A União Europeia (UE) e Portugal
A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço iniciou a união política e económica dos países europeus, a partir de 1950. Contava então apenas com os seis países fundadores, Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Em 1957 o Tratado de Roma instituiu a CEE ou “Mercado Comum”.
Os EUA federaram-se em 1787 e só tiveram banco central e moeda comum em 1913 e a UE adquiriu a soberania monetária, atributo principal do federalismo (BCE e Euro), em apenas meio século, sem participação democraticamente legitimada.
A verdade é que os países a aceitaram e, depois disso, o recuo tornou-se irreversível. A saída da moeda única é possível, tal como de um comboio a circular em alta velocidade. Os países readquirem a soberania total, mas é fácil imaginar o valor das reformas e do trabalho dos portugueses se voltassem a ser pagos em escudos e, ao ritmo a que se pode imaginar a sua desvalorização, como pagaríamos dívidas, incapazes de pagar em euros, e quem nos daria crédito para manter a economia a funcionar.
Contrariamente ao que se apregoa, o federalismo moderno, nascido em 1787, nos EUA (Constituição de Filadélfia) não absorve a soberania dos estados e povos federados. Uma federação exige Estados de direito, liberdade na educação, justiça penal e eleições livres. A transferência de poderes numa soberania partilhada é voluntária e não constitui humilhação, é o corolário de um espaço de livre circulação que não se limita à moeda e se estende às pessoas. A integração económica, social e política é imprescindível para objetivos comuns, que vão da defesa à diplomacia e da segurança à última instância da Justiça, mas não há neste momento condições políticas que a viabilizem.
O federalismo não é, na minha opinião, esse doentio pavor nascido nas incubadoras dos nacionalismos, é a forma mais avançada da evolução do feudalismo.
Os estados americanos não gozam de menor autonomia do que Portugal em relação a Bruxelas e beneficiam de mais segurança coletiva. O mesmo sucede com as repúblicas da federação russa onde muitos se obstinam em ver uma ditadura sem olharem para a Hungria, Polónia, Ucrânia e o que ainda aí virá.
A União Europeia ou caminha para o federalismo ou implode, mas é duvidoso que volte a haver condições e que os povos o desejem. A pulsão suicidária é enorme, os genes do tribalismo mantêm-se e há quem prefira a democracia referendária à parlamentar e, até, quem abomine a democracia.
Os EUA federaram-se em 1787 e só tiveram banco central e moeda comum em 1913 e a UE adquiriu a soberania monetária, atributo principal do federalismo (BCE e Euro), em apenas meio século, sem participação democraticamente legitimada.
A verdade é que os países a aceitaram e, depois disso, o recuo tornou-se irreversível. A saída da moeda única é possível, tal como de um comboio a circular em alta velocidade. Os países readquirem a soberania total, mas é fácil imaginar o valor das reformas e do trabalho dos portugueses se voltassem a ser pagos em escudos e, ao ritmo a que se pode imaginar a sua desvalorização, como pagaríamos dívidas, incapazes de pagar em euros, e quem nos daria crédito para manter a economia a funcionar.
Contrariamente ao que se apregoa, o federalismo moderno, nascido em 1787, nos EUA (Constituição de Filadélfia) não absorve a soberania dos estados e povos federados. Uma federação exige Estados de direito, liberdade na educação, justiça penal e eleições livres. A transferência de poderes numa soberania partilhada é voluntária e não constitui humilhação, é o corolário de um espaço de livre circulação que não se limita à moeda e se estende às pessoas. A integração económica, social e política é imprescindível para objetivos comuns, que vão da defesa à diplomacia e da segurança à última instância da Justiça, mas não há neste momento condições políticas que a viabilizem.
O federalismo não é, na minha opinião, esse doentio pavor nascido nas incubadoras dos nacionalismos, é a forma mais avançada da evolução do feudalismo.
Os estados americanos não gozam de menor autonomia do que Portugal em relação a Bruxelas e beneficiam de mais segurança coletiva. O mesmo sucede com as repúblicas da federação russa onde muitos se obstinam em ver uma ditadura sem olharem para a Hungria, Polónia, Ucrânia e o que ainda aí virá.
A União Europeia ou caminha para o federalismo ou implode, mas é duvidoso que volte a haver condições e que os povos o desejem. A pulsão suicidária é enorme, os genes do tribalismo mantêm-se e há quem prefira a democracia referendária à parlamentar e, até, quem abomine a democracia.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
A um tema fundamental, urgente e sempre oportuno, faltam dados, pormenores e informações indispensáveis.
Queres respirar mais fundo, amigo Esperança?!
De facto, assustado com a dimensão do texto, não expliquei o que somente queria:
1 - Dizer que não há moeda sem Estado;
2 - Que sou federalista;
3 - Que o federalismo europeu se tornou impossível.
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Manuel Galvão:
Nem tudo é mau nos EUA e, em último caso, prefiro um sistema bipartidário, ao monopartidário em que vivi 31 anos. E os grandes negócios não financiaram o simples bipartidarismo.