Papéis do Panamá
Da sargeta de um offshore saltaram nomes de traficantes de droga, milionários, burlões, políticos e celebridades. O exótico nome “papéis do Panamá” é o celofane que embrulha a fuga consentida de capitais, a delapidação de países pobres e a usura dos biltres que se apropriaram do que outros foram espoliados.
Não espanta o que se sabe e alimentará a comunicação social nos próximos tempos, o pasmo reside na quebra de segurança que se julgava inviolável, protegida por Estados, às vezes para pagar tarefas sujas, outras para benefício dos seus próceres.
O escândalo surgiu e não depende apenas dos jornalistas que pesquisam o mar de lama, 11,5 milhões de ficheiros, da indústria global de sociedades de advogados, empresas fiduciárias e grandes bancos, que vendem o sigilo financeiro por módicas comissões. O impacto não porá em causa o sistema económico e político responsável e que dele se alimenta à margem das próprias leis e da decência. Para isso já estão a trabalhar grandes escritórios de advogados e de gestão de imagem, de modo a que, servidos alguns bodes expiatórios e reforçada a segurança, possa prosseguir a cupidez e o crime.
Suspeito que da divulgação dos nomes há quem beneficie e quem seja imolado no altar da opinião pública, enquanto muitos outros passarão despercebidos ou ocultados pelos detentores dos órgãos de comunicação social.
Apesar do benefício indiscutível da denúncia e da convicção de que os jornalistas serão honestos, temo o aproveitamento geopolítico para derrubar líderes incómodos enquanto se protegem os que são úteis.
Para já, parece haver honestidade nas primeiras denúncias e a Internet pode substituir os interesses particulares de países e grupos. As consequências serão demolidoras, mas não é ainda a altura de acabar com os offshores. O crime precisa deles.
Não espanta o que se sabe e alimentará a comunicação social nos próximos tempos, o pasmo reside na quebra de segurança que se julgava inviolável, protegida por Estados, às vezes para pagar tarefas sujas, outras para benefício dos seus próceres.
O escândalo surgiu e não depende apenas dos jornalistas que pesquisam o mar de lama, 11,5 milhões de ficheiros, da indústria global de sociedades de advogados, empresas fiduciárias e grandes bancos, que vendem o sigilo financeiro por módicas comissões. O impacto não porá em causa o sistema económico e político responsável e que dele se alimenta à margem das próprias leis e da decência. Para isso já estão a trabalhar grandes escritórios de advogados e de gestão de imagem, de modo a que, servidos alguns bodes expiatórios e reforçada a segurança, possa prosseguir a cupidez e o crime.
Suspeito que da divulgação dos nomes há quem beneficie e quem seja imolado no altar da opinião pública, enquanto muitos outros passarão despercebidos ou ocultados pelos detentores dos órgãos de comunicação social.
Apesar do benefício indiscutível da denúncia e da convicção de que os jornalistas serão honestos, temo o aproveitamento geopolítico para derrubar líderes incómodos enquanto se protegem os que são úteis.
Para já, parece haver honestidade nas primeiras denúncias e a Internet pode substituir os interesses particulares de países e grupos. As consequências serão demolidoras, mas não é ainda a altura de acabar com os offshores. O crime precisa deles.
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