O Referendo e o referendo do Reino precariamente unido
O Referendo é um instrumento democrático genuíno e perverso. A opção sim ou não é redutora, capaz de distorcer a vontade dos eleitores e de afirmar a pior vontade e o mais refinado ressentimento.
A experiência portuguesa tem revelado indiferença a este instrumento e creio que nunca foi vinculativo, por não ter atraído às mesas de voto um mínimo de 50% dos eleitores.
Votei contra a regionalização, que defendia, em divergência com as oito regiões. Queria cinco e a reforma administrativa prévia que garantisse melhor organização, em vez de se acrescentarem oito autarquias às existentes. O meu Não foi o de um ‘Sim, mas’.
A saída do Reino pouco unido e da Irlanda do Norte debilita a União Europeia e torna-a ainda mais vulnerável aos perigos que nascem fora e, sobretudo, dentro de si. Não é por acaso que os partidos populistas exultaram com o resultado e lamento que os partidos de esquerda não vejam para que lado pende hoje a balança eleitoral.
A UE perde a mais antiga democracia do mundo e, na sua insolência burocrática, já é com ameaças que se dirige a Londres como anteontem Catarina Martins a Bruxelas. Destaca-se, mais uma vez, a ponderação de Merkel, perante a sede de vingança dos que humilharam a Grécia. A desintegração da UE será dramática para a Europa e, sobretudo, para Portugal. Aqui, junto ao Oceano, espreita o regresso à miséria e à ditadura.
Detestei a soberania portuguesa, tão total e totalitária, que alcançava quatro continentes. ‘Orgulhosamente só’. Foi o resultado de um referendo, à Constituição Política de 1933, que bloqueou a liberdade do País, que jamais gozara um tão longo período democrático como depois do 25 de Abril, nem de tão acelerado desenvolvimento.
Com todos os seus defeitos, acredito na democracia política e dispenso a referendária.
Podemos estar na iminência de um terramoto maior do que o provocado por Wall Street, em 1929, ou pela falência do Lehman Brothers, em 2008. Basta um país deixar a moeda única. E temos vários candidatos. O resultado pode não ser pacífico e será catastrófico.
Apostila – Há quem distinga entre plebiscito e referendo, como o faz Boaventura Sousa Santos, mas são sinónimos. A diferença que me ocorre é a de as abstenções terem sido consideradas votos “SIM” no plebiscito que um execrável ditador promoveu em 1933.
A experiência portuguesa tem revelado indiferença a este instrumento e creio que nunca foi vinculativo, por não ter atraído às mesas de voto um mínimo de 50% dos eleitores.
Votei contra a regionalização, que defendia, em divergência com as oito regiões. Queria cinco e a reforma administrativa prévia que garantisse melhor organização, em vez de se acrescentarem oito autarquias às existentes. O meu Não foi o de um ‘Sim, mas’.
A saída do Reino pouco unido e da Irlanda do Norte debilita a União Europeia e torna-a ainda mais vulnerável aos perigos que nascem fora e, sobretudo, dentro de si. Não é por acaso que os partidos populistas exultaram com o resultado e lamento que os partidos de esquerda não vejam para que lado pende hoje a balança eleitoral.
A UE perde a mais antiga democracia do mundo e, na sua insolência burocrática, já é com ameaças que se dirige a Londres como anteontem Catarina Martins a Bruxelas. Destaca-se, mais uma vez, a ponderação de Merkel, perante a sede de vingança dos que humilharam a Grécia. A desintegração da UE será dramática para a Europa e, sobretudo, para Portugal. Aqui, junto ao Oceano, espreita o regresso à miséria e à ditadura.
Detestei a soberania portuguesa, tão total e totalitária, que alcançava quatro continentes. ‘Orgulhosamente só’. Foi o resultado de um referendo, à Constituição Política de 1933, que bloqueou a liberdade do País, que jamais gozara um tão longo período democrático como depois do 25 de Abril, nem de tão acelerado desenvolvimento.
Com todos os seus defeitos, acredito na democracia política e dispenso a referendária.
Podemos estar na iminência de um terramoto maior do que o provocado por Wall Street, em 1929, ou pela falência do Lehman Brothers, em 2008. Basta um país deixar a moeda única. E temos vários candidatos. O resultado pode não ser pacífico e será catastrófico.
Apostila – Há quem distinga entre plebiscito e referendo, como o faz Boaventura Sousa Santos, mas são sinónimos. A diferença que me ocorre é a de as abstenções terem sido consideradas votos “SIM” no plebiscito que um execrável ditador promoveu em 1933.
Comentários