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A mostrar mensagens de novembro, 2021

Notas Soltas – novembro/2021

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COP26 – São necessárias medidas drásticas para mitigar as alterações climáticas, mas o mito do crescimento perpétuo e a necessidade de manter modelos de bem-estar pode conduzir a um rotundo fracasso e à inabitabilidade do Planeta para gerações futuras. Eleições legislativas – O PR ignorou a urgência que alegou, ao adiar a data de 16 para 30 de janeiro, numa decisão hostil a Rui Rio e a favor de Paulo Rangel. Não resistiu a escolher o líder do PSD e a ser o ideólogo da sua ala mais conservadora. Perdeu. ONU – A capacidade de persuasão do seu secretário-geral, António Guterres, superou largamente o poder da mais importante instituição mundial na dramática questão do aquecimento global, deixando sem argumentos os que desprezam o futuro do Planeta. PR – O infeliz anúncio prévio de eleições, no caso de chumbo do OE-2022, alienou as alternativas, a isenção e capacidade de intervenção. Se o quadro parlamentar se repetir, será responsável por eleições inúteis, e terá explicações a dar

A VALSA DOS MALABARISTAS

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Parecem ácaros a sair das alcatifas para fingirem que gostam da luz do sol. Até a última frase arranha a gramática! «Estou certo (de) que nenhum (ou ninguém?) tem dúvidas (de) que Rui Rio é muito melhor que António Costa». José Manuel Fernandes era o cúmplice de Cavaco no caso das escutas, tão falsas como o ex-militante da UDP/PC(R). Podia, pelo menos, acertar na gramática.  Afinal o jornalista está para o idioma como para a ética e a coerência.  Não merece o que lhe pagam. Parecem ácaros a sair das alcatifas para fingirem que gostam da luz do sol. Até a última frase arranha a gramática! «Estou certo (de) que nenhum tem dúvidas (de) que [o] Rui Rio é muito melhor que [o] António Costa. José Manuel Fernandes era o cúmplice de Cavaco no caso das escutas, tão falsas como o ex-militante do UDP/PC(R). Podia, pelo menos, acertar na gramática. Afinal o jornalista está para o idioma como para a ética e a coerência. Não merece o que lhe pagam. Apostila - Também ninguém lhe ensinou, noutra fra

PSD – a disputa de Rangel a Rui Rio

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A vitória de Rui Rio sobre Rangel é uma colossal derrota do aparelho do PSD perante os militantes do partido. Bastou uma sondagem, que mais parecia um palpite, da TVI, já com chancela da CNN, para intimidar os sindicatos de voto de Rangel e deixar livres os eleitores. A moderação de Rio foi a única vantagem que exibiu sobre o seu acarinhado adversário. Com a derrota, Rangel volta para Bruxelas a acabar o mandato, a difamar o Governo e a defender as posições mais à direita, mas arrastou consigo a plêiade de figuras públicas e figurões que não toleram a Rui Rio a sua autonomia. Até a lei da eutanásia voltará a ser aprovada, depois de o PR ter pretextado outra reavaliação pela próxima legislatura. Amanhã nenhum jornal dirá que o PR foi o grande perdedor e que será obrigado a tecer a Rui Rio as loas de que precisa para proteger o partido ao serviço do qual interfere nos outros órgãos de soberania. Para o PS foi um resultado prejudicial, sobretudo agora, quando na próxima legislatura

TVI – As sondagens, a luta pelas audiências e a luta pelo poder

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O colosso informativo CNN é agora o logotipo de empréstimo à TVI, um canal dado à Igreja católica por Cavaco Silva na mais leviana das decisões que o poder discricionário permitiu ao jovem salazarista que a democracia reciclara. A TVI era a pior candidatura, aquela cuja estrutura acionista, projeto e capitais próprios menos recomendava, e a que mais prometia em indulgências a quem a ajudasse, embora dos dividendos não haja notícia e das próprias bênçãos se desconfie. Acabou falida, com os suplementos de alma, «as boas ações», promovidas nas missas, a evaporarem-se por entre prejuízos que os paramentos não puderam tapar. Mário Castrim, escritor, católico e notável crítico de televisão fez sobre a TVI o mais implacável e certeiro diagnóstico, «nasceu na sacristia e acabou na sarjeta». A CNN é excessivamente grande para a deixar sucumbir e a TVI pequena demais para arruinar o prestígio da patrocinadora, mas já deu sinais de que o grande capital não veio para conquistar apenas quotas

Portugal, um país onde a ditadura fascista se opunha à dignidade

Há causas que valem a pena, que exigem empenhamento cívico, coragem de as assumir e determinação de lutar por elas. Há desculpas que envergonham a Humanidade, e uma das mais repugnantes é a tradição, uma explicação por defeito de todas as iniquidades. Pode pensar-se que Portugal, vítima da Inquisição, do clericalismo e da Contrarreforma, sem ter beneficiado da Reforma, foi exceção na Europa onde a civilização chegou mais cedo, especialmente aos países da Reforma, mas as iniquidades foram uma constante em numerosos países até demasiado tarde, até aos nossos dias. Quando nos damos conta de que alguns importantes saltos civilizacionais tiveram lugar há tão pouco tempo, sentimo-nos percorridos por indizível vergonha e incrédulos pelas injustiças que persistiram durante a História de oito séculos de que nos vangloriamos. Pasmo com as informações que guardei do Diário de Notícias de 17-11-2014, pág. 19, factos que conheci, e a memória, talvez por vergonha, reportava a épocas mais recua

PSD – Rui Rio, Paulo Rangel e a tralha cavaquista

Não há divergências ideológicas enormes entre os dois candidatos à liderança do PSD, embora seja fácil identificar o que se situa na direita mais radical e truculenta. Relvas, Marco António e Luís Filipe Meneses não se detêm em minúcias éticas, têm os negócios e a febre do mando, o aparelho partidário, a conivência de velhos salazaristas, e o cadastro a servir de currículo. Fizeram de Passos Coelho PM e da Tecnoforma uma empresa lucrativa, para o administrador e o benfeitor. Querem repetir o êxito. O que distingue Rui Rio de Paulo Rangel é a seriedade e a coragem do primeiro contra a docilidade do segundo, dentro do partido, e a violência para adversários, fora. No fundo, é uma questão de carácter, que nem o PR, ansioso por mandar no PSD, tolera a Rui Rio. Paulo Rangel nunca seria capaz de enfrentar um líder desportivo de primeira grandeza, manter-se longe de intrigas internas, de favores dos fortes e do aconchego dos barões do partido. Se Rui Rio tivesse qualquer mancha no currí

Preocupações do protestantismo evangélico

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Quanto mais imbecil e cruel for uma crença, mais sedutora se torna e mais crentes atrai. O pastor não é um idiota isolado, é uma metáfora da estupidez pia. Se mandar rezar para que chova ou faça sol, não lhe faltarão devotos a cair de joelhos e a orar.

NÃO SE DEIXE ENGANAR

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Apesar das semelhanças, aprenda a distinguir as diferenças.

Espanha – 46.º aniversário da morte de Franco

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  Em 20 de novembro de 1975 faleceu bem confessado e magnificamente ungido o maior genocida da história dos países ibéricos. Centenas de milhares de mortos, execuções nas arenas, a monarquia e o país que delapidou, para benefício pessoal e dos amigos, foram a herança de 39 anos de poder discricionário, despótico e amoral. A guerra civil espanhola (1936/39) foi feroz de ambos os lados da barricada, mas foi um golpe de Estado que derrubou o governo eleito, e foi Franco, cuja sedição Pio XI considerou ‘Cruzada’, que iniciou a ditadura que Hitler, Mussolini e Salazar apoiaram. Em Madrid, o delinquente Francisco Franco, que servira às ordens do general mutilado, Millán Astray, autor do grito ‘Viva la muerte!’, continuou a matar os ex-rivais através das milícias, que lhes faziam esperas, depois da guerra. O seu diretor espiritual, Escrivà de Balager, que fundaria o Opus Dei, estagiou nessa função para a santidade. Franco, cuja consciência nunca o atormentou deixou como herança uma mona

A democracia e a laicidade

Independentemente do apuramento das razões que estiveram na origem do atentado que, no dia 15, se frustrou em Liverpool, Reino Unido, e se limitou a trucidar o terrorista que seguia no táxi, enquanto o condutor lhe fechou as portas e fugiu do veículo, há fundadas suspeitas de que o alvo do facínora fosse a catedral. Penso que a luta contra o racismo não se faz com a omissão da etnia, origem ou religião do criminoso, sobretudo se a última está na origem da crueldade de quem julga ter uma eternidade de delícias à custa da própria imolação e do sofrimento dos infiéis. Ignorar o regresso das guerras religiosas será politicamente correto, mas é suicida. Não importa se este foi mais um caso de fanatismo religioso pois não faltam casos recentes e preocupações quotidianas com imposição de preconceitos e exigências pias que minam a civilização e a democracia. Há pessoas para quem falar de laicismo é heresia, como se pudesse combater-se a deriva criminosa de determinada crença sem que o Es

Uma das afirmações é mais credível

LIDO (Visão, 16 novembro 2017 – Pág. 61) “Uma pessoa que eu estimo, que é o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, tinha uma coluna no ‘Sol’. E o Professor um dia telefona-me e diz assim: “Olha, o ‘Sol’ está a ir para o fundo, não se aguenta”. Disse-lhe para dizer ao Saraiva que viesse falar comigo”. (Ricardo Salgado, julho de 2014) *** «O ‘Sol’ estava com grandes dificuldades financeiras devido a problemas com acionistas, ali no quadro da guerra com José Sócrates. Era colaborador do jornal e tentei ajudar, falando com várias pessoas ligadas a instituições financeiras» (Marcelo Rebelo de Sousa à Visão)

As sondagens e a guerrilha eleitoral

As sondagens têm valor e constituem uma indicação preciosa para tomada de decisões. Não há só estudos de opinião sobre intenções de voto, mas são as sondagens eleitorais as que mais perturbam, exaltam os ânimos e maior perplexidade causam nos eleitores. A perversão que pode existir é nas perguntas, não nas respostas ou nas tendências que apontam. Há muitas sondagens encomendadas para servirem de base a manipulações e é a essa perfídia que a opinião pública deve estar atenta. Nas primeiras sondagens depois da dissolução da AR, nota-se uma excessiva vontade de preparar a propaganda da direita e a urgência de esmagar Rui Rio e obrigar os militantes do PSD a substituí-lo por Paulo Rangel, por mais difícil que seja mostrar vantagens do último, e não apenas a sua maior permeabilidade aos interesses de grupos internos. Nesta legislatura, ao chumbarem o OE-2022, logo na generalidade, penso que o PCP e o BE prejudicaram toda a esquerda, especialmente, a si próprios. Não convenceram que o

A opinião de Alfredo Barroso

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  ALFBARROSO FACEBOOK NEWSLETTER «Amigos» + «Seguidores»:  20.342   (13/11/2021)       LEITURA MANIPULADA POR DAVID DINIS DA SONDAGEM 'EXPRESSO-SIC',  PARA NÃO 'CHATEAR' O COLUNISTA 'TROTSKISTA' DO SEMANÁRIO E DA SIC - constatou Alfredo Barroso, espantado com o desplante O PCP caiu na sondagem, como diz o Dinis? Caiu, sim! Mas só um ponto (para 6 % das intenções de voto). Ao passo que o BE caiu quatro (4) pontos (para 5 % das intenções de voto). O BE passou, assim, para trás, não só do CHEGA, que subiu quatro (4) pontos (para 10 % das intenções de voto), mas também do PCP... No entanto, a queda do BE nesta sondagem (- 4 %) – a qual, por acaso, até é 'simétrica' da ascensão do CHEGA (+ 4 %) – é praticamente ignorada ao longo do texto daquele que é ainda director-adjunto do Expresso, mas que há de vir a ser (crê muito ‘boa gente’ que eu conheço) director deste tão curioso semanário, que já foi politicamente liberal e agora é ideologicamente reaccionário...

O (mau) serviço do PR e o momento eleitoral

A obsessiva presença do PR nos média, a irrefreável tentação para interferir na esfera de competência de outros órgãos de soberania e a corte de vassalos que o acompanha e lhe serve de câmara de ressonância, são um obstáculo à reflexão sobre os programas que os partidos apresentam ao país. A Constituição define com clareza a esfera de competência de cada órgão de soberania, mas a iliteracia política e a desmesurada exposição mediática do PR dão a ilusão de que a democracia, claramente parlamentar, seja de natureza presidencial. A perversão começou com o irado salazarista, Cavaco Silva, a querer perpetuar Passos Coelho e Paulo Portas no Governo, contra a vontade da AR, e manteve-se até ao último dia no Palácio de Belém, a predizer raios e coriscos contra um governo que integrava os partidos que a ditadura fascista se esforçou a aniquilar. Ao salazarista inculto, a CRP parecia-lhe apenas um obstáculo que o irritava, tal como o 1.º de Dezembro e o 5 de Outubro lhe pareciam datas men

Rui Rio, Paulo Rangel e a irrelevância do CDS

Quando o CDS já estava em regime de comissão liquidatária, o trauliteiro Nuno Melo, acossado pelo desemprego político, desafiou a liderança partidária para inverter a fase terminal do partido e adiar a sua defunção política. Veio de Bruxelas para Lisboa com a convicção de que lhe bastavam os favores das televisões, dos jornais e dos amigos. Nem se lembrou da derrota humilhante com a Dr.ª Cristas nas últimas legislativas, salvo pelo lugar de Bruxelas, para onde não volta a ter eleitores que bastem.     Não lhe faltaram apoios, dos média a ex-ministros, de comentadores profissionais aos politólogos, que hesitam entre apoiar um partido fascista e o CDS, a quem Nuno Melo o assemelharia. Só lhe faltam eleitores que acreditem no clube herdado de Paulo Portas. Os apoios financeiros do CDS naufragaram e agora passaram para o partido fascista e a IL, mais capazes de procriarem deputados, à espera dos antigos quadros do CDS. Este é um partido que aguarda a autópsia, depois das eleições. É

Operação Miríade – O PR, o dever de ser informado e as arruaças de Rangel e Chicão

O próprio PR, tão lesto a acusar o Governo, afirmou não ter sido informado pelo MDN do caso de militares alegadamente envolvidos no contrabando de diamantes, por se tratar de uma investigação judicial. Podem, pois, uivar, grunhir, crocitar e rugir os Drs. Paulo Rangel e Chicão. As suas vozes não chegam ao Céu, só produzem ruído. De facto, não foi informado, como se prova por ter sido realizada a investigação sem que as televisões, rádios e jornais soubessem ou Marques Mendes a tivesse anunciado.

As próximas eleições e as feridas que se aprofundam na campanha

O chumbo do OE-2022 foi uma surpresa, não tanto por ter sucedido, mas por preceder o debate na especialidade, onde o PS poderia, se tivesse margem orçamental, ceder a mais exigências do PCP, que ainda não tinha desistido da discussão, ao contrário do BE, que, cedo, anunciou triunfalmente o voto contra. O momento, de rara incerteza quanto à pandemia e aos custos energéticos e de matérias primas, com graves riscos financeiros, económicos e eleitorais, levou a revolta a quem é de esquerda sem hipoteca partidária, e semeou a desolação e ansiedade no País.  Não vale a pena dizer que o PS é de direita, porque se o é, não há a mínima legitimidade para a esquerda ser poder, menos de 20% de votos expressos nas urnas não a legitimam. O BE fez do PS o inimigo principal e da discussão do OE a arma de arremesso contra o Governo. Só por ingenuidade política podia o PS contar com ele, e é mau para o BE e para o País que a unidade interna seja forjada na implacável luta contra o PS. Imagino a acrimóni

Honestidade papal - Texto ateísta

Por ONOFRE VARELA (Vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa) Em Janeiro de 1999 a cadeira de S. Pedro estava ocupada pelo  Papa João Paulo II (JP2). Em a lguns dos seus discursos dirigidos ao mundo, eu sentia  que o Papa usava de  alguma  honestidade intelectual. Particularmente  em  dois deles,   essa honestidade  foi  tão notória  que não me parecia ser  o discurso de um Papa tradicional… pelo menos não era habitual ouvir tais palavras saindo da boca de  personagens com responsabi l idades eclesiásticas . Ness e dia, JP2,  usando de honestidade intelectual, tentou pôr as coisas nos seus devidos lugares colocando a crença numa prateleira própria, mas com vasos comunicantes com a prateleira da Ciência. Disse  ele  que o céu não é um lugar paradisíaco situado algures para lá das nuvens, mas  que  é, isso sim, uma boa relação psicológica com (a ideia de) Deus; e que o inferno é a total ausência dessa relação. Foi um discurso que  por me parecer autêntico  eu aplaudi, e que vinha