Rui Rio, Paulo Rangel e a irrelevância do CDS

Quando o CDS já estava em regime de comissão liquidatária, o trauliteiro Nuno Melo, acossado pelo desemprego político, desafiou a liderança partidária para inverter a fase terminal do partido e adiar a sua defunção política. Veio de Bruxelas para Lisboa com a convicção de que lhe bastavam os favores das televisões, dos jornais e dos amigos. Nem se lembrou da derrota humilhante com a Dr.ª Cristas nas últimas legislativas, salvo pelo lugar de Bruxelas, para onde não volta a ter eleitores que bastem.    

Não lhe faltaram apoios, dos média a ex-ministros, de comentadores profissionais aos politólogos, que hesitam entre apoiar um partido fascista e o CDS, a quem Nuno Melo o assemelharia. Só lhe faltam eleitores que acreditem no clube herdado de Paulo Portas.

Os apoios financeiros do CDS naufragaram e agora passaram para o partido fascista e a IL, mais capazes de procriarem deputados, à espera dos antigos quadros do CDS. Este é um partido que aguarda a autópsia, depois das eleições.

É no PSD que a direita joga toda a artilharia mediática e financeira, dando à luta de Rio e Paulo Rangel o palco que Cavaco Silva e Passos Coelho pisaram. Só não se percebe, para além de ódios pessoais, a preferência que o PR e a sua máquina de propaganda dão a Paulo Rangel. E percebe-se ainda menos a animosidade da esquerda.

Para a esquerda, embora mau para o País, é uma bênção defrontar Rangel. Este não tem a experiência de Rio, a sua imagem de honestidade ou a presunção de competência. Será sempre visto como ventríloquo de Belém. É o Marques Mendes em versão arruaceira.

Rangel é o advogado de verbo fácil e credibilidade difícil. Foi escolha de Passos Coelho para Bruxelas e é a esperança de Relvas, Marco António, Luís Filipe Meneses e Cavaco, ativos tóxicos do PSD.

Não sei o que a direita vê nele e, muito menos, o que a esquerda teme em Paulo Rangel.

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