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A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

Troika, 11ª. avaliação: gato por lebre….

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Paulo Portas anunciou o fim da 11ª. avaliação da troika ao programa de resgate que foi imposto ao País com a frase: ‘ esta lebre está corrida ’… link Bem, do conteúdo da palestra, nomeadamente de algumas hesitações e dos frequentes engulhos que entremearam a sua comunicação, ficou a sensação de que o dito senhor veio  vender gato por lebre .   A confusão é enorme. O governo afirma, pela voz do vice-primeiro-ministro, que “em matéria laboral o ajustamento salarial já foi realizado” mas deixou para trás que neste momento ainda decorre um processo de flexibilização (um eufemismo para ‘ facilitação ’) dos despedimentos no quadro da chamada ‘justa causa’. Essa medida poderá esconder um insidioso processo de ‘esmagamento’ de salários, isto é, permitirá despedir ‘velhos’ trabalhadores melhor remunerados e substitui-lhos por ‘novos’ com salários inferiores. Um outro meio será extinguir postos de trabalho para abrir 'mini -jobs ’ com salário abaixo do ordenado mínimo.   Depois

Notas soltas: fevereiro/2014

Segurança Social – Os cortes nas pensões, previstos no OE-2014, só principiarão a ser feitos em Março e o acerto relativo a Janeiro e Fevereiro terá lugar no segundo semestre do ano, já depois das eleições europeias. O logro e o cinismo pré-eleitorais. Informática – A ciência dos fenómenos da informação e do suporte dos conhecimentos e das comunicações, transformou-se em Portugal no subterfúgio para adiar os cortes das pensões depois do sufrágio para o Parlamento Europeu. Miró – Os 85 quadros do grande pintor catalão adquiridos pelo excêntrico presidente do BPN e ex-governante cavaquista é o ativo que resta da maior burla da História nacional. A sua venda revela a incultura e insensibilidade da tutela. Eleições europeias – Enquanto a ideologia vai pulverizando a Esquerda – PS, PCP, BE, MAS, Movimento 3 D, Livre e Renovação Comunista, para já –, os interesses cimentam a coligação PSD/CDS, numa auspiciosa tentativa de prolongarem a lucrativa agonia. Ensino – A criação de «Curs

O PE & obsessões 'regulamentaristas'...

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A criminalização dos(as) ‘ cliente s ’ da prostituição votada ontem no PE link é mais um exemplo de como a Europa tem dificuldades em lidar com problemas sociais ou prefere contorná-los. Partindo de pressupostos reais e preocupantes – matéria de saúde, mercado de oferta e procura, direito ao corpo e à sexualidade, etc., o PE enveredou por adoptar uma ‘ atitude regulamentarista ’ à ilharga de outras atitudes abolicionistas e proibicionistas (que campeiam na UE), mantendo-se acintosamente alheio às causas remotas e presentes que ‘ estimulam ’ a prostituição. Na verdade, as(os) ‘trabalhadores(as) sexuais’ não são propriamente ‘produtos’ de uma escolha livre. São na maioria dos casos uma consequência (saída) para problemas sociais ou até individuais. Claro que existem, neste âmbito, muitas questões relativas ao negócio (exploração será o termo) com todo o cortejo de extorsões, violentações, exploração e tráfico. Estes problemas, segundo creio, já têm enquadramento penal e criminal

A Europa e a sua desintegração

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Acredito na Europa, de Lisboa aos Urais, apesar das deceções e dos interesses que não mudam. Guardo a esperança legada por De Gaulle e continuada por Helmut Kohl, dois gigantes da política cuja distância ideológica não me afastou dos objetivos comuns em relação à Europa. Teria votado sempre a favor da integração europeia e do seu aprofundamento, na moeda comum e num projeto federalista onde a democracia tivesse conteúdo económico, social e político, ainda que a miopia de quem nos governava tivesse impedido os portugueses de se pronunciarem. Agora é tarde para sair do comboio em andamento, com a máquina desgovernada e a velocidade imprevisível. A queda do muro de Berlim foi uma epopeia recebida em apoteose no país onde voltam a surgir velhos demónios. Foi, aliás, Kohl, que continuo a admirar, que cometeu o crime de apoiar, com o Vaticano, a independência da Croácia, levando a Europa a reboque na demonização da Sérvia e na destruição da Jugoslávia. Quem apoiasse a Sérvia era logo

Ianoukovitch Leaks

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A ‘invasão’ da residência do ex-presidente da Ucrânia, Viktor Ianoukovitch , possibilitou o acesso a um vasto e histórico conjunto de documentos, neste momento em análise por um organismo internacional ( OCCRP ) sediado em Sarajevo (Bósnia) link , onde a manipulação política, o crime organizado, a corrupção, o despotismo, as perseguições, etc.,  começam a ver a luz do dia. A não perder... para melhor entender o 'colapso de Kiev' e tudo o que, ainda nebuloso, vem a caminho.

A memória e o arrependimento (crónica)

A memória não é apenas a capacidade de fixar, identificar e localizar os sentimentos e factos vividos, para os reproduzirmos ou guardar. Atrevo-me a dizer que é também a faculdade de esquecer o que desagrada ou faz sofrer, o que nos envergonha ou angustia. Foram tantas as vezes que me senti constrangido pela imprudência e pelo que se chama popularmente «meter o pé na argola», que me surpreende que tão poucas recorde. Hoje, em amena cavaqueira, veio-me à memória um silêncio perturbador que provoquei, há muitos anos. Foi na primeira metade da década de sessenta do século que foi. Tínhamos acabado de jantar os companheiros de mesa e iniciado o passeio habitual. Éramos quatro amigos que a época e os hábitos obrigavam a cerimónia recíproca, senhor professor para aqui, senhor doutor para ali, o juiz, o delegado do Ministério Público, o conservador do Registo Predial e o delegado escolar. A conversa decorria mansa com os quatro amigos alinhados de acordo com a condição, o Dr. Moniz da M

As 'demoníacas' sombras…

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Uma foto – da visita de Angela Merkel a Israel - que se tornou ‘ viral ’ na net… link

Milagres...

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Segunda a lenda houve dois homens que andaram sobre as águas em toda a história da Humanidade: - O primeiro foi Cristo. - O segundo foi Pedro. Mas há um que andou mesmo - o Zé Sousa! - Mas quem é o Zé Sousa...?!?!?!?!?!? -É o 'gajo' da foto abaixo!... É da Terceira... dos Açores...

E ELES A DAR-LHE !

O mais alto magistrado da Nação, não querendo ou não podendo fazer o que devia – demitir o governo e convocar novas eleições – e não tendo mais nada de interesse para dizer, arranjou um refrão – o consenso entre as diversas forças políticas – que repete sempre que tem de usar da palavra.  Passos Coelho também não se cansa de apelar ao consenso entre a coligação governante e o PS, por várias razões, entre elas a de que isso melhoraria a nossa imagem no estrangeiro (para ele, “o estrangeiro” é a Merkel e o seu ministro das finanças). O que ele quer é que o PS partilhe com ele o odioso da sua política desastrosa. Agora é o próprio FMI que, prescindindo dos seus já citados bonecos de ventríloquo,vem ele próprio repetir a mesma cantilena. Mas será que ainda não perceberam que tal consenso é impossível? Nenhuma força política séria e honesta aceita qualquer entendimento com o bando de salafrários que se alcandorou ao poder fazendo, conscientemente, falsíssimas promessas ao eleitorado,

Ainda a Ucrânia e os anticomunistas primários

Confesso que não sabia que a Ucrânia tinha um partido comunista e, muito menos, que fosse da simpatia de Putin. Sei da História que houve movimentos nacionalistas que se opuseram ao comunismo e, simultaneamente, ao nazismo, mas não esqueço como foram recebidas em festa as tropas de Hitler pela parte ocidental, à semelhança do que fizeram a Áustria, a Hungria e a Polónia, onde, ainda hoje, sobretudo hoje, ressurge o fascismo com todos os ingredientes xenófobos, homofóbicos e antissemitas. Não me preocupam as estátuas de Lenine a ser derrubadas, assusta-me a destruição de um monumento aos mortos contra o nazismo. Não me incomoda, antes pelo contrário, a utopia apaixonada da União Europeia, assusta-me o ódio que proíbe partidos, faz justiça popular e incita ao antissemitismo numa orgia demente que lembra fraturas da guerra e esquece os mortos provocados pelos nazis, entre 5 a 8 milhões de civis. Não há o direito de acirrar ódios, aprofundar clivagens e desintegrar nações em nome de id

24 de fevereiro – efemérides

1582 – Gregório XIII estabelece o calendário gregoriano, um calendário cuja lógica o tornou uma referência para a contagem do tempo, em quase todo o mundo. 1843 – Nasce Teófilo Braga, escritor, filólogo, literato e político que foi Presidente da República. 1901 – A Igreja Ortodoxa excomunga o escritor russo Leon Tolstoi, uma tradição pia de todas as religiões contra os adversários. 1912 – António José de Almeida funda o Partido Evolucionista e parte o Movimento Republicano. 1920 – É constituído o Partido Nacional Socialista Alemão, o partido nazi, de Adolfo Hitler, em Munique. É altura de estudarmos a história da ascensão de Hitler ao poder e as condições que permitiram ao pintor de tabuletas lançar o mundo numa tragédia. 1978 – António Arnault, ministro dos Assuntos Sociais, apresenta o Serviço Nacional de Saúde.

Momento zen de segunda_24-02-2014

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João César das Neves (JCN) intitula a homilia de hoje, no DN, “Liberdade, igualdade e amor” numa síntese constrangida entre a Revolução Francesa e a sacristia. Depois de debitar umas trivialidades sobre as revoluções “ britânica de 1688, americana de 1776, francesa de 1789 e seguintes”, sem dizer, talvez por pudor pio, quais foram as seguintes, demorou a chegar à sua obsessão, antes de afirmar que “a luta cultural deslocou-se para questões de sexo e limites da vida”. Este homem é um escravo do sexo obcecado com a castidade e um defensor da vida que começa nos óvulos ou nos espermatozoides, julgando que a ejaculação, durante o sono, é um genocídio involuntário. Acordado, é um pecado. A êxtase religioso atinge-o quando afirma que “Vêem-se os conceitos, as lógicas e os métodos que os antigos aplicavam à nobreza, escravatura, pena de morte, proletariado ou racismo, utilizados em assuntos eróticos e hospitalares». Só quem esteja acostumado ao devoto percebe a linguagem exotérica e

A Ucrânia, a anarquia e o futuro

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Não me sinto capaz de tomar partido na rebelião popular, atiçada do exterior, num país em ruínas. A pobreza extrema, uma agricultura destruída no que foi o celeiro da Europa, a divisão étnica e a tradição autoritária e antidemocrática estão na origem de confrontos, que ameaçam continuar, para vingar o sangue já derramado. Não vale a pena, agora, recordar as matanças e as migrações forçadas por Estaline que alteraram a matriz étnica e cultural do segundo maior país da Europa. O que não entendo é a explosão do nazismo em apoio aos partidos que anseiam a união à Europa, como se a Rússia fosse um país africano e os nazis indefetíveis partidários da União Europeia. Também não entendo o apoio de alguma esquerda às forças pró-russas como se Moscovo fosse um soviete dirigido pelo comunista Ieltsin. A disputa entre potências capitalistas, com a Rússia a ser alvo do apetite da Nato, pode provocar uma hecatombe e debilitar o poder russo. De certeza, altera-se a correlação de forças, com a

Mais uma adenda à volta do XXV Congresso do PSD

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O PS cometeu hoje um clamoroso erro político.   A indicação de Francisco Assis para liderar as listas socialistas nas eleições europeias era esperada mas tinha um ‘ timing ’ definido.   Entretanto, o nomeado para liderar a coligação PSD/CDS, Paulo Rangel , desafiou, no Congresso deste fim-de-semana, com alguma virulência (‘ quanto antes ’!, e outros ' piropos '), o PS a indicar já o seu cabeça de lista link .   O anúncio de hoje, por parte do PS link , é uma alteração da data aprazada (5 de Março), que era entendida como integrante de uma estratégia eleitoral, i. e., após o Congresso do PSE link .   Esta mudança de atitude revela algo que é impensável. Isto é, fica a sensação de que a agenda política do PS foi colocada a reboque dos interesses da coligação governamental.   Ao que tudo indicia e sem melhores explicações é com um erro deste calibre que o PS  abre a campanha para o parlamento europeu.

Duas notas marginais sobre o Congresso do PSD.

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1.) No 'arraial de encerramento' do Congresso do PSD, entre euforias descontroladas e divertimentos retóricos para todos os gostos, ouvimos uma frase que choca frontalmente com os 'sucessos' que foram objecto de festivas comemorações por parte da maioria dos congressistas. Passos Coelho disse: “ Tudo o que fizemos não chega. Precisamos de fazer muito mais. Não é fácil, não é menos exigente… ” link . Então como é? Os tais sacrifícios que ‘ valeram a pena ’ vão ser substituídos por mais sacrifícios?   2.) Neste Congresso os repetidos apelos a uma convergência com o PS atingiram as raias da ‘overdose’. Tornaram-se num massacre, transformaram-se num eco e perderam qualquer credibilidade. Trata-se de um ‘slogan’ eleitoral do PSD que tem de ser transformado naquilo que efectivamente é: um ruidoso ‘ soundbite ’. Existe, porém, algumas responsabilidades do PS para que essa lenga-lenga continue a ‘infernizar-nos’. Alguém no PS terá de esclarecer frontalmente que

As frases

(Freud no Cloliseu) «Quando o resgate chegou, o País tinha 94% de dívida pública. A troika falava de um teto máximo de 114, 9%. Ora, em menos de três anos, a dívida explodiu mais de 35 pontos percentuais, ultrapassando mesmo em 15 pp o limite antecipado pela troika. Entre 2000 e 2007, a dívida aumentou 17 pp. Era o tempo do "despesismo". Com a austeridade, que visa controlar e reduzir, a dívida cresceu a um ritmo quatro vezes superior!» VIRIATO SOROMENHO-MARQUES Ontem, DN

Córdova

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A ancestral mesquita de Córdova (actualmente designada sob um nome híbrido de ‘ mesquita-catedral ’) volta a merecer a atenção pública tendo-se transformado num problema regional (para a Andaluzia) mas, na verdade, a sua dimensão é maior  [mundial] já que diz respeito à propriedade e usufruto de bens culturais sejam civis, militares, religiosos, profanos, artísticos, arquitectónicos, museológicos ou até mesmo naturais. Está em curso uma petição link para transformar esse riquíssimo e único património histórico-religioso (há quase 30 anos Património da Humanidade link ) num templo ecuménico, onde ficasse assegurada a prática de uma ampla liberdade religiosa. Esta é mais uma ‘acção popular’ no sentido de devolver aos cidadãos a capacidade de disfrutar em pleno as suas liberdades, pública e constitucionalmente, consagradas. Indo mais além do solicitado na petição julgo que este conjunto histórico-religioso e cultural deveria ser um ‘espaço aberto’, um ‘museu-vivo’, que os cidadãos

João Paulo II (JP2) – o santo encomendado

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A devota adulação e o indulgente esquecimento dos defeitos de JP2 facilitaram a Bento XVI a reabilitação que a Comunhão e Libertação, os Legionários de Cristo e o Opus Dei desejavam. Estas seitas pouco estimáveis lembram – não sei porquê –, a PIDE, a Legião e a Mocidade Portuguesa, na defesa do salazarismo e da sinistra figura inspiradora. O funeral de JP2, a instigar a rápida canonização, “santo súbito”, foi encenado por um padre polaco e outros membros da igreja do seu país natal, que distribuíram os cartazes e orquestraram os slogans.  JP2 viu em Pinochet e na dedicada esposa um «casal cristão exemplar», ministrou-lhes, embevecido, a eucaristia e apresentou-se à varanda do Palácio La Moneda com o frio torcionário, para ser ovacionado pelos devotos, sem se lembrar de que, naquele palácio, se tinha suicidado Salvador Allende, presidente eleito, deposto pelo seu amigo golpista.  JP2 intercedeu pela libertação de Pinochet quando foi detido em Londres, por crimes contra

Congresso do PSD

Manda a honestidade que preste homenagem a um excelente discurso de um adversário, um discurso imaculado na forma e na substância, cheio de força e convicção, a marcar a arrancada para as eleições europeias. Foi o discurso de Paulo Rangel, brilhante orador e político de primeira. Lamento que os adversários possam ser surpreendidos pela garra do eurodeputado. Quanto à demagogia, venha o primeiro partido que atire a primeira pedra.

Passos Coelho, a social-democracia e o descongresso do Coliseu

Passos Coelho, porta-voz da coligação governamental e putativo líder do PSD, tirou da cartola ultraliberal a social-democracia, forma de Governo de que terá ouvido falar nos corredores da JSD e de que sabe tanto como da arte de governar. Parece um vegetariano a tirar do bolso a sanduíche de leitão ou o indiano muçulmano de “Os Versículos Satânicos”, a sonhar que lhe saíam porcos pela comissura dos lábios, após ter sobrevivido ao atentado terrorista executado à bomba, por separatistas sikh, no avião em que seguia. No circo, donde os mais cautos se alhearam, apareceu Luís Filipe Meneses a discursar e a fazer queixinhas da sua derrota no Porto, assumindo a derrota por inteiro e atribuindo culpas a outros, um paradoxo recorrente do ex-edil de Gaia. Aproveitou para anunciar, à guisa de proposta, Paulo Rangel para liderar a coligação às eleições europeias, surpresa que está reservada para Passos Coelho, às 20H00. Para não ficar atrás, PPC foi à tribuna ameaçar com uma nova intervenção pa

A social-democracia, segundo Passos Coelho

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Itália: Renzi, Alfano e Padoan...

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A Itália está a viver mais uma mutação política que resulta essencialmente de acertos (de contas?) no PD e de ‘ ajustamentos ’ com Angelino Alfano do partido NCD (Novo CentroDireita) e ex-delfim de Berlusconi.   Para além da novidade da paridade de géneros entre o pleno de ministros dirigidos por Matteo Renzi link , fundamental para prever a evolução da política italiana será analisar o perfil do novo ministro da Economia e Finanças, Pier Carlo Padoan , ao que parece ‘ sugerido ’ pelo presidente da República Giorgio Napolitano. Trata-se de um reputado economista com um ‘circuito profissional’ muito significativo e revelador. No espaço europeu foi consultor na Comissão Europeia e no Banco Central Europeu . A nível internacional trabalhou no Banco Mundial e foi economista-chefe na OCDE . Em Itália desempenhou funções de director executivo do FMI . Com este currículo o curso da política económica e financeira italiana tornou-se bastante previsível.   Nota: Até ao m

Notas avulsas sobre o Congresso do PSD

A diferença entre a orquestra afinada do Coliseu e o País é abissal. No País não há lugar para ninguém, no Coliseu havia lugar para todos. Cá fora, houve vaias à entrada do PM; lá dentro, só houve palmas. Quando PPC afirmou que «estamos hoje muito melhor do que há dois anos», surgiu a ovação genuína. Era notório que estavam lá os desempregados que tinham conseguido emprego, ao contrário de centenas de milhar de portugueses que o perderam e que não são congressistas. Lembrei-me da Loja dos Pássaros onde um papagaio que dizia palavras em português custava 500 euros; outro, que as dizia também inglês, custava 1000 euros; um terceiro, 2.000 euros. Um cliente, estranhando o preço, inquiriu quantas línguas falava o último. O dono da loja advertiu que nada dizia mas que os outros o tratavam por Presidente. No Coliseu todos chamaram Presidente a Passos Coelho. Enquanto fustigou os presentes, com banalidades e números que ninguém pôs em causa, afirmou que o PSD era um partido social-democ

Os malabaristas em 'exame'...

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Se algumas dúvidas existissem sobre a natureza da euforia demonstrada pelo actual Governo, acerca da ‘ténue’ recuperação da economia, do ‘tipo cavalo inglês’ (aquele que morreu de inacção quando se estava a habituar a viver sem comer), algumas das notícias vindas a público link sobre novas exigências da Troika nesta penúltima (?) ‘avaliação’, esclarecem cabalmente o que se está a passar nos bastidores das negociações link .   No campo dos ‘ inactivos ’, como este Governo chama aos reformados, medidas tendentes a iludir o TC estarão na forja, sob o nebuloso manto de efectuar “ ao longo de 2014, uma reforma do sistema de pensões ” link , entenda-se, transformar os cortes efectuados até agora como transitórios nas suas – para este Governo – dilectas ‘ soluções estruturais ’ e duradouras.   Para o vulgar cidadão é perfeitamente incompreensível (para não dizer intolerável) como se pretende dinamizar a economia restringindo ainda mais o poder de compra dos trabalhadores (ao que p

O referendo à coadoção

O Tribunal Constitucional (TC) não chumbou um referendo que qualquer leigo sabia inconstitucional. O TC chumbou a inépcia do grupo parlamentar do PSD, o frete que o deputado da madraça jovem fez ao putativo PM, a manobra de litigantes de má fé com que quiseram desviar as atenções dos problemas que agravam no País. A direção do PSD quer deixar cair a proposta que encomendou à Jota. Hugo Soares diz que resiste. Passos Coelho ainda não falou. Quando falar, em vez de pedir desculpas à AR e ao País, fingirá que é PM. É a esta gente que devia estar ainda na Universidade, a preparar-se, que o país entregou o poder. O povo abúlico, derrotado, roído de remorsos, com o PR assimilado no Governo, espera que a legislatura se cumpra como o moribundo em sofrimento aguarda ansioso o último suspiro. Que pouca sorte a nossa. E que sorte ainda pior a das crianças a quem a impreparação e o preconceito negam o direito à família.

Pelos vistos, há profetas verdadeiros.

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Voltaire, o Cândido e a comunicação social

Esquecido da propriedade dos órgãos da comunicação social, julguei que a propaganda ao Governo correspondia à melhoria das condições de vida dos portugueses e à queda do desemprego. Para ter a certeza de que os jornais não me enganavam, vi a SIC, entre as 23H00 e as 14H00 e tive a certeza de que a economia estava próspera, apenas urgia fazer acertos estruturais, isto é, despedir os funcionários públicos. Decididamente, segundo ouvi, tudo corre pelo melhor no melhor dos mundos. Suspeitei da fartura e lembrei-me de um tal Dr. Pangloss para quem, também este, é o melhor dos mundos possíveis, onde tudo corre bem e da melhor maneira. Acabei por me dar conta de que em vez de um Dr. Pangloss estavam dois, dirigidos pelo avençado José Gomes Ferreira. Só quase no fim me lembrei donde conhecia os teólogos da felicidade que nos coube. Voltaire tinha adivinhado a sua existência e o ridículo a que os submeteu encontra-se lá no «Cândido», obra a que urge regressar. Só não disseram que as desgr

Um bispo reformado de professor era o general que faltava

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Major-general Manuel Linda Num país laico há professores a fazer proselitismo à custa do Orçamento, professores que os bispos nomeiam e exoneram livremente, prestando serviço a uma religião particular, mas pagos por todos contribuintes. Podem acabar as aulas de humanidades mas mantêm-se como oferta obrigatória as aulas de Religião e Moral católica. Há quem comece a acumular tempo de serviço a doutrinar os alunos, acabe por ultrapassar colegas mais classificados e progrida como professor de biologia. Agora é nas Forças Armadas, a que a Igreja católica conseguiu juntar as forças policiais, que vai ser nomeado um novo bispo com a patente de major-general. Se os católicos fardados precisam de um comandante, não tardará que um major divulgue a bondade do Corão e um tenente as delícias da Tora. O que surpreende é a obrigação do Estado ter de pagar a salvação eterna dos militares e polícias. Manuel Linda era o bispo auxiliar de Braga que o múnus retirou das funções docentes, com

O PS CADA VEZ SURPREENDE MAIS

É público e notório que o PS tem dado sucessivos tiros no pé e tem feito uma oposição frouxa, cinzenta, apagada, insuscetível de galvanizar o povo. Isto não o ajuda nada, antes o vai prejudicar nas próximas pugnas eleitorais. Não consigo perceber porque agem assim. Mas então não é que o proeminente Dr. António Vitorino apareceu hoje na TV a apresentar um livro de (ou sobre) o inqualificável Vitor Gaspar e a desfazer-se em elogios à odiosa personagem? Isto é inadmissível! Eu sei que em democracia nada impede que se elogie um adversário político. Mas Gaspar não é digno de ser considerado um adversário político. Não merece esse estatuto. Gaspar é o pior carrasco do povo português de todos os tempos. É um traidor à Pátria, que governou apenas para satisfazer os interesses dos credores, designadamente da Alemanha, obedecendo a todas as vontades da MerKel e do seu ministro das Finanças. Qualquer pessoa de bem se recusaria a apertar a mão ao abjeto Gaspar. Mas Vitorino foi ao ponto de o

Factos e documentos

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A 1.ª República foi generosa   (amável cedência de M. P. Maça) Clique na imagem

Previsões...

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O PSD está em vias de ficar nas mãos de Santana Lopes, Relvas e Marco António, depois do suicídio político de Luís Filipe Meneses, no Porto, do fim do nado-morto Passos Coelho e do funeral de Alberto João Jardim, que ainda se julga vivo.

Carta para Giordano Bruno

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Meu caro Giordano Bruno: Mesmo para um frade dominicano, habituado às maldades da ordem e à substituição da inteligência pelas orações, foi terrível suportar sete anos de julgamento. Uma coisa é a reclusão voluntária no convento, na convicção de que um ser imaginário se rebola de gozo com o silêncio e as súplicas, para lhe reservar um lugar vitalício no Paraíso; outra, é a prisão nas masmorras da Inquisição, a antevisão permanente da fogueira que espera o réprobo, a sindicância perversa à inteligência, as ameaças pias e o convite à retratação. Nos finais do século XVI, pensar era heresia, redigir livros profanos, uma abominação, e ter ideias, o caminho mais rápido para a fogueira e o Inferno. Foste acusado de blasfémia, conduta imoral e heresia porque os teus livros divergiam da teologia dogmática e referiam doutrinas diferentes da filosofia e cosmologia que a Igreja católica ensinava. O teu crime era a ciência a que te dedicavas e para os néscios que te julgaram, incapazes d

Saudades para Vanessa (crónica)

Há nove anos, num dia de fevereiro de 2005, lia e não acreditava. Voltava a ler. Julgava estar a perceber mal, e relia. Pensava que havia gralha, que o jornalista tivesse cometido um lapso e dissesse o contrário do que queria. Li uma última vez. Senti comoção e a raiva. Sabia das baixezas de que os homens são capazes. Estive 26 meses na guerra colonial. Mas, talvez, a estupidez não seja o pior dos males. Pior só a estupidez e a crença reunidas. Paulo, drogado, saído da prisão de Custóias há quatro meses, desempregado, fazia filhos em várias mães no Bairro do Aleixo, bairro de problemas e miséria da cidade do Porto. Uma das filhas chamava-se Vanessa. Tinha cinco anos e a vida para viver. Paulo matou-a à pancada. A mãe de Vanessa mandou rezar-lhe missa do 7.º dia na igreja de Lordelo do Ouro, no Porto. Foi o mimo que lhe faltou em vida. Copiei devagar o que li e reli na pg. 90 da “Visão”, desse dia. Domingos Oliveira, padre que celebrou a missa, por Vanessa, criança de cinco anos

Factos e documentos

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Luís Filipe Meneses foi o Alberto João Jardim de Gaia, a quem não faltou o seu Jaime Ramos, Marco António, e que podia ter sido o Passos Coelho de Portugal.

Generosidade republicana

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(Enviado por M. P. Maça)

Cerâmica nacional

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18 de fevereiro – efemérides

O melhor: 1564 – Nasce Galileu Galilei, notável astrónomo italiano a quem o horror da Inquisição à ciência havia de infernizar a vida. 1798 – Napoleão conquista Roma e decreta o fim do poder político da Santa Sé. Pio VI recusa a rendição, é detido e levado para França. 1911 – O Governo português cria a comissão para o Estuda da Reforma Ortográfica. 1931 – Tem início a publicação clandestina  do Avante, órgão oficial do PCP.

As eleições europeias e o difícil momento do PS…

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As eleições europeias ameaçam ser o novo detonador político nacional. É óbvio que as ‘ ondas de choque ’ resultantes deste acto eleitoral não ameaçam só o PS mas, antecipadamente, a Direita esforça-se por alijar as consequências políticas e partidárias em caso de uma eventual derrota (a somar à das autárquicas).    Para  conviver bem com o mal dos outros (da Direita) será prudente olhar atempadamente para a nossa volta. Na verdade, os problemas político-partidários nacionais não se resumem ao PS. Afectam, na generalidade, aquilo a que se designa por Esquerda. Todavia, e apesar de todas as mudanças ocorridas nos últimos anos, continua a ser verdadeira a velha crença que não existirão soluções na Esquerda que excluam o PS. É a chamada ‘posição charneira’ que pouco tem facilitado o diálogo mas acarreta maiores responsabilidades. E, sendo assim, é notório que PS – ‘motor’ de qualquer mudança que as próximas  eleições são uma oportunidade - está a entrar num ‘estado de ebulição’ pr

Pensamento

O escritor é um lavrador que revolve a terra da memória e tira com o arado as vogais e consoantes com que constrói as palavras que planta nas páginas em branco do livro por fazer. Ora semeia a eito, ora apara os ramos das árvores que nascem da fantasia do cultivador. Dá-lhes as cores e o cheiro, mistura-as a seu gosto e enche o campo de palavras, para as mondar antes de as colher em livro ou guardar no disco rígido se a timidez ou a avareza o inibem de as partilhar. É o jardineiro que debuxa canteiros onde nascem frases que se transformam em plantas e darão folhas, flores, frutos e sementes nas árvores derrubadas para fazerem um livro. Onde o arado arranha a morfologia da palavra ou fere na frase a sintaxe, o escritor alivia a rabiça e procura um novo rumo para a linha que há de sair com a pureza do diamante e a beleza da prosa que preenche as páginas em branco do livro que será.

A direita e a Constituição da República

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 Há quem pense que se deve à medíocre cultura democrática de Passos Coelho ou a débil convicção de Cavaco o desprezo pela Constituição que juraram cumprir e fazer cumprir. Não são os académicos que ornamentam um Governo sem tino, mas com forte ideologia ultraliberal, que podem estimar a matriz do nosso ordenamento democrático. Apesar de termos uma Constituição aprovada e aplaudida pelo PCP, PS e PSD, apenas com reservas do CDS que não a aprovou; apesar das revisões que tornaram possível que os partidos da direita governassem apenas submetidos, como em qualquer democracia, ao respeito pela lei fundamental; apesar de não ter havido, até ao assalto do poder pelos extremistas que tomaram conta do PSD e do Governo, problemas de governação; manda a verdade que se diga que a intriga contra a CRP começou com um general fascista que Sá Carneiro inventou contra o general Eanes na candidatura ao segundo mandato deste. Fica aqui o documento que o recentemente falecido general, ex-governad

Uma decisão imponderada de Seguro

Há dias, o atual Governo anunciou a redução do número dos Tribunais, sem abdicar das mentiras e meias verdades com que costuma atribuir as decisões impopulares ao anterior Governo. É falso que estivesse assinada tão drástica redução, mas não significa que esta não seja necessária e uma opção legítima para redução de despesas públicas. Um tribunal com 300 processos não pode ter um juiz e um procurador quando há outros com 30.000 processos (números próximos da realidade) e igual número de magistrados. Mesmo um Governo incompetente, em que o refugo do PSD se coligou com a fina flor do CDS, amamentado, por razões estranhas, por este PR, pode tomar boas decisões. Em tão numerosas e más, é natural que alguma possa ser boa e original. Não sei se a redução dos Tribunais é boa medida, mas não me atrevo a considera-la má. Percebo o interior desertificado a bater-se desesperadamente pela manutenção, mas não caio na demagogia de aplaudir todas as decisões impopulares. O intuito do

Justiça e benevolência na 1.ª República

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(Amável deferência do meu amigo M. P. Maça)

Tal como Salazar, a Igreja denigre a ONU

Igreja: Porta-voz da Conferência Episcopal considera «lastimável» que ONU tenha omitido relatórios do Vaticano Em causa diretrizes em curso na Igreja Católica sobre casos de abuso sexual O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lamentou hoje que as Nações Unidas tenham dirigido recomendações à Santa Sé sobre o tratamento de casos de abusos sexuais na Igreja Católica omitindo o relatório anteriormente entregue pelo Vaticano sobre o assunto.

13 de fevereiro 1965 – Homenagem A Humberto Delgado

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Faz hoje 49 anos que foi assassinado por Casimiro Monteiro, o homem que a ditadura salazarista impediu de ser presidente da República (1958), por fraude, e de continuar a viver (1965), a tiro, através de uma brigada da PIDE enviada a Espanha. Humberto Delgado não foi a única vítima dos esbirros do fascismo, a exceção na longa história de repressão, mas foi um destacado opositor a quem a morte sinistra e o exílio conferiram a auréola do martírio. Rosa Casaco, chefe da brigada que executou o general Delgado, assassínio que Salazar logo atribuiu aos comunistas, ainda passeou livremente pelo país de que foi carcereiro e carrasco, depois do 25 de Abril e exibiu a boçalidade, com ameaças a democratas, depois de ter visto prescrever o crime. O então ministro do Interior, Alfredo dos Santos Júnior, morreu velho e velhaco, com a reforma de presidente do Conselho de Administração de uma importante empresa do Estado. Salazar, ditador vitalício, perdeu o conhecimento, sentado, graças ao

A esquerda e as esquerdas - o seu e o nosso labirinto

A Europa está a resvalar para uma direita de matriz fascista, longe daquela que se bateu contra o nazi-fascismo, agora, de novo, nacionalista, xenófoba e racista. Já se apresenta a votos, tal como é, às escâncaras, enquanto a esquerda defende a ortodoxia ou  capitula, isto é, se divide numa luta tribal que facilita a vida à extrema-direita. A reflexão sobre o período e as ocorrências que antecederam a Segunda Grande Guerra (1939/45) podia ser a benzodiazepina necessária para acalmar os ímpetos dementes do extremismo e a pílula que controlasse o renascimento dos demónios totalitários. O frenesim eleitoralista dos que dizem renegar o eleitoralismo abre brechas entre forças capazes de transformar a Europa num sítio melhor. O horror ao federalismo, com todas as suas consequências, longe de libertar as nações arrisca-se a promover a balcanização. A cegueira com que se elegem inimigos principais, sob o pretexto da pureza ideológica, é a força motriz que empurra para a direita os que a

Associação Ateísta Portuguesa - sol - entrevista (Para memória futura)

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Carlos Esperança

O DN e o seu diretor

O delegado de Portas, Passos Coelho e Cavaco, no DN, João Marcelino, putativo diretor de um órgão onde ainda resistem excelentes jornalistas, usa os editoriais ao serviço do Governo. Parecem redações encomendadas. Hoje, depois de umas vacuidades sobre a última emissão da dívida pública, finaliza com a defesa da expulsão de António Capucho, assim: «Se o PSD ou qualquer outro partido não reagisse desse modo seria a própria democracia interna que ficaria em causa» [sic]. Se fosse no PCP era estalinismo. Manuel Alegre concorreu contra o candidato oficial do PS a PR, Mário Soares, e não foi expulso. Continuam ambos, aliás, a ser referências do PS. Zenha e Mário Soares foram adversários na luta pela presidência da República e, na segunda volta, Zenha mandou votar em Soares. O estalinismo do PSD é o único que tem direito a comunicados oficiosos.

O PSD e António Capucho

Ninguém pensa fazer de António d’Orey Capucho um mártir ou um suicida partidário. António Capucho é um conservador civilizado que não se revê no bando que tomou o PSD e cuja companhia lhe provoca brotoeja. É expulso hoje e será reabilitado amanhã. A sua expulsão é, sob o ponto de vista jurídico, inatacável. Calvão da Silva, professor em Coimbra, reacionário saído da incubadora do defunto PM Mota Pinto, sabe que a jurisprudência partidária não é imparcial, serve a luta de cliques sob o manto diáfano dos estatutos. E não prescindiu do seu momento de glória expulsando António Capucho. O que perturba este PSD e pode abalar as ambições de Calvão da Silva, desconhecido para lá da Ponte Europa ou da de Santa Clara, é o ajuste de contas contra a vulgaridade dos próceres que tomaram o partido e que levaram a cabo a política de terra queimada, fazendo de Portugal um laboratório do ultraliberalismo em democracia. Quando a inteligência do partido voltar, pela urgência de limpar as nódoas do

O 'ponta-pé' do último referendo suiço

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Esta montagem fotográfica revela como seria a imagem da selecção helvética  de acordo com o decidido no referendo sobre emigração. Para os ' tiffosi'  de futebol meditarem. .. Fonte: (http://www.huffingtonpost.es/2014/02/10/suiza-seleccion-futbol-inmigracion_n_4760548.html)

A entrevista de Vítor Gaspar

Vítor Gaspar deu uma longa entrevista  a Maria João Avilez, transformada num livro de 368 páginas. Deixo de parte a apreciação que fez da impreparação de Eduardo Catroga para negociar o memorando de entendimento com a troika, situação a que o PSD obrigou o PS. Assinalo apenas que as respostas do ultraliberal foram certamente dadas por escrito. De outro modo nenhum dos protagonistas viveria para acabar a entrevista.

Portugal não fica atrás do Egito

Peritos egípcios descobriram no norte do Cairo três esqueletos humanos e uma múmia rodeada de dezenas de amuletos e estatuetas com mais de 2500 anos , anunciou este domingo o ministro das Antiguidades do Egipto, Mohamed Ibrahim. Eu compreendo o entusiasmo dos egiptólogos, arqueólogos e espeleologistas com estas descobertas. O Egito é um santuários que as areias do deserto preservaram e onde todos os dias a antiguidade surge pelas mãos de estudiosos que dedicaram a vida a analisar as civilizações milenares que habitaram o vale do Nilo. Curiosamente ninguém escava Portugal, onde podia encontrar uma múmia com funções atribuídas, em bom estado de conservação, e esqueletos à frente do destino do país. Era escusado revolver toneladas de areia, consultar papiros, decifrar hieróglifos e investigar escritas perdidas, bastava consultar o Diário da República e ler os jornais. Portugal é um desconhecido cemitério onde jazem espécimes raros, o paraíso de cábulas que não descobrem uma múmia nu

Entrevista - CM - Associação Ateísta Portuguesa

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As rifas fiscais e o ridículo

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A Pátria anda em polvorosa. A imensa tômbola do ministério das Finanças abarrota com faturas de bicas, pensos, lenientes para o prurido, pastilhas elásticas, remédios da caspa, pentes, iogurtes, corta-unhas, facas de cozinha, palmilhas e hortaliças. Miss Swap teve de ser evacuada com um guincho, que a salvou da asfixia, entre faturas de mercearia, peixe congelado e bacalhau. Passos Coelho, a inteirar-se do andamento da rifa, perdeu os guarda-costas, em número inferior ao das faturas, envoltos em recibos de linhas, agulhas, botões e colchetas. O computador oculto para atualizar o roubo das pensões, depois das eleições europeias, foi posto ao serviço das faturas de bicas, garotos e cariocas de limão. O País começou a comprar fruta e ovos à unidade para aumentar a probabilidade de andar de carro. Consta que um entusiasta do bazar mandou desdobrar as refeições em pastéis de nata e a revisão do carro em lavagens e que Paulo Portas entregou a fatura dos submarinos com o seu número de

O novel patriarca de Lisboa e a coadoção por casais do mesmo sexo

O Dr. Manuel Clemente, ex-bispo do Porto e atual patriarca de Lisboa, à espera do fim do prazo de validade cardinalícia do ex-patriarca Policarpo, para obter o devido barrete, entende que « os direitos das minorias devem ser referendados ». Não se trata de certezas metafísicas mas de opiniões pias. Certamente que foi o informal referendo à opinião pública que levou, perante aplausos devotos, os judeus e as bruxas à fogueira inquisitorial. Os direitos das minorias, sujeitos ao poder arbitrário das maiorias, podem erradicar vegetarianos, diabéticos, carteiristas, amola-tesouras, clérigos, leprosos ou corcundas.   Sendo a liberdade religiosa um direito que permite o culto às minorias eu imagino o que resultaria de um referendo sobre o direito das Testemunhas de Jeová, de Adventistas do 7.º Dia, mórmons ou dos mais minoritários, budistas Zen, a residirem em Portugal. Estando em causa a adoção comum por casais do mesmo sexo onde, legalmente, o filho de um já coabita com os dois

Clemente e a arte de bem referendar em toda a sela…

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O actual bispo de Lisboa (provavelmente o seu ‘estatuto de patriarca’ estará comprometido) chegou à sua sede episcopal com a aura de ser 'homem dos tempos modernos’. Todavia, o mundo está cheio de rasteiras e o seu ‘apostolado’ terá começado da pior maneira. O país assistiu atónito à manifestação política que rodeou a sua ‘entronização’ acabou por oferecer à sociedade no Mosteiro dos Jerónimos. link . E a cerimónia do Jerónimos’ esteve muito longe de qualquer modernidade, mais se assemelhando a uma reposição do ‘antigamente’. Adiante. Ontem, na TVI, o prelado (re)aparece a intervir nas questões políticas e, em público,   defende o referendo sobre a adopção e a co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo. E o argumento é que ‘os direitos das minorias devem ser referendados’. link . Na verdade, a primeira questão que este ‘golpe baixo e rasteiro', da autoria do PSD, coloca é na representatividade, dinâmica e no prestígio parlamentares, mas será também uma