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A FRASE
Por
Carlos Esperança
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A descolonização trágica e a colonização virtuosa
Por
Carlos Esperança
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Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Em pleno período revolucionário (o 5 de Outubro tinha ocorrido há menos de 1 ano) o despacho do então ministro José Relvas é rigoroso e escrupuloso na aplicação de um conjunto de legislação oriunda da monarquia. Trata-se da aplicação prática de conceito muito inspirador para a República: a justiça.
Nestes anos (1910-17) que foram também de consolidação do poder civil através da separação do Estado e da Igreja, cumpria-se aquilo que hoje é sistematicamente vilipendiado (aos cidadãos), i. e., os 'direitos adquiridos'.
E tratando questões de aposentação este despacho é, neste momento, um tremendo labéu para os actuais governantes que, se entretêm a violar direitos individuais e simultaneamente a 'achincalhar' a I República (retirando do calendário civil as comemorações do 5 de Outubro).
Alguns dirigentes políticos de Direita costumam classificar os tempos da I República como um 'regabofe', mas olhando para o que actualmente a envergonhada 'onda neoliberal' faz (p. exº: em relação às aposentações), de facto, verificamos que os tempos são outros e as pessoas (os 'políticos') diferentes, de outro quilate.
Ah! para que não apareçam desculpas espúrias deve acrescentar-se que na altura Portugal vivia uma grave situação financeira (...a que um qualquer actual governante não se eximiria de verrinosamente acrescentar: "herdada da monarquia").
Outros modos, outros princípios, outras virtudes... no tratamento da 'coisa pública'.