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A mostrar mensagens de junho, 2016

As charadas de Schäuble

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Para uma boa compressão de que como foi possível o Brexit sair vencedor no referendo britânico basta ler as recentes declarações do Sr. Wolfgang Schäuble sobre o nosso País link . Com políticos deste quilate é impossível construir uma União Europeia. Todavia, a aparentemente descuidada peroração do Sr. Schäuble não foi tão inocente e precipitada como o político alemão pretende fazer crer. ’Living the dream’ (neoliberal) é uma boa expressão para julgar disparates deste tipo. Numa encruzilhada política causada pelos recentes e graves acontecimentos na Europa, lá aparece o dito senhor a palrar sobre mais ‘resgates’. Aliás, o que o Sr. Schäuble deseja ardentemente é uma reprise da situação que se verificou, em 2015, com a Grécia, em que a teoria da ‘vacina’ foi aplicada para ‘castigar’ veleidades eleitorais do povo helénico. Trata-se do mais curto caminho para chegar ao fim da União. Interessante é perceber a oportunidade. O ministro alemão estava a ser questionado sobre o D

O intolerável senhor Wolfgang Schäuble

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O intragável ministro das Finanças, talvez pudesse ser um bom ministro de uma Europa alemã, mas é inaceitável como ministro de uma Alemanha europeia. A arrogância e falta de ética com que tentou violar as leis europeias no caso do Chipre, querendo suspender a cláusula que garante 100 mil euros a cada depositante bancário, reiterou-a ao admoestar o presidente do BCE cuja independência está consagrada. O incendiário da UE, que agora prejudicou gravemente os interesses de Portugal, é um implacável arruaceiro que não tolera desvios à política monetarista da ala mais radical do PPE. Ao dizer que Portugal precisaria de segundo resgate, para depois o negar “Os portugueses não o querem e não vão precisar se cumprirem as regras europeias”, quis agredir um governo democrático na defesa do pensamento único que lhe quer impor por não ser subserviente. E sabe como fragilizá-lo, de forma ignóbil, com a subida de juros. A insolência do sr. Schäuble, após referendo do RU, permite-lhe ignorar a

A União Europeia (UE) e Portugal

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A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço iniciou a união política e económica dos países europeus, a partir de 1950. Contava então apenas com os seis países fundadores, Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Em 1957 o Tratado de Roma instituiu a CEE ou “Mercado Comum”. Os EUA federaram-se em 1787 e só tiveram banco central e moeda comum em 1913 e a UE adquiriu a soberania monetária, atributo principal do federalismo (BCE e Euro), em apenas meio século, sem participação democraticamente legitimada. A verdade é que os países a aceitaram e, depois disso, o recuo tornou-se irreversível. A saída da moeda única é possível, tal como de um comboio a circular em alta velocidade. Os países readquirem a soberania total, mas é fácil imaginar o valor das reformas e do trabalho dos portugueses se voltassem a ser pagos em escudos e, ao ritmo a que se pode imaginar a sua desvalorização, como pagaríamos dívidas, incapazes de pagar em euros, e quem nos daria crédito para ma

O que é privado é que é bom

O que é privado é que é bom, no mínimo uma empresa pública (EP), da água ao ar, dos transportes à energia, dos aeroportos aos bancos, da educação e saúde às comunicações. Sem a privatização a eletricidade era de má qualidade, a avaliar pelo preço, o kw valia metade; a água de Coimbra passou da CMC para os SMASC, uma EP, e passou a valer o dobro, mas como não distingo a água benta da outra, passei a distinguir a água vulgar pelo custo, duplicou; o ramal ferroviário da Lousã passou a Metro de Coimbra e passei a viajar com mais conforto, com ar condicionado, sem cheiro a suor, de automóvel. Talvez o maior benefício tenha sido a privatização dos CTT. As cartas não chegam com aquela arreliadora pontualidade, os distribuidores vêm quando podem e abandonam o correio onde calha. No prédio onde moro, jaz uma carta, há cerca de quatro meses, para alguém que desconheço. O carteiro deixou-a no número e andar certos, apenas trocou a Rua António Jardim pela Praceta de S. Sebastião. Hoje veio uma

Saudades do afeto de Cavaco Silva

«Portugal não precisa de líderes rendidos a esta lamentável cultura de afetos» (Graça Canto Moniz, responsável pelo gabinete de estudos do CDS/PP)

Oscar Mascarenhas

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O livro póstumo do grande jornalista Oscar Mascarenhas é um verdadeiro curso de ética jornalística, mas é sobretudo um guia imprescindível para o leitor aprender a ler o que os jornalistas escrevem e a julgá-los pelo crivo exigente do antigo presidente da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas.

O Referendo e o referendo do Reino precariamente unido

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O Referendo é um instrumento democrático genuíno e perverso. A opção sim ou não é redutora, capaz de distorcer a vontade dos eleitores e de afirmar a pior vontade e o mais refinado ressentimento. A experiência portuguesa tem revelado indiferença a este instrumento e creio que nunca foi vinculativo, por não ter atraído às mesas de voto um mínimo de 50% dos eleitores. Votei contra a regionalização, que defendia, em divergência com as oito regiões. Queria cinco e a reforma administrativa prévia que garantisse melhor organização, em vez de se acrescentarem oito autarquias às existentes. O meu Não foi o de um ‘Sim, mas’. A saída do Reino pouco unido e da Irlanda do Norte debilita a União Europeia e torna-a ainda mais vulnerável aos perigos que nascem fora e, sobretudo, dentro de si. Não é por acaso que os partidos populistas exultaram com o resultado e lamento que os partidos de esquerda não vejam para que lado pende hoje a balança eleitoral. A UE perde a mais antiga democracia do

Em busca da notícia

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Espanha

A repetição de eleições não alterou substancialmente os resultados das anteriores. Como previsto, o PP cresceu (+14 deputados), continua o maior partido, e o PSOE perdeu (-5), e, contra todas as sondagens e previsões, continua o maior partido de esquerda. O PP ganhou, o PSOE decide, e o futuro governo é de novo uma incógnita. O Podemos, aliou-se aos comunistas (IU) e falhou o objetivo de alcançar, em coligação, mais deputados do que o PSOE. Com mais dois mandatos, perdeu no confronto quer em deputados quer em votos. Uma estratégia falhada. Ciudadanos (CS) perdeu 8 dos 40 deputados obtidos nas últimas eleições e dissolve-se numa direita que não há escândalo ou conspiração que a abale. Em resumo, o PP é o partido mais votado, o PSOE o único capaz de decidir o Governo e o Podemos o que pode optar entre alimentar o separatismo ou participar no poder. Depois da repetição de eleições, a situação política mantém-se, o eleitorado dá sinais de cansaço, a economia ressente-se, a União

A UE, o BREXIT e gestão de danos ….

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O impacto do Brexit na política comunitária europeia é incontornável. Muito embora a união política seja um arremedo não é possível avançar numa integração económica e financeira sem o mínimo sustentáculo político. E a fuga a este pressuposto poderá estar na origem dos múltiplos problemas europeus. Esta é uma das constatações directas, um pouco ao estilo lapalissiano, do Presidente da República numa recente deslocação a Mafra link . A entourage que corteja Angela Merkel e o Sr. Schäuble e está aboletada em Bruxelas vai – muito embora contrariada – tomar consciência que andar a tramar ‘soluções’ nos gabinetes acaba por chocar com a realidade política das nações que lhes pagam o ordenado. Um exemplo carismático dessa situação é a (di)gestão de conflitos e a manutenção de aparências de equidade para justas soluções.  Há cerca de 1 ano, Julho de 2015, na Grécia, o Governo recém-eleito promoveu um referendo sobre a aceitação das condições que estavam a ser impostas por Bruxela

Inglaterra - Pedido de SOS

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Lógica laica

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Um desenho de Dilem para o jornal Liberté Argel .

BREXIT e as alucinadas visões de Montenegro e Passos Coelho…

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As declarações do PSD acerca do resultado do Brexit são espantosas. O líder parlamentar Luís Montenegro faz um escabroso aproveitamento político dos resultados e chega a uma fantasiosa conclusão para consumo paroquial.  A cantilena repetida à saciedade pelo seu partido, quando tinha responsabilidades governativas, exaltando a tónica dos compromissos do País com os nossos ‘parceiros europeus’ afinal poderá não ser bem assim.  Quem o ouve será levado a supor que, também, saímos da UE e tão somente “estamos dependentes de nós próprios” link . Em que ficamos? Já Passos Coelho entrou na 'diarreia comunicativa' sobre o Brexit com considerações generalistas do tipo não me quero comprometer porque tenho muitos amigos em Bruxelas, Berlim e Frankfurt link .  À margem do Brexit e para sossegar os portugueses, invocou o Tratado Windsor (séc. XIV) que consagrou a aliança do reino português com a Inglaterra como parte integrante do dote de um casamento entre a casa de Avis com

O dia de ontem

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A jangada conservadora, suicida e assassina  David Cameron usou o referendo por falta de coragem para usar um cinto de bombas.

Brexit – A vitória da pequena Inglaterra sobre a Grã-Bretanha

A vitória do Brexit foi um voto contra o medo e a chantagem, os únicos argumentos de quem tem dirigido a União Europeia, como se esta apenas pudesse obedecer ao modelo único a que o PPE a quis condenar. Cameron foi, na sua pequenez, o grande obreiro da decomposição britânica, pôs fim ao reino unido, reduzindo-o à pequena Inglaterra e País de Gales, com a rainha a decorar a anacrónica monarquia que restará, e arriscou o princípio do fim da União Europeia. Os eleitores cederam ao populismo e à demagogia, derrotando quem não queria reduzir a Grã-Bretanha à pequena Inglaterra e sabia que a União Europeia só existiria com o Canal da Mancha aberto e o Reino só continuaria Unido dentro da UE, não se fechando no canal. A União Europeia deixa de contar com a segunda economia e as mais poderosas Forças Armadas do seu espaço. Boris Johnson derrotou Cameron numa vitória de Pirro, porque a promessa do referendo para ganhar as eleições, resultou na humilhação do último e na falta de soluções d

O BREXIT, a UE e os comportamentos de avestruz…

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O BREXIT obteve o voto maioritário dos britânicos link . É muito cedo para desmontar todo este complexo processo referendário que ontem teve o seu epilogo na Grã-Bretanha.  Mas a cascata de consequências que vêm aí, excedem largamente os números calculistas dos interesses económicos e financeiros imediatos, não se confinam à city londrina e, como teremos oportunidade de avaliar no futuro, são essencialmente políticas e 'sistémicas'.  Neste momento, deixando os britânicos entregues às suas democráticas opções, a análise fundamental é o entendimento – pelos cidadãos europeus – do que falhou no processo de construção de uma União Europeia sólida, solidária e próspera.  E muito embora exista um acumular de erros financeiros e económicos que ‘partiram’ a Europa entre um Norte/Centro e o Sul (ou a sua periferia) a grande derrota recaí sobre o establishment que se instalou em Bruxelas e manifestou uma total incapacidade de lidar com os problemas da União.  Nada poder

Sadiq Kan

O novo mayor de Londres, onde vi “a vitória de um islamita progressista e democrata contra o islão ignorante, reacionário e intolerante”, deixa-me inquieto com a ameaça da proibição de anúncios com mulheres em biquíni , nos transportes públicos. Sei que a publicidade choca para atrair a atenção e que não são apenas os muçulmanos que se sentem ofendidos com os anúncios públicos que exploram o corpo feminino, mas um islamita que sabe quanto a sua religião é pouco recomendável, não pode fazer coro com os queixosos do costume. É sabido que o Deus de Moisés é misógino, mas de todos os monoteísmos o mais implacável e demente, na atualidade, é o islamismo.   Quando Deus odeia o corpo da mulher, cabe ao homem escolher entre um e outra.

CGD: Ir à lã e ser tosquiado….

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A senda revanchista tecida à volta da CGD e alimentada pelo PSD insere-se na narrativa que Passos Coelho tentou contar aos portugueses quando assumiu a responsabilidade governamental em 2011.  Esta baseava-se num entorse histórico de que tudo o que foi feito durante este século em Portugal estava mal e o Governo de Direita iria mudar tudo para obter uma sólida sustentabilidade. Ao fim de 4 anos a única coisa que nos deixou foi um insustentável empobrecimento. A CGD é um banco público e qualquer posição do PSD sobre essa circunstância faz soar campainhas. Aliás, sobre a CGD os primeiros remoques surgiram na pré-campanha eleitoral para as Legislativas (Julho 2015) quando Passos Coelho levantou a questão à administração de não ter efectuado qualquer reembolso da ajuda pública link . Estava dado o primeiro sinal de que o PSD se preparava para atacar a Caixa, enquanto banco público. A par desse remoque o anterior Governo sempre deixou transpirar para o exterior que qualquer rec

A desfaçatez desta direita ultraliberal

A RTP-1 deu à manifestação de umas centenas de defensores da parasitação do erário público pelos colégios privados, no Porto, o espaço negado a dezenas de milhar que, em Lisboa, defenderam a escola pública, a única exigida na Constituição. Temos um canal público absolutamente independente do Governo e totalmente ao serviço da Oposição. É difícil ver um módico de coerência na direita ultraliberal enquanto defender interesses privados, a menos que tenha trocado a ideologia pela política cega da terra queimada, na sua obstrução sistemática e acéfala à execução da política do atual Governo. Em Portugal, contrariamente ao que devia suceder, abusa-se da substituição dos quadros dirigentes da função pública sempre que muda o Governo, mas há lugares políticos cuja substituição é uma exigência para a prossecução da política económica do governo que chega. As cinco comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDRs) são os instrumentos privilegiados, que exigem total sintonia com o g

PàF...

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E não há um sobressalto cívico na direita moderada, um resquício de pudor e um módico de remorso judaico-cristão, perante a incompetência e a mentira reiterada desta direita que até Bruxelas já denuncia? A abelha-mestra e o zangão foram mestres da intriga e da dissimulação. Onde está o rosto humano da direita que não se reduz a esta trupe que uma central de intoxicação dirigida por Miguel Relvas e o seu acólito Marco António levou à conquista do PSD? O PSD não deixará que a abelha-mestra faça ao zangão o que soe acontecer. Há melhores abelhas na colmeia. Quanto ao CDS, a futura liderança de Nuno Melo irá conduzi-lo ao extremismo que Manuel Monteiro falhou.

O PR e o Palácio de Belém

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Não, não me converti ao encanto de Marcelo que derrotou o meu candidato nas eleições presidenciais, nem votaria nele se as eleições se repetissem. Já me deu boas razões para o criticar, na obsessão de dar público testemunho da fé, como pretende a Igreja romana, no seu proselitismo, e o impede a neutralidade do cargo num país laico. O que não pensarei de Marcelo é que lhe faltem patriotismo, estatura política e honradez que o obrigam a respeitar os bens do Estado e a comportar-se com o zelo de um devoto e o escrúpulo de um juiz. A auditoria interna que mandou fazer às contas de Belém revela que pretende averiguar os gastos e prestar contas até ao último cêntimo. Tem um passado onde, em questões de negócios, não paira a mais leve suspeita e não pretenderá que a nuvem de uma qualquer incúria fique a ensombrá-lo. Não são as possíveis poupanças de Belém que terão influência nas contas públicas, mas o exemplo não deixará de ter consequências noutros departamentos do Estado. Segund

Palácio de Belém - Higiene em curso

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Paradoxos – Os bancos em geral e a CGD em particular

Quando faliu o BPN, não aconteceu apenas uma tragédia financeira com graves reflexos na economia portuguesa, foi o princípio do fim da reputação dos bancos e a desonra de políticos destacados, que se portaram como vulgares gatunos. Perdida a honra da direita, que aí tinha comprometidas figuras de primeiro plano, urgia encontrar o ruído que abafasse tão sórdida vergonha, que tirasse dos holofotes ministros emblemáticos do cavaquismo e angariadores de fundos das campanhas eleitorais. Foi então que se descobriu como bode expiatório o governador do Banco de Portugal, ao tempo um ex-secretário-geral do PS, sobre cuja incúria ou falta de meios recaíram as culpas da falência da supervisão, como se a eventual falha do regulador pudesse isentar os prevaricadores. Quase se pediu a prisão do polícia como único responsável do roubo e a absolvição dos ladrões no processo cuja prescrição ou morte natural há de isentá-los. Foi notória a violência ensurdecedora do sobrinho do cónego Eduardo Melo

Em memória de Jo Cox....

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A Europa na sua generalidade condenou o bárbaro assassinato da deputada trabalhista Jo Cox. Quando utilizamos a expressão “na sua generalidade” é disso mesmo que se trata.  Na verdade embora tenha sido uma indefectível europeísta as suas posições chocavam literalmente com os eurocratas de Bruxelas. Jo Cox não pactuava com aqueles que pretenderam ‘comprar’ o Governo de Londres, nomeadamente, numa questão que é um dos calcanhares de Aquiles da Europa. Isto é, a maneira como a UE está a lidar com o problema dos refugiados. Primeiro, não compreendia as hesitações perante o drama das pessoas que fogem de cenários de guerra, depois verberava a condescendência de Bruxelas relativamente às autorizações de discriminação face aos descendentes de emigrantes. Mas, por outro lado, a imprensa do Mundo, dito ‘ocidental’, enfeudada aos ditames neoliberais, tem tentado esconder as causas remotas deste horrendo crime. Jo Cox morreu quando fazia campanha pela permanência da Grã-Bretanha na UE. N

O futuro já chegou

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23 de Junho: a antecâmara de um cenário apocalíptico?

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Os recentes ‘avisos’ aos ingleses acerca do Brexit subscritos por múltiplos organismos internacionais inundam os espaços mediáticos [  link ; link ] . Desde a recessão económica a funestos espectros de isolamento existem diagnósticos e previsões para todos os gostos e feitios. É óbvio que a saída do Reino Unido da UE terá inevitáveis consequências internas e um forte rebate em toda a União cujos contornos oscilam entre as previsões mais pessimistas (o desmembramento) e as mais levianas (a manutenção do status quo ). Politicamente, todos pressentimos que o passo que se ensaia no Reino Unido poderá acarretar o fim do ‘Unido’, tal como ficou definido após a última Guerra Mundial e do processo de descolonização daí decorrente. A Escócia – com uma maioria de eleitores fortemente europeísta – não deverá ficar indiferente a esta convulsão. E fica por esclarecer qual será a atitude futura do País de Gales, bem como a da Irlanda do Norte. Para além das ondas de choque que atingir

Triunfo dos porcos

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Um 'temeroso' churrasco em Brasília…

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O ‘neo-establishment’ político brasileiro, nascido do golpe parlamentar’, decompõe-se em ritmo acelerado. Com a recente demissão do Ministro do Turismo, Henrique G. Alves link , por causas e problemas semelhantes aos anteriores abandonos governamentais (3 num mês!), o novíssimo elenco governamental (implicação no processo Lava Jacto) derramou sobre a ‘classe política’ brasileira uma inquietante pergunta: quem estará fora dos negócios da Petrobrás? Neste ‘oceano de corrupção’ poucos se salvam aos olhos da opinião pública. É um triste fim para a democracia de um dos maiores países do Mundo. Mas se o regime viveu longos anos sob o fantasma de uma pilhagem endémica algum dia teria de acontecer um sobressalto. Quando o grupo capitaneado por Michell Temer consegue, através de instrumentos e meios golpistas, assentar arraiais em Brasília pairava no ar um indisfarçável e fedorento cheiro a golpe e a temperatura política era escaldante. Hoje, o ambiente está irrespirável e o e

O PR e as peregrinações

A laicidade traída Depois do beija-mão ao Papa, um ato de subserviência pia que transforma um País num protetorado do Vaticano, o PR volta a esquecer a função e participa em maratonas pias. O cidadão Marcelo pode defumar-se em incenso, viajar genufletido à volta do oratório de casa e empanturrar-se de hóstias, o que não pode é submeter a República à benzedura de um bispo, participar como Comandante Supremo das FA em peregrinações, novenas, missas de ação de graças ou penitências pelos pecados próprios e alheios. Um jurista eminente, não pode esquecer a Constituição, no êxtase da transubstanciação da hóstia, no consolo do borrifo da água benta ou na persignação ao ritmo do comando de um clérigo. A ética republicana é incompatível com exibições públicas de fé, propaganda religiosa e devaneios beatos. Uma lufada de ar fresco do novo PR ressarciu o País da horrenda herança do antecessor e não pode transformar o ar que tornou mais respirável num gás poluído pela sacristia. Assi

Os sinuosos caminhos da fé...

Um sacristão bêbedo, um pastor sem inspiração divina, obras na estrada e a distração dos crentes, conduzem à autoestrada dos automóveis, mas não aos caminhos da fé. Nem Santa Vanessa lhes valeu ! (De um blogue satírico. A não perder)

Madura Estação - Livro de poesia

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A Madura Estação Não se imagina facilmente que um sólido historiador e docente universitário que chegou ao cume da carreira, com obra meritória e enorme quantidade de ex-alunos, licenciados, mestres e doutorados, ouse os caminhos da poesia e entregue numa editora… versos. E daí a surpresa do amigo e a curiosidade do leitor. Foi um regalo a leitura dos poemas onde se misturam a inquietação do Homem, a erudição do académico e a sempiterna sedução do feminino, com a magia das palavras na forma enjeitada durante a vida académica, de investigador e docente. Como não podia deixar de ser, é farta a erudição que embrulha os versos e forte a referência aos clássicos por quem os leu e não os esquece. Esperemos que Amadeu Carvalho Homem, honrado republicano e democrata, faça de «Madura Estação», o mero apeadeiro de uma viagem pelos caminhos da poesia, com novos frutos que deleitem os leitores. Na prosa estamos conversados. E essa continuará, inevitávelmente.

A frase

«Colocar debaixo dos holofotes mediáticos e da atenção de Frakfurt e de Bruxelas o banco que se pretende capitalizar, criando a ideia errada da súbita descoberta de um enorme "buraco escondido" fruto de uma gestão "ruinosa", é, no mínimo, irresponsável, senão mesmo perigoso.» (Graça Franco, diretora de informação da Rádio Renascença, aludindo às perguntas que Passos Coelho fez ao Governo)... e, digo eu, que poderia ter feito aos gestores quando esteve no Governo). Ponte Europa - O patriotismo e o sentido de Estado não se aprendem nas madraças juvenis.

A contrainformação e o Governo

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A sanha contra o atual Governo é um misto de deceção e ressentimento dos que jamais admitiram que poderia haver entendimentos à esquerda. A direita, pura e dura, ficou em desespero, por ver desmascarada a sua incompetência, maldade e vertigem ultraliberal e comprometida a meta, tão próxima, de desmantelamento do que restou do Estado social. A direita pensou, depois dos resultados eleitorais, em que foi muito ténue a punição dos desmandos de mais de quatro anos, que se perpetuaria no poder, apesar da inaptidão de quem a representou; a comunicação social, fiel aos patrões, perdeu a pudor e tornou-se o aparelho de propaganda desta direita a que Cavaco Silva, Paulo Portas e Passos Coelho deram uma deplorável imagem; os avençados agitam-se, em frenesim, a destruir tudo o que o Governo faz, recorrendo a cumplicidades compradas cá dentro e lá fora. Até a RTP é a câmara de ressonância da oposição, instrumento de chantagem que pisca o olho a quem promove o regresso. Nunca tantos se esf

Reino Unido (RU) e a União Europeia (EU) Eurexit e Brexit

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O Reino Unido, cada vez mais separado, sempre foi um caso exótico. Soube apressar o futuro e conservar o anacronismo, da monarquia à circulação pela esquerda, do horror ao sistema decimal à aversão pela partilha da soberania, paradoxo de quem está sempre na vanguarda da defesa da liberdade e é capaz de arriscar a própria desintegração. Foi o primeiro império a ceder aos movimentos independentistas, o mais tenaz a opor-se ao nazismo e o mais persistente na democracia. Desde os tempos de João Sem-Terra e da Magna Carta, que no dealbar do século XIII pôs termo ao absolutismo, foi a ilha que moldou a Europa, sem nunca se integrar, permanecendo santuário das liberdades. O RU irrita-nos e exalta-nos. A saída da União Europeia é má para si e pior para esta. E, ainda pior do que a saída, é o espírito vingativo de pigmeus como Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo e inventor do mestrado para benefício do currículo académico, e Wolfgang Schäuble, incapaz de ver para lá do seu credo

O Islão e o terrorismo

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Seria injusto e perigoso ver nos crentes, em todos os crentes, por mais idiotas que sejam as crenças, um grupo de terroristas. Aliás, há no Corão e na Suna, afirmações para todas as interpretações, que dizem uma coisa e o contrário, como se compreende de uma cópia grosseira do judaísmo e do cristianismo, registada por um beduíno analfabeto. O que não se aceita é a benevolência com homilias que apelam ao ódio e a intoxicação que os catequistas fazem. O que reclama combate, como aconteceu no cristianismo, é o proselitismo e valores defendidos, em madraças e mesquitas, por pregadores exaltados. A defesa da escravatura e pena de morte, por sodomia, homossexualidade, trabalho ao sábado e adultério feminino, por exemplo, constam do Antigo Testamento, e foi preciso submeter a palavra de Deus ao escrutínio sábio dos homens, para impedir tais crimes. Ninguém acredita que os nazis fossem todos pérfidos, que a demência lhes viesse de um livrinho escrito por um pintor de tabuletas e, no en

A frase

«As ameaças dominantes das alterações climáticas, que hoje congregam os governos em busca de soluções (Acordo de Paris), trazem com elas as crises de recursos alimentares, de água, de cuidados de saúde que levem os pobres a morrer mais cedo.» (Artigo semanal de Adriano Moreira, «Segurança humana», hoje, DN)

«Com a verdade me enganas» (Adágio popular) – A natureza dos crimes

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A imagem que aqui fica, vi-a publicada por alguém que considero e, por respeito, não refiro. É uma forma de branqueamento do carácter criminoso do Islão e a perigosa fuga à censura de crimes religiosos. É, em última análise, uma mentira, piedosa ou inocente, igualmente perversa, que esconde o problema que a civilização e a democracia têm com o islamismo. E os factos referidos são verdadeiros, para melhor nos enganarem. É fácil distinguir um crime de natureza religiosa do crime comum. Se uma pessoa mata para roubar, é irrelevante a religião, mas se o faz por motivos políticos ou religiosos, é pertinente conhecer a ideologia política ou a religião professada e até o grau de conexão entre ambas. As Cruzadas e os Autos de Fé foram crimes católicos, organizados ou admitidos por papas e executados por crentes, tal como a jihad é uma sucessão de crimes islâmicos, perpetrados por muçulmanos e instigados nas mesquitas por pregadores do Islão. É questionável que os homicídios de médicos

A mensagem

«A homofobia feriu de morte a liberdade em Orlando e no mundo. Ser livre também é poder escolher quem se ama. A liberdade vencerá o ódio.» (António Costa, primeiro-ministro)

Monarquia e República

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Um grande amigo, monárquico por herança paterna, azucrinou-me durante 10 anos com Cavaco Silva, como se, à semelhança dos reis, fosse vitalício e nos deixasse na herança a D. Patrícia como PR e o seu amoroso genro como 1.º Cavalheiro. Ora, em República, o mais doloroso furúnculo está sujeito ao prazo de validade e a data da cirurgia vem na Constituição. Argumentava-me ainda com Carmona, Craveiro Lopes e Américo Tomás, como se Portugal fosse República quando o infame ditador, beato e monárquico, fez do regime uma monocracia e dos alegados presidentes capachos. Na minha paciência republicana lá lhe lembrava o psicopata de D. Pedro, ora esse foi da 1.ª dinastia; depois socorria-me de D. Afonso VI, o deficiente mental, a quem o mano se apropriou do trono e da mulher, tornando-se D. Pedro II, ora esse foi exceção; e lá lhe atirava com D. Maria I, piedosa, louca e rainha até à morte, isso foi um caso especial; e só com o bárbaro D. Miguel, filho provado de D. Carlota Joaquina, o conven

Monarquia e paradoxos

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Há na excentricidade das monarquias não apenas o mofo dos séculos, mas o exotismo de quem lhe basta ter cabeça para usar coroa e a singularidade de quem escolhe as cores de acordo com a extravagância real. Sendo os reis uma espécie em vias de extinção, manda a defesa da biodiversidade que se conservem alguns exemplares para ilustrar a evolução das instituições. No Reino Unido, país cujo adjetivo é cada vez mais precário e questionável, reside no parque natural de Buckingham, habitualmente no palácio, a rainha Isabel II, coroada há mais de 60 anos e que, na ausência de código de barras ou prazo de validade impresso, é chefe de Estado até resignar ou se esquecer de respirar, tendo como prótese conjugal, o Sr. Filipe, que usa o pseudónimo de duque de Edimburgo. Os ingleses, hábeis em negócios, conseguem ter um ornamento que vendem aos turistas e à comunicação social, dando de brinde às revistas cor-de-rosa os príncipes e princesas, as traições matrimoniais, aventuras amorosas, gua

Quo vadis Maria Luís?

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O convite da organização da reunião do grupo Bildelberg à antiga ministra das Finanças link não deverá ser encarado como uma coincidência ou um mero acaso. Ninguém vai a essas reuniões impunemente ou pelos seus lindos olhos. As reuniões deste clube funcionam ou como o núcleo dinamizador de um governo mundial ou em alternativa como um governo sombra para essa mesma pretensão e no plano nacional pretendem antecipar, avaliar ou mesmo interferir no curso dos acontecimentos políticos.  As suas reuniões começam no pós-guerra (1954), sob a égide do príncipe Bernardo da Holanda. Interessante verificar que este ‘príncipe’ tem um percurso de vida muito pouco recomendável. Sem entrar em pormenores convém recordar que para além de um espirito e pensamento marcadamente nazi, foi militante (inscrito) do Partido Nacional-Socialista de Hitler, colaborou com as SS e, nas andanças da fundação do Clube Bilderberg, foi assessorado por outro proeminente nazi, Otto Wolf von Amerongen, que se notab

A nova mesquita de Lisboa e a laicidade

O que está em causa não é a construção de uma mesquita cuja volumetria e enquadramento terão de submeter-se ao PDM, cuja fiscalização cabe ao município, bem como a de cobrar as respetivas licenças. E o que é válido para uma mesquita não pode ser diferente para qualquer outro templo, quer se trate de uma igreja, sinagoga, pagode ou estádio de futebol. Nem sequer estão em causa os 3 milhões de euros gastos entre expropriações e despesas de construção, decisão que não foi tomada pelo atual executivo, mas subscrita por unanimidade, independentemente da leviandade com que mais vultuosas verbas tenham sido despendidas, desde sempre, com outra religião. Embora a lei não o proíba expressamente, a construção e conservação de templos não é uma atribuição dos municípios e as despesas de manutenção de culto, cabem aos crentes de cada religião e não devem ser assumidas por entidades obrigadas à neutralidade confessional. Alegam os autarcas, de todo o país, quando a Igreja católica é a benefic