Prematuros festejos evidenciam medidas que tardam…
A situação do sistema financeiro português está bem espelhada no caso BPI. Em cima da hora determinada pelo BCE, 10 de Abril, anunciam formalmente que chegaram a um acordo.
Passados uns dias surgem novos problemas que põem em causa o pré-anunciado acordo link.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa já haviam festejado a solução encontrada. Deitaram foguetes e agora terão de apanhar as canas. A conclusão de que o acordo representava um sinal de confiança na economia portuguesa por parte dos investidores internacionais, foi prematura para não dizer precipitada.
E no que dá ter um sistema bancário dependente de Angola e de Espanha. Na verdade, estas ‘peripécias negociais’ e os consequentes bloqueios revelam a necessidade de reformar o sistema bancário nacional mas também de repensar o funcionamento e as competências do Banco Central Europeu que se habitou a ‘forçar’ soluções com prazos apertados, muitas vezes ao arrepio dos interesses nacionais.
Ao que se anuncia, depois de decorrido quase um ano, voltamos ao princípio, i. e., a uma OPA do CaixaBank sobre o BPI link.
Ninguém aparecerá no terreiro político a anunciar que o celebrado acordo falhou redondamente, que se fizeram anúncios errados aos mercados financeiros e que o sistema regulador desta operações (CMVM) parece ausente, distante e ineficaz.
Vamos esperar pelas ilações políticas sobre o funcionamento do sistema financeiro e verificar se existirão para futuro reformas substantivas.
Avançar para um ‘banco mau’ nacional para o crédito mal parado com escolhos deste tipo pelo caminho será simplesmente precipitado e temerário.
O problema é recorrente e premente: após a crise financeira desencadeada em 2008 pelo sistema bancário – nomeadamente a ‘banca de investimento’ - os mercados financeiros permanecerem incólumes a qualquer processo de mudança.
Aqui é que o sistema financeiro tem demonstrado resiliência (política, entenda-se). Nas permanentes fragilidades e distorções tem logrado - até quando? - a complacência dos contribuintes.
Aqui é que o sistema financeiro tem demonstrado resiliência (política, entenda-se). Nas permanentes fragilidades e distorções tem logrado - até quando? - a complacência dos contribuintes.
Começa a faltar a ‘pachorra’ para aturar isto e para ouvir diariamente lugares comuns justificativos das sacrossantas prerrogativas dos sistema bancário que conduzem periodicamente os contribuintes a resgates, resoluções ou o que lhe queiram chamar.
Aos festejos prematuros seria necessário acrescentar, para já, reformas antecipadas. Para ontem!
Trata-se de uma lição simples a tirar deste nova evolução sobre o BPI, quando ainda se investiga o BANIF e se anuncia a criação de um ‘banco mau’.
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