não explicar
a leviana dissolução da AR, após a demissão do ex-PM. Antes, apoiava todas as
oposições ao Governo, agora apoia-o contra todas as oposições. Antes, exigia
negociações ao Governo, agora exige a capitulação às oposições.
O PR e as greves deixaram de abrir telejornais. Terminaram
as filmagens das urgências hospitalares, atenuaram-se as reivindicações de
funcionários públicos, e os decretos são promulgados sem vetos, avisos,
reservas ou ameaças.
O país está melhor nos noticiários, mas o Governo apenas transfere
riqueza para os mais ricos. A desculpa para ocultar a ideologia é dizer que não
a tem, e transferir os recursos do SNS para os privados, alegando: “Quando a
capacidade do SNS esgotar, portugueses poderão recorrer aos setores social e
privado”.
O PR e o PM são agora cúmplices que apelam juntos ao voto
nas eleições europeias (na AD, subentende-se), sem o mínimo pudor.
A única coisa que este governo teme é responder pelo custo
das promessas que faz sem cumprir e tornar irreversível o programa ideológico
que oculta. A guerra na Ucrânia é o álibi que aguarda para fazer o que pretende
sem ter de cumprir as promessas.
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