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A mostrar mensagens de junho, 2021

A canalhice banalizada

O ministro da Saúde do RU demitiu-se após a divulgação de um vídeo em que beijava sofregamente uma colaboradora, no período de distanciamento social obrigatório. Serei só eu, indiferente às manifestações sensuais de dois adultos, que me indigno com quem violou a privacidade de duas pessoas, ao divulgar o vídeo, e a provocar o gozo alarve dos que exultam com a canalhice? 

Mitologia monoteísta

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Na praia

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Um metro de areia separa a liberdade e a submissão, os direitos humanos e as teocracias, a modernidade e os preconceitos que um profeta analfabeto impôs às mulheres.

Ferro Rodrigues

Não me coíbe o respeito ao democrata de longa data de me sentir revoltado com o apelo à deslocação massiva de portugueses a Sevilha, para apoiarem a seleção de futebol. O comportamento do presidente da Assembleia da República, em linha com o do PR, é censurável. Dão sinais errados à população e sobrepõem a fé na religião futebolística aos interesses sanitários do País. Assim se sabotam os esforços de contenção da pandemia. Assim, não.

Confesso que vivi – o problema da Catalunha

Tomo de empréstimo o título do excelente livro autobiográfico de Pablo Neruda, sem a amargura do Nobel nas últimas páginas onde a esperança se dissipa na violência militar de Pinochet e na saudade de Salvador Allende, o amigo perdido no golpe fascista. Trago na vida a lembrança de várias vidas, quase sempre feliz e a receber mais do que dei, dos avós, pais e amigos e da companheira da minha vida. Não posso queixar-me. Confesso que vivi. Por isso, gosto de ler, sobre cada assunto, opiniões divergentes para formar a minha. Convivo bem com as divergências e tornei-me atento às duas partes em confronto, repudiando o maniqueísmo e, sobretudo, os radicalismos que envenenam a convivência e comprometem a paz. Conheço todas as províncias espanholas e habituei-me a amar o país na sua diversidade. Aprendi a conviver com os que lutaram de um lado e doutro da guerra civil, irmãos que não se falaram mais, primos de meu pai, jovem de vinte e poucos anos, que lhes levava, durante a guerra, sacos

O indulto aos secessionistas catalães

 A Espanha é um país de várias nações com língua própria e tradições independentistas de longa data. Aliás, Portugal é o exemplo de uma secessão conseguida há quase quatro séculos e ora alheado dos problemas que se vivem do lado de lá da fronteira que deixou de ser. Durante a longa ditadura franquista, o assassínio de centenas de milhares de espanhóis e a ferocidade da repressão não extinguiram as pulsões independentistas, mas a autonomia que a democracia concedeu, apesar de ampla, não saciou as aspirações nacionalistas que procuram desfazer o País. A repressão é a única arma que os conservadores conhecem, e a independência a que os nacionalistas aceitam. No caldo de cultura de um país com tradições sangrentas e débil experiência democrática, que perpetuou o aparelho franquista, torna-se difícil a solução. Os nacionalismos que se exacerbam em toda a Europa, que destruíram a ex-Jugoslávia e a Sérvia, separaram a Checoslováquia e ameaçam o Reino Unido, a Grécia, a Itália e a Bélgic

Dr.ª Ana Gomes

Digam-me se a atual comentadora televisiva, ex-candidata à presidência da República, a ora apaixonada defensora da proteção de dados é a mesma pessoa que, de há muito, vem defendendo calorosamente um delinquente violador de dados através da penetração nos sistemas informáticos do Estado e de empresas privadas.  

Os partidos e o sectarismo dos eleitores

Há quem prefira o ‘quanto pior, melhor’; quem confunda Cavaco Silva, um salazarista impenitente, com Marcelo, o mais lídimo exemplar da direita democrática; quem não distinga o pensamento de António Costa do de Francisco Assis e António José Seguro; quem pense que Passos Coelho segue o pensamento de Sá Carneiro, se acaso pensa. O voto tribal, independentemente do programa e da prática política de cada partido, serve para manter um módico de estabilidade na arquitetura partidária, mas não serve para os militantes escolherem o líder que os eleitores da área política desejam. As últimas eleições presidenciais foram um barómetro dos enganos eleitorais. Passaram despercebidas as declarações antidemocráticas de Ana Gomes e, mais surpreendente, de Marisa Matias, a garantirem que não dariam posse ao Governo que integrasse o partido fascista, como se coubesse ao PR decidir sobre partidos que o Tribunal Constitucional legitimou e o Governo que depende da AR. Aliás, surpreende que haja quem

XXIII Congresso Nacional do PS – A opinião de um cidadão que faz voto útil

A reeleição do sec.-geral António Costa foi, na sua esmagadora dimensão, a indiscutível vitória da social-democracia contra os que pretendem descaracterizar o partido e colocá-lo ao serviço do neoliberalismo. Há, aliás, um militante que deve a projeção mediática à desfaçatez com que se apresenta como líder da ala liberal do PS, uma absoluta impossibilidade conceptual no campo dos princípios, confundindo deliberadamente o liberalismo nos costumes e na organização do Estado (democracia liberal) com o modelo económico do partido. Não é crime defender o liberalismo económico e é um erro crasso designar fascista esse modelo, mas é incoerente e absurdo defendê-lo dentro de um partido social-democrata. É verdade que o liberalismo económico, quando as populações o repudiam, pode atrair a ditadura, e a trágica experiência do Chile é a dolorosa recordação do neoliberalismo que Pinochet impôs através da violência assassina. Não se ouviram no congresso as ambições dos neoliberais, as vozes

À consideração dos irresponsáveis

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António Guterres e a ONU - Posse do segundo mandato

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A recondução do sec.-geral, com o voto favorável e unânime dos 193 Estados membros, foi o voto de confiança e a homenagem justa ao denodado defensor da paz e dos direitos humanos no mais alto cargo mundial alguma vez atingido por um português. Guterres é em Portugal uma referência ética da 2.ª República e, no mundo, a esperança possível que um homem singular e cidadão de exceção pode inspirar. Com desafios ciclópicos, magistralmente inscritos no discurso de hoje, com a vontade e a determinação demonstradas, e que o mundo lhe reconhece, espera-se de Guterres a independência que mostrou no primeiro mandato e a possibilidade de suscitar apoios generalizados sem a permanente ameaça do anterior PR dos EUA. O sucesso de Guterres no seu segundo e consensual mandato não é apenas o desejo dos compatriotas, é a esperança que ora renasce, num Planeta conturbado, com o humanista culto e generoso que está ao leme da ONU. Mais do que o júbilo do compatriota é a homenagem ao homem cuja dimens

Distinguir o importante do acessório

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"Hoje é dia de futebol, e aqui estamos todos unidos em torno do futebol e, portanto, eu não vou agora estar a falar de outros temas, porque é desconcentrar o fundamental. Temos de estar focados, e estamos todos focados: o senhor primeiro-ministro, o senhor presidente da Assembleia da República, eu próprio, o senhor presidente [da Federação Portuguesa de Futebol] Fernando Gomes, os portugueses todos". (Marcelo Rebelo de Sousa, há três dias, em Budapeste)

O PR, a pandemia e os sinais errados para o seu controlo

Com indícios alarmantes a prenunciarem nova vaga de contágios, de difícil contenção, não podem os responsáveis políticos dar sinais errados à população, ansiosa de retomar a vida normal e de compensar longos meses de restrições. O país, especialmente a região de Lisboa, com o número de novos infetados a disparar e o R (t) e o número de mortes a aumentarem, está a regressar à angústia e a comprometer os esforços de relançamento económico. A comemoração de um campeonato de futebol, com alguma incúria das autoridades, foi o início de uma vaga de leviandades, multidões que violam os mais elementares deveres de respeito das normas sanitárias, comprometendo a saúde própria e a coletiva. A recente provocação de um partido político (IL), cujos direitos políticos lhe garantiram a liberdade de manifestação, além da graçola boçal de atirar setas a adversários, impeliu militantes, e a população ansiosa de se divertir na data tradicional de um popular arraial, a desprezarem as recomendações s

Os sargentos Cotrim de Figueiredo e Tiago Mayan Gonçalves e o arraial da IL - 2

A enorme divulgação do texto com o título em epígrafe mereceu um comentário do Presidente da Associação Nacional de Sargentos a que, por deferência, respondi. Aqui ficam o comentário e a minha resposta: «Associação Nacional de Sargentos diz: Junho 15, 2021 às 3:00 pm O senhor Carlos Esperança deveria ter um pouco mais de respeito e cuidado com os termos utilizados, sobretudo quando chama “sargentos” aos dois elementos do IL a quem se refere. Os Sargentos de Portugal deveriam merecer-lhe mais respeito…no mínimo! Julgo que conhecerá pouco sobre a realidade dos Sargentos e sobre os seus contributos para a História de Portugal, como aliás, infelizmente se verifica de uma forma generalizada na sociedade portuguesa! O esteriótipo do sargento, “ser rude e bruto que seguiu a carreira das armas”, por muito que alguns ainda gostassem de alimentar, felizmente não se verifica. Portanto, chamar “sargentos” a dois elementos do IL é um erro grave e uma ofensa a uma valorosa classe de serv

O PR e a irreflexão de Marcelo

O PR não governa, mas Marcelo, na sua obsessão mediática, tudo faz para fingir que as decisões boas são da sua autoria e as más do Governo. Descoroçoado com o estado da sua direita, enquanto a fascista sobe, sabe que é ele a única oposição credível, que se esforça por manter, enquanto não aparece um líder a galvanizar as hostes que deram maiorias a Cavaco e levaram Passos Coelho a S. Bento. Marcelo sabe de tudo, comenta tudo, e está simultaneamente na rádio, nos jornais, nas televisões e redes sociais, num excesso alheio às prerrogativas da função e aos estragos que faz entre banhos de multidão, da Guiné à Madeira, de Belém ao resto do Mundo. Que diga da seleção de futebol, onde não joga, “nós somos os melhores do mundo”, não prejudica ninguém, mas que afirme perentório que, “comigo o país não volta atrás, no confinamento”, insistindo “comigo nunca mais”, revela uma insensatez, que nenhum virologista subscreve, e obriga António Costa a prevenir o país contra os riscos que ainda c

Os sargentos Cotrim de Figueiredo e Tiago Mayan Gonçalves e o arraial da IL

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Que os sargentos da Iniciativa Liberal (IL) usem a liberdade de manifestação dos partidos políticos é um direito que a CRP lhes consente, mesmo contrariando as recomendações da Direção Geral de Saúde. Que condenassem a festa do Avante, onde se cumpriram as recomendações sanitárias, e organizassem o seu arraial de forma anárquica, perigosa e provocatória, é a incoerência de quem julga que o dinheiro pode tudo. Que, por palavras, manifestassem as divergências políticas em relação a António Costa, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa, Rui Rio, Eduardo Cabrita, Augusto Santos Silva, Fernando Medina e Marta Temido, era a afirmação ideológica, mas usar as caras como alvo das flechas foi uma pulsão assassina de quem, à semelhança da Inquisição, os quis matar em efígie, na impossibilidade de o fazer fisicamente. Já, na apoteose da diversão, ao escolherem como alvo das setas o político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano, “Che” Guevara, o guerrilheiro assassinado em 9 de outubr

Ainda o 10 de Junho

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  Uma data onde, na Guarda, Cavaco teve um desmaio e, há 8 anos, em Elvas, teve a proteção de Espanha. Num caso desmaiou, no outro borrou-se de medo.

Ramalho Eanes e a comemoração do cinquentenário do 25 de Abril

A três anos do 50.º aniversário, a escolha do ex-PR é uma opção legítima do atual, não é a mais justa nem a mais representativa dos militares de Abril. Eanes, como PR, foi relevante a pacificar a agitação militar, mas não foi um destacado militar de Abril e, antes, associou-se apenas à honrosa contestação do manifesto do ‘1.º Congresso dos Combatentes do Ultramar’, de inspiração fascista, realizado no Porto, de 1 a 3 de Junho de 1973, com a conivência do regime e de militares de extrema-direita. Foi uma assinatura dignificante e corajosa que se juntou à de muitos oficiais democratas que combatiam na Guiné. Ganhou aí o certificado de democrata, mas não se destacou no pensamento político, se é que o teve, ou tem, nem no contributo para a Revolução. É bom recordar que o 25 de Abril teve um triunvirato a liderá-lo, Vasco Lourenço, Vítor Alves e Otelo, sendo Vítor Alves o responsável político e Otelo o operacional, restando os dois, depois da transferência de Vasco Lourenço para os Aç

A Regionalização do Continente

O que era obrigação constitucional e necessidade de ordenamento territorial passou a ser depois da maquiavélica proposta de Marcelo Rebelo de Sousa, então líder do PSD, e do exótico mapa das nove regiões, proposto por António Guterres, a arma de propaganda partidária, alheia à necessidade de tornar eficaz a regionalização administrativa do País. Os referendos à Regionalização e à despenalização do aborto foram moeda de troca para a aprovação do OE, o que permitiu a Guterres cumprir uma legislatura sem maioria. A escassa votação, sem valor vinculatório, mostrou que os referendos são instrumentos ideais para adiar decisões, como se viu igualmente no caso do aborto, mas não se pode ignorar a dimensão da derrota infligida por tão poucos, os que se incomodaram a votar. Os passos deste Governo para regionalizar o País vão no caminho certo, consolidando as cinco CCDR com a sua eleição pelos autarcas de cada região e transferindo para elas os atuais serviços do Estado suscetíveis de regi

O sonho comanda a vida

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Tradições

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- Mulher, queres aborrecer o Misericordioso Profeta ou que eu chame a terceira?

COVID-19 e os média

A pandemia tem revelado o melhor e o pior dos média, normalmente o pior, porque as intervenções da ministra e da diretora-geral de Saúde e as do almirante Gouveia e Melo e do dr. Silva Graça, ponderadas, didáticas e a revelarem excelentes comunicadores, não se devem a jornalistas. Há ainda quem se lembre da procura histérica do primeiro português infetado nos mares do Japão, a trabalhar a bordo de um qualquer navio estrangeiro, da angústia coletiva das televisões que o queriam contactar, do aproveitamento da primeira vítima portuguesa contaminada para abrir telejornais e ser notícia de primeira página. Ressoam ainda as palavras entusiásticas de José Rodrigues dos Santos a gritar eufórico, na RTP-1, Portugal foi de novo o pior do mundo, no período mais dramático do país, independentemente de ter sido dos que melhor geriu a pandemia. Enquanto não vêm os incêndios e as críticas ao Governo pelo inefável incendiário Marta Soares, pelos presidentes de Junta e todos os especialistas de

O Menino Eleutério (Conto) – 6480 carateres

Atanásio Barroso e Maria de Jesus já tinham passado os trinta anos de idade e, em conjunto, os trinta hectares de terra de semeadura e outros tantos de olival, vinhedo e pinhais, quando os amigos os empurraram para o matrimónio. Nunca antes outra se interessara por ele nem ela a outro desejara, que se soubesse, pois a mulher séria era vedado manifestar desejos de qualquer natureza. Daí que toda a aldeia os visse virtuosos e talhados um para o outro. E assim foi. Casados e abendiçoados por um padre que a idade tornara casto e suspeito de santidade, dois anos se passaram de esforços inglórios e impertinentes perguntas dos vizinhos, sem que D. Maria de Jesus lograsse emprenhar. Já julgava ela ser maninha, por ficar sempre forra, responsabilidade que tinha obrigação de assumir ainda que, e não era o caso, faltasse o marido ao cumprimento das obrigações matrimoniais. Moléstias de varão é que não são de admitir. Bem sabia D. Maria de Jesus que ao marido cabiam apenas os êxitos, não d

RELIGIÕES

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Ao longo da História foram sempre a explicação por defeito do que se desconhecia, e a forma mais fácil de enjeitar a ciência, às vezes de forma branda, e outras violenta. Depois de períodos de benevolência, o Islão tornou-se o mais implacável monoteísmo, feroz a repudiar os direitos humanos e intransigente a defender ancestrais direitos do homem.   

O PSD e RUI RIO

Rui Rio, acossado dentro do PSD, cometeu um pecado capital ao normalizar o partido fascista nos Açores. Ao reincidir com a cândida presença no MEL, oferecendo relevo ao conclave, deu ao partido que lhe rouba o eleitorado o palco para o agredir, secundado pelo moribundo CDS e pela IL. Há em algumas das suas decisões um misto de ingenuidade e de falta de discernimento político, e é o líder cujo currículo não tem esqueletos no armário, que, se os tivesse, já teriam sido explorados pelos seus adversários internos. Rui Rio nunca teria ações não cotadas em Bolsa sem explicar se as pagou e como, uma vivenda no condomínio BPN, na praia da Coelha, envolvida em suspeitas e trapalhadas fiscais, e esquecer-se do cartório onde teria feito a escritura; não daria ordens a um embaixador para votar contra a libertação incondicional de Mandela ou permitiria a um governante a censura de um livro de Saramago; não aceitaria igualmente dinheiro do governante Miguel Relvas, de que a UE pediu o regresso,

A democracia e o regresso de regimes autoritários

A democracia, como disse Churchill, é o pior regime, com exceção de todos os outros, mas depois do advento do liberalismo, do reconhecimento de direitos individuais e das modernas democracias, aparecem recorrentemente apelos ao regresso de modelos autoritários. Hoje, na Europa, onde a democracia moderna nasceu com a Revolução Francesa, onde o respeito pelos direitos individuais se instituiu e os direitos humanos se consagraram, já há regimes autoritários, sufragados, a excluírem as minorias, perseguirem adversários e substituírem a separação de poderes pelo controlo político da Justiça. Tal como na década de trinta do século passado, os ideólogos dos regimes iliberais são os arautos da mudança, e o regresso de partidos fascistas ameaça a arquitetura jurídica das democracias pluripartidárias, explorando, como sempre, o medo e a diferença, com apelos à ordem, ao progresso e à exclusão. Em Portugal, onde o mais longevo ditador europeu do século XX morreu na cama e a ditadura caiu co

Espanha

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Há 3 anos, no dia de hoje, Pedro Sánchez tornou-se o primeiro PM a rejeitar a Bíblia e o crucifixo na cerimónia de posse, ato que o beatério e a padralhada não digeriram porque a laicidade e a democracia não são virtudes pias incluídas no catecismo ou no breviário. Há 7 anos, no dia de hoje, o PM Mariano Rajoy recebeu de Juan Carlos, rei de Espanha mais pela graça de Franco do que de Deus, a sua carta de abdicação. Nesse mesmo dia, escrevi este texto: «O rei Don Juan e a Constituição Espanhola O rei de Espanha, Don Juan Carlos, teve algumas semelhanças com o mito homónimo, mas são maiores as diferenças. Apesar de sedutor, não inspira tantas obras, da literatura à pintura e à música, como o autêntico D. Juan, aquele que Lord Byron imortalizou na versão épica. Terá eventuais semelhanças na educação católica repressiva com que o grande poeta perpetuou o mito, mas faltou-lhe fôlego para tantas aventuras. Uma princesa alemã divorciada, em excelente estado de conservação, não fez do rei de E

RIQUEZA E MISÉRIA

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Quando são aparentes as semelhanças e tão marcadas as diferenças!

Era assim durante a ditadura

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Salazar nomeava o ministro do Interior, que nomeava os governadores civis, que nomeavam os presidentes da Câmara, que nomeavam presidentes da Junta e regedores. Era assim que se tecia a teia repressiva que auxiliava a Pide e outras forças policiais que sufocavam o povo português. Não faltavam então os bufos, como não faltam agora os militantes ao novo partido fascista, ansioso de ser único e designar-se União Nacional.