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A mostrar mensagens de abril, 2016

Notas soltas – abril/2016

Pena de Morte – Para além da crueldade, as análises de ADN mostraram que nos EUA, pelo menos um em cada 25 condenados à morte era, na realidade, inocente. Desde 1973, mais de 300 inocentes foram mortos… com respeito absoluto pelo processo penal! Paulo Portas – O novo vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa aceitou, eticamente irrepreensível, um cargo. Curiosa é a condição de “Vice” que parece irrevogável em quem digere tão mal o lugar de nº. 2 a que está eternamente condenado. Polónia – Depois do papa João Paulo II, de santidade duvidosa, do herói da democracia, Lech Valesa, ex-informador da polícia soviética, elegeu um PR que proibiu o divórcio e promove uma política xenófoba e racista que assusta a União Europeia. Papéis do Panamá – O exótico nome exibe 11,5 milhões de ficheiros de uma indústria global de sociedades de advogados, empresas fiduciárias e grandes bancos, que vendem o sigilo financeiro a burlões, traficantes de droga, políticos, milionários e c

CDS e PSD: de protagonistas a espectadores…

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A Direita anda desorientada e com falta de imaginação. À boleia do Programa de Estabilidade e Crescimento 2016 queria repetir a ‘rábula’ de 2011 com o PEC IV do governo de José Sócrates. Viu com nervosismo e algum recalcamento a proposta de rejeição ao PEC 2016, colocada pelo CDS e apoiada pelo PSD, ser rejeitada pela maioria de Esquerda no Parlamento link . Estamos mais uma vez no domínio da infantilidade da cultura política. Cabe aqui uma frase de Marx: A História acontece primeiro como tragédia, depois repete-se como farsa. E a farsa de hoje no Parlamento levou essa Direita em desagregação a invectivar a Esquerda acusando-a de estar a ‘engolir sapos’ quando sabia - de papel passado (documento das 'posições conjuntas') - que a Esquerda não votará  favoravelmente propostas de rejeição vindas da Direita A Direita não é capaz de falar claro e com verdade aos portugueses. Tentou ingloriamente repetir o que conseguiu em 2011 link provocando a queda do Governo atr

A República e a primeira-dama

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A eleição do novo Presidente da República traria sempre o capital de esperança que o anterior se esforçou por esbanjar. Foi tão crispada, errática e ressentida a conduta de Cavaco Silva no seu rancoroso ocaso que, em cada dia que arrastava a sua animosidade, aumentava a esperança no novo PR, de tal modo que os opositores do candidato eleito, entre os quais me conto, rejubilaram com a substituição. Marcelo Rebelo de Sousa dará fortes razões para divergências como, aliás, já confirmou no subserviente beija-mão ao Papa, mas merece amplo aplauso o seu início de mandato, deveras auspicioso. O desejo de reconduzir o país à normalidade democrática, com igual respeito por todos os partidos, segundo a sua representatividade eleitoral, acatando, como lhe compete, as negociações na AR, são um bom indício. Com uma conduta oposta à de Cavaco, apesar de previsível, só Paulo Portas se antecipou a tirar ilações enquanto Passos Coelho, mais frouxo de raciocínio, parece aguardar o impossível r

O mundo é feito de mudança

A posse de Marcelo Rebelo de Sousa, em 9 de março último, completou a despoluição que as últimas eleições legislativas permitiram e cuja urgência se impunha aos 3 órgãos de soberania sujeitos a escrutínio popular. O Palácio de Belém ficou vago para um conservador inteligente, patriota, culto e com sentido de Estado e S. Bento para um PM com currículo democrático e provas dadas. Neste 25 de Abril voltaram ao Parlamento os militares da A25A e o PR anunciou outra condecoração ao saudoso capitão Salgueiro Maia, aquele herói a quem o antecessor negou considerar relevantes os serviços à Pátria, valor que reconheceu a dois Pides. Os democratas exultaram com o regresso dos capitães de Abril à tribuna de onde se autoexcluíram por se ter tornado viciado o ambiente e mal frequentado o espaço. Foram de esperança os discursos do PR, do presidente da AR e dos partidos de esquerda. Do CDS, o partido onde cedo deixaram de caber Freitas do Amaral e Lucas Pires e onde o malogrado Amaro da Costa

Brasil - Nova Campanha da Legalidade

A Nova Campanha da Legalidade, formada por mais de oito mil juristas de todos os estados brasileiros passa, a partir de hoje, a enviar ao mundo o manifesto que denuncia o golpe em curso no Brasil. O Manifesto está em português e já foi traduzido para inglês, italiano, francês, alemão e espanhol. São 52 páginas. Creio que estou suficientemente informado para poder concluir o que está em causa no Brasil, desta vez com coronéis mascarados com a toga, e julgo ser importante fazer a divulgação, já , ainda antes da leitura, para a compreensão do fenómeno golpista. Sinto cumprir um dever democrático ao divulgá-lo. Aqui fica o texto em português

Há diferenças

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25 de Abril, em Almeida

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Ontem, a 10 metros do Monumento ao 25 de Abril, no restaurante que a estrada separa, 85 cidadãos e cidadãs celebrámos a Manhã que será sempre futura e terá sempre futuro: MANHÃ FUTURA Era preciso agradecer às flores Terem guardado em si, Límpida e pura, Aquela promessa antiga Duma manhã futura. (Sophia de Mello Breyner Andresen) E recordámos outros poetas e, também de Sofia, a inscrição esculpida na pedra do Monumento: “Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo” Mas foram os capitães de Abril que mereceram na liturgia do dia a bênção dos cravos vermelhos e a evocação emocionada de quem não esquece a liberdade que lhes deve.

A sessão do 25 de Abril 2016 na AR…

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O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na Assembleia da República trouxe algo de novo ao ambiente político nacional link . Foi uma alocução relativamente estabilizadora e pacificadora sobre o actual momento político em manifesto contraste com as enfadonhas, vazias e algumas vezes ameaçadoras perorações do anterior presidente da República. À posteriori o País vai tomando consciência das suas passadas - mas vivas - desgraças, quer em relação à presidência, quer, também, no que diz respeito à governação. Estes contrastes incomodam a Direita que governou mais de 4 anos, com um programa que sempre desejou e foi ditado ao País pela troika, herança que só por hipocrisia e os maus resultados quer rejeitar.  Tudo o que se pretendeu apresentar aos portugueses como inevitável está a ser desmontado e a percepção de que tivemos sujeitos no anterior governo a um rígido programa ideológico é cada vez maior.  A sensação de evidente engano entre o que, em 2011, a Direita quis apresentar

Viva o 25 de Abril

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Há 42 anos saíram do Posto de Comando do MFA as primeiras notícias da Revolução e, em breve, começaram a florir cravos nos canos das espingardas. No Chiado, cercado no quartel da GNR, espavorido e incrédulo, com ministros a chorar, Marcelo Caetano, sitiado pela coragem serena de Salgueiro Maia, implorou um general para se render. Não foi o melhor quem recebeu o poder, mas era demasiado mau o que o entregava. No largo, em frente, o povo vitoriava os heróis, o capitão e os soldados que, de Santarém, ousaram vir escrever a página mais bela dessa madrugada. Vaso Lourenço estava preventivamente desterrado nos Açores, com Melo Antunes, mas a operação que Otelo tinha desenhado já era imparável. De Viseu, tinha saído o capitão Gertrudes da Silva com uma coluna militar tornada poderosa com os decididos capitães que, de Aveiro e da Figueira da Foz, se lhe juntaram. De Lamego, Delgado da Fonseca marchava sobre o Porto e, em Lisboa, o major Cardoso Fontão prendia o governador militar e os se

Obama na Europa e a 'alavancagem' do TTIP

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A digressão que o presidente Obama está a efectuar é o arrumar da casa (Branca!) antes de a desocupar como determinam as regras democráticas dos EUA na rotatividade presidencial. Foi de rompante à Arábia Saudita para tentar apaziguar os ânimos em relação à sua politica externa no Médio Oriente nomeadamente às negociações com o Irão e a melindrosa questão do “documento 17” link , este ano desclassificado das restrições de divulgação, que poderá revelar ligações suspeitas entre o reino saudita e os autores do atentado terrorista de 11 de Setembro.  Da visita a Riad transpareceu muita frieza e um franco afastamento que é revelador das actuais dificuldades de relacionamento entre dois velhos aliados. As amizades construídas à volta do crude são sempre 'viscosas'. Veremos quais as consequências futuras deste distanciamento mas parece mais um problema que foi transferido para a próxima presidência americana. Depois desta entrada em falso, Obama ‘aterrou’ na Europa visit

O Batizado do Menino Dinis - Texto de fim-de-semana

Injustamente ignorado pelas primeiras páginas dos jornais, afastado da abertura dos noticiários televisivos, teve lugar no dia 19 de fevereiro de 2000 o batizado do menino Dinis de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco João de Bragança*. A princípio julguei tratar-se de uma lista donde os padrinhos escolhessem o nome mais bonito. Só quando percebi que todos os nomes passavam a designar o novo cristão me dei conta da relevância do evento, abrilhantado pelo Senhor Bispo do Porto, numerosos membros do cabido, proeminentes plebeus e piedosas senhoras da melhor sociedade. Foi com alguma emoção que soube libertado dos riscos do limbo o pequeno Dinis através da água do rio Jordão, embora fosse preferível, por razões bacteriológicas, a dos Serviços Municipalizados do Porto depois de convenientemente benzida. Escreveu Augusto Abelaira que o homem é o único animal que distingue a água benta da outra, mas nada referiu sobre a diferença da água captada no rio Jordão ou na bacia hidrográ

Catroga sobre Teodora: encómios "assassinos"…

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Não há organismo financeiro, económico, de gestão, de contabilidade, de maeketing ou de notação capaz de refrear posições, projecções, antecipações, previsões sobre políticas orçamentais de diversos Países.  Mesmo em situações de equilíbrio ou de superavit logo são lançadas hipóteses do fim abrupto desses El Dorados por ante-visão de catastróficas estratégias globais em permanente incubação absolutamente destruidoras de capacidade autónoma de desenvolver-se e castradoras de todo o tipo de esperança.  Qualquer emergência económica ou financeira que afaste os povos da pobreza, em pleno desenvolvimento - como foram recentemente os chamados BRIC's - é de imediato apresentada como condicionada por interesses ocultos e enviesados, capturadores de qualquer tipo de sucesso.  O futuro - neste antros - está adstrito à aplicação de doutrinas neoliberais. Tudo o que sair deste redil está previamente condenado. Portugal tem sido uma vítima particular deste sistema de análise e di

Gralha ou desejo?

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A presidência da UE trocou a foto do ministro Mário Centeno pela do jornalista José Gomes Ferreira. O que parece uma gralha pode ter sido a manifestação subconsciente de um desejo que a realidade frustrou. Era mais fácil confundi-lo com a professora de Passos Coelho, que escondeu a situação do Banif aos portugueses, do que com o economista prestigiado que o diretório europeu tem dificuldade em aceitar, por mero preconceito ideológico contra um governo social-democrata que tem o apoio do PCP, BE e PEV. O jornalista em questão tem mais traços de Maria Luís Albuquerque do que de Mário Centeno.

Banco Central Europeu e soberania nacional

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Quando o Banco Central Europeu (BCE) proíbe o ministério das Finanças de divulgar a correspondência sobre o Banif, à AR, e o governador do BP ao Governo, urge perguntar se o BCE pode desafiar a soberania nacional e os seus órgãos e se existe democracia. Na Assembleia da República, o governador do BP, confrontado com os eventuais danos causados a Portugal com a proposta de limitar o acesso do Banif a liquidez, ocultando a informação ao Governo, invocou a confidencialidade que o BCE lhe exige. Sendo o governador do BP escolhido pelo Governo, em sintonia com a oposição, o que só não se observou na recondução do atual titular, no Governo de Passos Coelho, por débil formação democrática do PM e/ou eventuais interesses ocultos, e a nomeação pelo PR, para garantia de isenção, fica-se perplexo com a ausência de obrigações perante os órgãos de soberania eleitos e a dependência de um funcionário europeu nomeado. Esta situação revela à saciedade como as eleições se tornam mera liturgia p

O terrorismo de religiões pacíficas

A alegada promoção da paz pelas religiões, particularmente pelos monoteísmos, não possui fundamentação histórica. No entanto, a defesa da paz regista fartos e abnegados sacrifícios de crentes, de onde se deve concluir que estes podem ser benevolentes, apesar da fé. Sendo inevitável a ligação entre as crenças e a ação, é natural que a piedade conduza à prática do que a fé inspira, ao exercício do que sugerem os livros sagrados, à luta contra os infiéis (os outros) e ao proselitismo. É útil a conclusão de que os livros sagrados não devem ser levados à letra, mas amenizar a alegada vontade do deus que os inspirou ou duvidar da sua capacidade de comunicação, não revela solidez da fé. Dizer que o Islão, cuja demência se exacerbou com o fracasso da civilização árabe, nada tem a ver com o terrorismo, é como afirmar que as Cruzadas e a Inquisição não comprometeram o cristianismo ou que o judaísmo é alheio ao sionismo. O carácter pacífico das religiões, bem como das crenças políticas de i

Quo vadis, Brasil?

Quo vadis, Brasil? Para quem duvida da orquestração do golpe de Estado em curso, não pensa no efeito dominó para democracias que ainda existem na América do Sul ou esqueceu os nomes de Pinochet e Videla, Pense no voto do deputado golpista Jair Messias BOLSONARO, militar na reserva e político brasileiro que já vai no sexto mandato na Câmara Dos Deputados, dedicado (a favor da destituição de Dilma Roussef) ao coronel Brilhante USTRA, o conhecido torturador no tempo da Ditadura militar, que enfiava ratos nas vaginas das mulheres presas políticas! Deixo aqui os dados publicados pelo conhecido jornalista Carlos Fino: PROCESSOS CONTRA 299 DEPUTADOS, 75 CONDENADOS, 57 RÉUS, ENTRE ELES EDUARDO CUNHA, PRESIDENTE DA MESA NA VOTAÇÃO Contra Dilma Roussef não há qualquer processo por corrupção, nem sequer é acusada de ter obtido qualquer benefício pessoal ilegal ou ilegítimo. Carlos Fino BRASIL EM TRANSE - O DAY AFTER Dos 513 membros da Câmara dos Deputados, 299 estão envolvidos em p

Bruxelas e a política europeia

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Bruxelas já não é a capital simbólica da União Europeia (EU), o sonho acalentado pelos fundadores e partilhado por milhões de europeus que viram, na integração das nações da Europa, o futuro comum de um espaço cosmopolita, democrático, civilizado e solidário. Bruxelas é hoje a desculpa para a incapacidade dos governos de direita e o muro que se ergue contra os governos de esquerda, por mais moderados que sejam. Bruxelas é o braço armado do partido Popular Europeu, hegemónico e autoritário, com tiques antidemocráticos, bem longe dos fundadores dos partidos que o integram e que se recordavam da resistência contra o nazismo em que participaram ao lado de comunistas, sociais-democratas e outros. Hoje é o aríete que fustiga a muralha eleitoral que os povos procuram erguer contra a prepotência do pensamento único e da ditadura financeira. Bruxelas mantém como símbolo o Manneken Pis, mas longe do mito heroico que ainda lhe atribuem, a cópia da pequena estatueta que os turistas fotogra

Há vida para além da morte

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Brasil - A contabilidade do golpe

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Brasil – A destituição de Dilma Roussef

Foi a primeira vez que vi a justiça popular, no que tem de mais irracional e execrável, a funcionar por interpostos deputados. O mal-estar, a que a corrupção não é alheia, nem nova, deve-se à crise do capitalismo e à queda brutal dos preços das matérias primas, especialmente do petróleo, provocando a recessão que impediu a continuidade do ‘milagre brasileiro’ que retirou da miséria milhões de pobres. A ansiedade e a revolta, essas, foram estimuladas e ampliadas nas ruas pelos que nunca perdoaram as medidas sociais e o êxito dos governos de Lula, pelos que detêm os meios de comunicação social, pelos que, através de ditaduras militares, fruíram privilégios que procuram recuperar. O absurdo e imoral processo de destituição de Dilma Roussef foi conduzido por muitos deputados arguidos em processos de corrupção contra uma das raras personalidades da política brasileira que não aparece como suspeita em é alvo de qualquer investigação – a PR. Não podendo a PR eliminar os corruptos, des

Prematuros festejos evidenciam medidas que tardam…

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A situação do sistema financeiro português está bem espelhada no caso BPI. Em cima da hora determinada pelo BCE, 10 de Abril, anunciam formalmente que chegaram a um acordo. Passados uns dias surgem novos problemas que põem em causa o pré-anunciado acordo link . Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa já haviam festejado a solução encontrada. Deitaram foguetes e agora terão de apanhar as canas. A conclusão de que o acordo representava um sinal de confiança na economia portuguesa por parte dos investidores internacionais, foi prematura para não dizer precipitada. E no que dá ter um sistema bancário dependente de Angola e de Espanha. Na verdade, estas ‘peripécias negociais’ e os consequentes bloqueios revelam a necessidade de reformar o sistema bancário nacional mas também de repensar o funcionamento e as competências do Banco Central Europeu que se habitou a ‘forçar’ soluções com prazos apertados, muitas vezes ao arrepio dos interesses nacionais. Ao que se anuncia, dep

O cartão de cidadão, o Bloco de Esquerda e a igualdade de género

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A luta pela igualdade de género é uma obrigação que não permite pausas. Sabemos o que foi a violência a que as mulheres estiveram submetidas ao longo dos séculos, por estereótipos tribais de natureza patriarcal, violência longe de erradicar. Exatamente por ser tão sério o problema da discriminação, não podemos permitir que as boas intenções se prestem ao ridículo ou assumam o carácter agressivo que afaste quem é solidário com a causa, uma exigência da cidadania, da ética e do direito. O desejo de substituir a designação de “Cartão de Cidadão” por “Cartão de Cidadania” não acrescenta direitos à mulher nem traz benefícios para a igualdade de género. É mera manifestação de ruído sem conteúdo, uma exibição gratuita de criatividade. A cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país, não é um carimbo no cartão de identidade, referente a uma qualidade, de cidadão e de cidadã, indiferente ao género. Por melhor que te

Panama Papers – Soria, sorry…

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As revelações do ‘Panama Papers’ trouxeram à luz do dia uma rede de sociedades pertencentes à família do ministro da Indústria espanhol José Manuel Soria (originalmente dedicada ao cultivo e comercialização de tomates e de produtos hortofrutícolas sedeada em Canárias) que começam e acabam (pelo que já sabemos) no paraíso fiscal de Jersey (Canal da Mancha). Mais uma vez o ex-ministro começou por desmentir tudo o que dizia respeito às suas ligações com os off shores e cada dia surgiam novos documentos comprometedores. Até que apareceu o documento assinado pelo próprio em que substituiu o seu pai após o falecimento deste na empresa UK Lines, Limited (imagem) que tornou todas as suas afirmações e comentários proferidos nos últimos dias naquilo que era, na realidade, um chorrilho de vacuidades, falsas justificações e de mentiras. Não está apurado se o ex-ministro cometeu algum delito relacionado com os off shores que frequentava. Aguardemos para ver se deste assunto vai nascer

Laicidade

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Se permitimos a colonização de edifícios públicos pela iconografia cristã, abdicamos da legitimidade de impedir que as escolas, hospitais, lares e creches do país fiquem à mercê da chantagem que o Islão está a fazer na Europa.   Os corredores dos serviços do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC) já parecem caminhos para as sacristias onde Senhoras de Fátima e crucifixos ornam as paredes, quiçá a convidar os estropiados a viajar de joelhos. Em vez de promoverem a religião, atraem bactérias e animosidade. A falta de senso dos devotos e a incúria das direções, transformam um hospital público numa sacristia. Hoje, deixo aqui à reflexão dos leitores que são crentes, uma foto do átrio do Hospital da Guarda. Pensem se gostariam de ver ali a Estrela e o Crescente islâmicos ou a Estrela de Davi. 

Bélgica: chercher la clarté…

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Uma ministra do Governo belga, Jacqueline Galant , demitiu-se após acusação de ter mentido sobre os recentes atentados que fustigaram Bruxelas   link . Trata-se de um caso corriqueiro na política. Confrontada, no Parlamento, sobre as falhas na segurança nos aeroportos belgas recusou admitir o facto – que era uma evidência para os belgas - e depois questionada se teria sido advertida para esse facto pela UE negou tal aviso. Mais tarde, teve de admitir que na realidade tinha sido alertada pelos organismos comunitário para esse facto.  Mentiu a um órgão de soberania e tirou daí as devidas consequências. Quando se compara esta atitude com casos que passaram pelo nosso Parlamento como seja sobre swaps, PPP’s, resoluções bancárias, privatizações, etc., e as permanentes contradições (e omissões) entre os responsáveis políticos nacionais e as directrizes de Bruxelas, somos levados a pensar que vivemos num Continente diferente. Na realidade, habitamos um País onde a culpa morr

Laicidade traída

Associação Ateísta Portuguesa, reage, na “Paivense FM”, ao atropelo à laicidade cometido numa escola pública de Castelo de Paiva.  A AAP já questionou o Ministro da Educação  sobre mais um episódio que põe em causa valores fundamentais da Constituição da República Portuguesa. Clique AQUI para ouvir

Merkel e Erdogan: chegou a 1ª. factura/recibo…

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Merkel autorizou um processo contra humorista que ‘ousou’ satirizar Erdogan . O humorista Jan Bōhmerman segundo se percebe leu na emissora pública ZDF um texto satírico sobre Erdogan, aparentemente pejado de boçalidades link , em que exprimia a sua indignação acerca dos procedimentos do dirigente turco contra as minorias residentes neste País, nomeadamente, os curdos e cristãos. Indignação em que estará acompanhado por muitos cidadãos europeus. O gabinete governamental alemão dividiu-se acerca do pedido de instauração do processo solicitado por Erdogan criando atritos em virtude dos sociais-democratas (SPD), que integram o Governo federal alemão, terem-se manifestado contra a sua abertura link .  Consideraram – e cheios de razão – uma cedência à Turquia por assim dizer uma despudorada cobrança à chanceler do frete que se dispuseram a fazer, a troco de milhões de euros, na questão dos refugiados.  Confirma-se que não há almoços grátis. O caricato, para um leigo em ma

Associação Ateísta Portuguesa - Carta ao ministro da Educação

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Assunto: Atropelo à laicidade em escola de Castelo de Paiva. Exmo. Senhor Dr.Tiago Brandão Rodrigues Ministro da Educação Senhor Ministro, A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) tomou conhecimento da passagem, por Castelo de Paiva, da «Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima» [sic] e da iniciativa da diretora do Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva (AECP), Maria Beatriz Moreira Rodrigues e Silva, que, a “convite do Reverendo Padre F. Sérgio”, solicitou aos encarregados de educação autorização para que os alunos se pudessem deslocar, ao largo do conde, entre as 10 e as 11 horas do dia 13 de abril, acompanhados de professores e funcionários, para participarem na receção à referida imagem, se possível, trazendo uma “camisola/t-shirt / casaco branco.” (Ver anexo)  A AAP, considerando o atropelo grosseiro à laicidade e um desafio à separação Estado / Igrejas, constitucionalmente consagrado, na defesa da laicidade da escola pública, pede a V. Ex.ª se digne mandar esclare

Requiem pelo ‘regulador’…

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A situação que se desenrola à volta do inquérito parlamentar ao BANIF assume características cada vez mais preocupantes. O papel desempenhado pelo BdP em Frankfurt (antes do encerramento da atividade do Banif e da venda do banco ao desbarato)  propondo a limitação do acesso à liquidez do euro-sistema do banco nacional e consequentemente a ocultação dessas posições é, de facto, uma atitude injustificável ou, melhor, intolerável. Na verdade, cá dentro ‘fingia’ esforçar-se por solucionar os problemas de liquidez desse banco e, lá fora, pugnava pelo: ‘mata-se e esfola-se’ link . A densa opacidade que envolve todo o sistema financeiro é um nojo. E tanto mais hipócrita quando a maioria dos clientes enquanto potenciais devedores, para obterem crédito bancário, têm de se 'despir' perante uma 'chusma' de formulários bancários.   A justificação de que o corte no acesso à liquidez deste Banco foi proposto por ‘motivos prudenciais’, porque existiam soluções piores, é ver

A FRASE:

«As cidades levaram grande parte do século XX a habituarem-se ao automóvel e agora têm muito pouco tempo para se habituarem a viver sem automóvel.» (António Costa,primeiro-ministro, na inauguração da estação de Metro da Reboleira)
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CELEBREMOS (embora com um dia de atraso) O DIA DO BEIJO

A ‘chicana petrolífera’ em curso…

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A ‘dança’ dos preços do petróleo vem confirmar aquilo que há muito já sabíamos. Esta fonte energética é uma arma geopolítica poderosíssima dada a dependência mundial do crude. O seu preço final não tem qualquer relação com os preços de produção e de transporte mas encaixa-se em estratégias económicas globais e lutas pelo domínio dos ditos ‘mercados’. A prevista subida do preço do barril de petróleo pré-anunciada para a próxima conferencia da OPEP link , no Qatar, revela a volatilidade dos mercados e os interesses contraditórios que aí se digladiam. Na verdade, estas flutuações que traduzem guerras surdas entre a Arábia Saudita e os EUA – os dois maiores produtores da actualidade – têm custos enormíssimos para (todas) as economias europeias. Claro que existem outros ‘danos colaterais’ como os que se verificam na Venezuela, Brasil, Angola, Nigéria, etc. o que é uma cabal demonstração dos ledos e cegos enganos das doutrinas ‘neo-cons’ sobre a tão propalada capacidade concorrencia

As eleições nos EUA

Nas eleições do país mais poderoso do planeta deviam ser eleitores todos os cidadãos do mundo porque da decisão de quem se dá ao incómodo de votar nos EUA, depende a paz ou a guerra, a saúde ou a doença, a fome ou a abastança e a democracia ou a ditadura de cinco continentes. Um governo mundial poderia ser a solução para as desigualdades que se acentuam entre países, e a utopia tornar-se-ia realidade. É injusto e obsceno que os recursos mundiais e avanços técnicos e científicos não beneficiem igualmente todos os povos, quando as 62 pessoas mais ricas têm tanto dinheiro e bens quanto metade da população global e o 1% mais rico do mundo já detém tanta riqueza quanto o resto dos habitantes do planeta. Mas, sendo as coisas o que são e estando o mundo como está, em risco de se esgotar o espaço vital, de faltar água potável e oxigénio, de desaparecerem a clorofila e o ozono, de morrerem os mares e as florestas e de o solo arável ser cada vez mais escasso, não podemos alhear-nos das eleiç

O país e a corrupção

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Quando técnicos de administração tributária, inspetores, chefes de finanças, um diretor de serviços da Autoridade Tributária (AT), um diretor de finanças adjunto, um membro do Centro de Estudos Fiscais e AT, advogados, técnicos oficiais de contas e empresários são detidos por suspeita de corrupção; quando inspetores da PJ e oficiais das polícias se juntam numa teia de delinquência que ameaça os alicerces do Estado; quando políticos suspeitos são investigados; quando banqueiros, industriais e empresários fogem ao fisco e às obrigações para com a Segurança Social, parece que estamos sob um mar de lama. Curiosamente, para quem viveu na ditadura, fica a impressão de que ninguém está agora acima da Justiça e, salvo se as magistraturas se revelarem venais e partidarizadas, temos razões para acreditar que a democracia é o único regime com mecanismos de controlo. O facto de se romperem proteções corporativas e de a corrupção e outros crimes serem investigados, é a esperança que renasce n

O perigoso monetarismo do Sr. Wolfgang Schäuble_2

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Evangelização

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Anatomia de um cretino

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“Make America Great Again” Este quadro com o nu frontal de Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca, está em exibição na Galeria Maddox em Londres, depois de ter sido censurado nos EUA, onde a autora, Illma Gore, diz ter recebido ameaças de morte. A obra encontra-se agora na galeria londrina Maddox, à venda por um milhão de libras, cerca de 1,2 milhões de euros.

O perigoso monetarismo do Sr. Wolfgang Schäuble

«“Há um crescente consenso de que o excesso de liquidez [na economia] se tornou mais na causa do que na solução do problema”, defendeu Schäuble, considerando que acabar com esta política expansionista é como pôr fim à dependência das drogas.» (DN, hoje). Herdeiro de Reagan e Thatcher, que marcaram dolorosamente o seu tempo e deixaram a uma trágica herança, corremos o risco de que o poderoso ministro alemão das Finanças asfixie os países europeus de economias mais débeis.

Laicidade e laicismo

O padre Anselmo Borges, catedrático jubilado de Filosofia da FLUC, no último artigo semanal, no DN, (sábado p.p. ) afirma que existe diferença entre laicidade e laicismo, defendendo a laicidade e condenando o laicismo. Recorre, aliás, ao Dicionário de Língua Espanhola da Real Academia Espanhola, na sua última edição, que consagra a diferença, como fonte de prova para insistir num artifício semântico que serve a defesa dos privilégios de que a Igreja católica goza em Portugal, perguntando-se ainda se não haverá “uma deriva para confundir laicidade e laicismo”. Se há deriva, como se verifica no Dicionário supracitado, é para dissolver o conceito de laicidade, consagrado constitucionalmente e torpedeado, na prática, pelo poder central e local, insistindo em exibir clérigos católicos nas cerimónias oficiais. Não há laicismo mau e laicidade boa porque o laicismo defende a exclusão da influência da religião no estado, na cultura e na educação e tende a emancipar as instituições estata

Réforme Laboural en France et suicide politique….

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Com os problemas do terrorismo, a crise dos refugiados, a ameaça de Brexit e o infindável escândalo dos ‘Panama papers’ a situação laboral em França tem passado ao lado dos assuntos da actualidade. A reforma laboral de Manuel Valls está a crispar (deteriorar) profundamente o ambiente social em França.  No último mês foram convocadas 6 manifestações que, rotativamente, envolveram 200 cidades. Trata-se de uma contestação nacional organizada pelos sindicatos CGT e estudantes, recheadas de violência policial link ,  bem como manifestações espontâneas (“Nuit Debout” link ) que reúne todas as condições para se transformar num incontrolável protesto público generalizado. A reforma apareceu em público pela boca de Myriam El Khomri (ministra do Trabalho) como uma mudança visando criar novas flexibilidades às empresas para melhorar a competitividade da economia e introduzir novas protecções e novos direitos para os assalariados link . Trata-se de uma 2ª. versão do projecto gover

O PR, a Constituição e a separação de poderes

A fase terminal do anterior inquilino de Belém foi de tal modo amarga e dilacerante que ao alívio da saída se juntou o júbilo da chegada de um PR inteligente, empático e culto, sem negócios escuros, condutas dúbias ou antecedentes próximos antidemocráticos. Foi assim que a apoteose da chegada se prolongou, graças à empatia e sentido cénico do novo PR. Não fora o beija-mão papal, um ato de subserviência indigno do presidente de um país soberano e laico, e tudo se conjugava para uma lua de mel interminável com os portugueses, incluindo muitos dos que não votaram e dos que votaram contra ele. Passado o primeiro mês, começa o desgaste da frenética presidência em que parece que quem governa é o PR, quem marca a agenda política é o PR, quem comanda os outros órgãos de soberania é o PR. Ora, o Governo responde exclusivamente perante a AR, a condução da política externa é da exclusiva responsabilidade do Governo e os Tribunais gozam da independência que a CRP lhes garante. O exótico co

Usos e costumes

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Porque sou contra o multiculturalismo

Em primeiro lugar, porque falhou. Em segundo, porque há quem pense que a xenofobia, a violência, a misoginia, o tribalismo e o esclavagismo possam ser formas de cultura. O multiculturalismo é, muitas vezes defendido por Estados europeus, quase sempre para preservação de diferentes culturas e, muitas outras, por um sentimento de segurança das comunidades que resistem à integração e promovem a sua própria exclusão. Recuso-me a considerar como cultura a discriminação de género, a prática da excisão do clitóris, os casamentos forçados ou outras formas de opressão que as pressões religiosas, patriarcais e sociais impõem, ao arrepio do direito, nos estados democráticos. A sociedades tribais ou concentracionárias perpetuam valores que as vítimas assimilam e defendem. O estímulo que vem dos guetos, para o confronto às sociedades abertas dos países civilizados, galvaniza as vítimas, quase sempre mulheres, recebidas em apoteose, quando regressam do desafio aos valores que as suas comunidad