Os sargentos Cotrim de Figueiredo e Tiago Mayan Gonçalves e o arraial da IL - 2
A enorme divulgação do texto com o título em epígrafe mereceu um comentário do Presidente da Associação Nacional de Sargentos a que, por deferência, respondi. Aqui ficam o comentário e a minha resposta:
«Associação Nacional de Sargentos diz:
Junho 15, 2021 às 3:00 pm
O senhor Carlos Esperança deveria ter um pouco mais de
respeito e cuidado com os termos utilizados, sobretudo quando chama “sargentos”
aos dois elementos do IL a quem se refere.
Os Sargentos de Portugal deveriam merecer-lhe mais
respeito…no mínimo!
Julgo que conhecerá pouco sobre a realidade dos Sargentos e
sobre os seus contributos para a História de Portugal, como aliás, infelizmente
se verifica de uma forma generalizada na sociedade portuguesa!
O esteriótipo do sargento, “ser rude e bruto que seguiu a
carreira das armas”, por muito que alguns ainda gostassem de alimentar,
felizmente não se verifica.
Portanto, chamar “sargentos” a dois elementos do IL é um
erro grave e uma ofensa a uma valorosa classe de servidores da Nação.
Melhores cumprimentos
António Lima Coelho
Presidente da Direcção da Associação Nacional de Sargentos
Exmo. Senhor
António Lima Coelho
Presidente da Associação Nacional de Sargentos
Só a necessidade de esclarecer o lamentável equívoco, que não
pensei possível através do que escrevi, e a consideração que tenho pelos
Sargentos me levam à resposta que se me afigura necessária.
Assim, para que não restem dúvidas sobre a consideração que
tenho pelos Sargentos, aproveito para lhe dizer o seguinte:
1 – Sou neto de um 1.º Sargento que muito admirei;
2 – Estive detido durante 4 horas, no fim do 1.º ciclo da
recruta, Caldas da Rainha, pelo capitão Coimbra, por recusa de passar ao
segundo ciclo de oficiais milicianos, em Mafra, para onde tinha sido designado;
3 – Fui Sargento durante cerca de 30 meses, 24 como Furriel
e 6 como 2.º Sargento, na guerra colonial, depois de ter sido soldado instruendo
e cabo miliciano;
4 – Há décadas que sou um promotor do jantar anual do 31 de
Janeiro, comemorativo da Revolta de 31 de janeiro de 1891 (Revolta dos
Sargentos, que protagonizaram a primeira tentativa de derrube da monarquia e de
implantação da República em Portugal) onde evoco o ato heroico evoco;
5 – Na foto que encima o meu mural do Faceboock está um
distinto Sargento que convidei para a inauguração do Monumento ao 25 de Abril
em Almeida, de que tinha sido eu o presidente da Comissão Promotora.
Dito isto, resta-me referir o facto que deu origem à
interpretação errónea do que afirmei.
A qualificação de sargentos para aos 2 políticos da IL, sem
lhes reconhecer mérito para isso, deve-se ao facto de ser essa a patente do
carrasco de Che Guevara, qualificação que poderia ser de cabos, tenentes ou
coronéis, se acaso o torcionário tivesse esse posto.
Esperando que não reste a mais leve dúvida sobre a
consideração que me merecem os Sargentos,
Apresento a todos os membros da Associação Nacional de
Sargentos, onde tenho amigos, as minhas saudações republicanas e democráticas.
Carlos Esperança
(Ex sargento-mil.º)
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