Generosidade republicana

(Enviado por M. P. Maça)

Comentários

e-pá! disse…
Para além da 'generosidade' é bem patente neste documento oficial a 'legalidade' republicana.
Em pleno período revolucionário (o 5 de Outubro tinha ocorrido há menos de 1 ano) o despacho do então ministro José Relvas é rigoroso e escrupuloso na aplicação de um conjunto de legislação oriunda da monarquia. Trata-se da aplicação prática de conceito muito inspirador para a República: a justiça.
Nestes anos (1910-17) que foram também de consolidação do poder civil através da separação do Estado e da Igreja, cumpria-se aquilo que hoje é sistematicamente vilipendiado (aos cidadãos), i. e., os 'direitos adquiridos'.
E tratando questões de aposentação este despacho é, neste momento, um tremendo labéu para os actuais governantes que, se entretêm a violar direitos individuais e simultaneamente a 'achincalhar' a I República (retirando do calendário civil as comemorações do 5 de Outubro).
Alguns dirigentes políticos de Direita costumam classificar os tempos da I República como um 'regabofe', mas olhando para o que actualmente a envergonhada 'onda neoliberal' faz (p. exº: em relação às aposentações), de facto, verificamos que os tempos são outros e as pessoas (os 'políticos') diferentes, de outro quilate.
Ah! para que não apareçam desculpas espúrias deve acrescentar-se que na altura Portugal vivia uma grave situação financeira (...a que um qualquer actual governante não se eximiria de verrinosamente acrescentar: "herdada da monarquia").
Outros modos, outros princípios, outras virtudes... no tratamento da 'coisa pública'.

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