Mensagens

A mostrar mensagens de 2019

Bom 2020 – Car@s amig@s:

Imagem
Chegados ao fim de 2019 é mister apresentar votos canónicos de Boas Festas e desejar um Ano Novo feliz. O desejo existe, mas é ingenuidade acreditar na transformação em realidade. Os deuses ensandeceram, com a ajuda da amnésia coletiva e os esforços da pior e mais perigosa gente que governa o Mundo, dos EUA à China, da Rússia ao Reino Unido, da Turquia ao Brasil, com extremistas menos poderosos, levados ao poder pela democracia formal, na Polónia, Hungria, Brasil, Coreia do Norte, Filipinas e numerosos países onde a vontade divina se sobrepõe à humana e aos Direitos Humanos a violência da fé. A Terra esquenta, o oxigénio e a água potável escasseiam, fundem-se os gelos, avançam os desertos, a bomba demográfica explode e o futuro, cada vez mais perigoso, ameaça já as gerações que aí estão. Em Portugal, que alguns julgaram imune ao ressurgimento do fascismo, vive-se a orgia revivalista e o regresso dos valores que nos lançaram na guerra colonial e consentiram a mais longa ditadur

Dúvida metódica

Imagem
Há muito que uma dúvida tão dilacerante não me perseguia. O artigo que fotografei no jornal Público de anteontem, dia 29, deixou-me estupefacto. Foi um murro no estômago, um acordar para o pesadelo, depois de saber que as forças de segurança já se encontram infiltradas pelo ‘movimento zero’, que o fascismo avança e a democracia corre perigo. O conselheiro de Estado, Francisco Louçã, é um político prudente. Não é um boateiro que faz comentários e debita recados, que intriga e procura instilar o medo para obter dividendos. É urgente investigar o acusado e procurar na suspeita o perigo que a revelação oculta.

Marcelo e o PR

Imagem
Há entre Marcelo e o PR a difícil convivência onde é difícil distinguir o comentador e o PR, o zelador do regular funcionamento das instituições e o ‘agitprop’ que as perturba, o garante da laicidade da CRP e o crente, em voo picado, a oscular anelões episcopais. Marcelo não falha com a selfie a um colecionador de retratos, com o ósculo a um rosto sofredor, uma venera a um peito inchado, uma declaração a jornalistas que o seguem, o afago a um sem-abrigo ou o auxílio à profissional da caridade que exibe as esmolas que distribui. Marcelo vai a missas de sufrágio, a fogos e inundações, a banhos a praias, fluviais ou de mar, a funerais e tomadas de posse, a imposição de veneras, e faz declarações a todos os jornais, diários ou de parece, canais de rádio e televisão. Diz o que as pessoas querem e gostam, tem respostas para tudo e, se não agradam, tem outras. O narcisismo de Marcelo colide com a função, o desejo de consideração choca com a compostura e a avidez de poder com a intromi

É preciso topete!

Imagem

Tesourinho deprimente

Imagem
Concurso de resistência da pituitária aos odores, para a seleção de perfumistas.

Tesourinhos deprimentes

Imagem

Espanha -- Hoje

Imagem
A extrema-direita é o fascismo católico que frequentava a Falange. Não faltam padres para rezar pela alma dos fetos, sem saberem dizer a partir de quando 'nasce' a alma ou se a ejaculação é um genocídio.

Os bispos portugueses e a democracia

Imagem
É injusto comparar o cardeal Tolentino de Mendonça, agora em vias de reabilitação pelo Governo Regional da Madeira, depois do sólido ódio que Alberto João Jardim lhe devotou, pela sua postura cívica e progressista, com o cardeal de Lisboa. O bispo de Viseu que resignou voluntariamente em 2018, Ilídio Pinto Leandro, clérigo humanista e tolerante, era diferente do atual bispo do Porto, reacionário e provocador. A Igreja católica não é monolítica e, neste momento, o Vaticano é uma referência para a paz e concórdia, quando os nacionalismos e as religiões se dão as mãos numa sangrenta aliança, islamismo, judaísmo, catolicismo, hinduísmo, protestantismo evangélico e, até, o budismo, que, não sendo um teísmo, acaba por ser referência espiritual. Comparar o Papa Francisco com João Paulo II, amigo de todos os ditadores de direita, é erro clamoroso e uma injustiça que o atual pontífice não merece. Francisco não faz mais credível a crença, mas torna-a mais respeitável e respeitada. Há no

Maçonaria e Opus Dei – PAN, Teresa Leal Coelho e ASJP

Imagem
O PAN vai apresentar um projeto em que os titulares de cargos políticos e altos cargos públicos declarem a “filiação ou ligação a organizações ou associações de caráter discreto [como a Maçonaria e a Opus Dei] em sede de obrigações declarativas”. (Lusa, 14-12-2019) Teresa Leal Coelho, vereadora do PSD, exige a quem exerce funções de poder “que se exponha na sua integralidade no que respeita aos compromissos e fidelidades a que está vinculado, através de um registo de interesses detalhado”. (Expresso, 21-12-2019) A Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP) aprovou, há cerca de uma década, um compromisso ético em que defendeu que “o juiz não deve integrar organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que, pelo seu secretismo, não assegurem a plena transparência sobre a participação dos associados”. O PAN, sem consistência ideológica, para além da defesa meritória dos animais, propõe apenas que quem queira declarar a sua pertença a uma asso

Laicidade traída

Imagem
Os dois últimos presidentes da República desonraram a função com a subserviência ao clero.

Foi engano

Imagem
Se tivesse acontecido ser menina a misoginia não teria existido

A posse do Governador Civil da Guarda (Crónica da memória)

Em 19 de abril de 1960 tomou posse, com pompa e circunstância, o médico Alfredo dos Santos Júnior, político de fortes convicções fascistas e inexcedível dedicação a Salazar. Em 1933 foi eleito presidente do CADC, incubadora fascista de destacados quadros do regime, inclusive do ditador vitalício. Foi a sua única eleição, depois terminou sempre nomeado ou incluído nas listas únicas da União Nacional. A coreografia da tomada de posse de Governador Civil foi adequada ao largo cadastro do ex-presidente do CADC. Presidente da Câmara de Gouveia, fora presidente da União Nacional no distrito da Guarda, deputado e dirigente da Mocidade Portuguesa. Horas antes da cerimónia, a Polícia de Viação e Trânsito começara a parar o trânsito do Porto da Carne em direção à Guarda. Presidentes das Câmaras e forças vivas de todos os concelhos do distrito, incluindo os párocos, estavam já na cidade, para lhe prestarem vassalagem, ou integravam a comitiva que o precedia, para o aplaudirem à chegada, esc

Desejo a tod@s um Feliz Solstício de Inverno – 22 de dezembro de 2019 – 04H19

Imagem
Quando os deuses e deusas foram criados à medida dos anseios e medos humanos, eram bem mais variados nas formas e na substância com que eram idealizados em diferentes latitudes e culturas. Na Idade de Bronze, os patriarcas de tribos nómadas inventaram o deus único para todas as angústias e medos, sonhos e pesadelos, amores e ódios, criado à sua imagem e semelhança, a exigir imolações bárbaras, para acabar resignado às orações e aos óbolos necessários para alimentar a multidão de funcionários que lhe preservaram a memória e a moldaram ao longo da História e ao sabor dos costumes. Há dois mil e vinte e seis anos, em data ignorada e local diferente do que lhe atribuíram, foi registado na Palestina o único deus verdadeiro, à semelhança de deuses mais antigos, parido de mãe virgem, no solstício de inverno, judeu circuncidado, hábil em pregações e milagres. A primeira cisão do judaísmo, nascida do golpe de génio de Paulo de Tarso e tornada consistente pela necessidade de Constantino un

Coimbra – A homenagem a Antunes Varela

Imagem
Quando, em outubro de 2000, o presidente da Relação de Coimbra mandou recolocar o busto de Antunes Varela no Tribunal, desolado por ser um amigo e antigo colega de turma do liceu da Guarda, não deixei de gritar a minha indignação, nos jornais locais e num diário, contra o branqueamento da ditadura que o gesto representou. Então, já o ancião Antunes Varela se tornara inócuo pela idade, sem que a vergonha e os remorsos lhe abreviassem os dias, mas foi o ministro da ditadura que se homenageou. Agora, em 18 deste mês de dezembro senti revolta acrescida pelas palavras e, sobretudo, pela presença da ministra da Justiça, a elogiar o legado do professor que foi governante quando o cargo, ao contrário de hoje, lhe conferia ascendente, de facto, sobre os juízes. Se um professor competente, como se alegou, merecia a homenagem, Salazar merece a estátua do tamanho da indignidade e dos crimes, e será breve a reabilitação. O cúmulo foi atingido pelo presidente do S.T.J., a 4.ª figura do Estado

20 de dezembro de 1973

Imagem
Luis Carrero Blanco, presidente do Governo espanhol e cúmplice do maior genocida de todos os tempos na Península Ibérica, saía da missa, há 46 anos, bem rezado, benzido e comungado, quando 100 quilos de Goma-2, postos no túnel laboriosamente construído pela ETA, elevaram o carro blindado em que se deslocava a uma altura de cinco andares, deixando-o mais perto do Céu. Na queda, o carro caiu no pátio de um convento. Nunca foi tão santa e desejada a morte de um carrasco.

«Hacker bom e hacker mau» – Intenção frustrada

Há dias assim, não conseguimos fazer-nos compreender. Ontem, era meu objetivo debater os crimes informáticos e acabei a suscitar silêncios de amigos e a acordar paixões clubísticas quando sou agnóstico em questões de futebol e ateu nas de fé. Aconteceu no meu mural do Faceboock onde duplico os textos do Ponte Europa. Surpreende-me que, numa sociedade vigiada, se aceite facilmente a intrusão na vida pessoal, desde que não seja a nossa e moleste adversários ou inimigos. O que está em causa, uma vez mais, é a indulgência face ao crime informático, a forma de encarar a Justiça e saber se os fins justificam os meios e se o benefício de um crime deve absolver o criminoso. Falhei completamente.
Imagem
Hacker bom e hacker mau Um investigador de ciência da computação, que descobre funcionalidades não previstas nas especificações originais de um programa, é um hacker, mas os cientistas e os génios úteis à sociedade não surgem na comunicação social, só os criminosos virtuais, também geniais, que trocam a missão pelo crime, têm direito ao mediatismo e à defesa acalorada de quem despreza o direito à privacidade. Dos outros! Quando o nome de um hacker aparece na comunicação social é, quase sempre, o de um criminoso, e raramente o de alguém que abnegadamente procura combater os crimes. É difícil uma posição coerente, sem dilemas éticos, em relação aos roubos informáticos. Acontece ser-se indulgente para quem comete um crime sem visar benefícios pessoais, e descobre uma teia de corrupção, uma cilada a um cidadão que o privou da liberdade ou a contradição entre quem prega a moral e é um dissoluto. Parecem ter sido os casos do australiano Julian Assange, fundador do portal Wikileaks,

Há dois anos

Imagem
 “Faz tanta falta como uma viola num enterro”   (Ditado popular) Apostila – Cary Grant, companheiro de Randolph Scott, era gay. A comparação pode ter sido inadvertida, mas o respeito pela orientação sexual individual era a única faceta ignorada que a enobrecia.

Submarinos

Imagem
Quando ministro da Defesa, Paulo Portas foi impedido de se cobrir de glória na invasão do Iraque. Jorge Sampaio, impediu as Forças Armadas de participarem no crime. Assim, limitou-se a enviar um barco de guerra para a Figueira da Foz contra um barco que disparava pílulas abortivas contra a moral e os bons costumes. A fúria guerreira de quem não foi militar levou-o a comprar dois submarinos, um para subir e outro para descer, com a manutenção a onerar o futuro, e cujas luvas levaram à prisão os corruptores alemães, tendo o MP arquivado o processo, em Portugal, contra os corrompidos, talvez por não saber onde foi parar 1 milhão de euros.

Ana Rita Cavaco e a Ordem dos Enfermeiros

Imagem
A sindicância ordenada pela ministra da Saúde, no uso das suas competências, concluiu que havia motivos para dissolver os órgãos da Ordem dos Enfermeiros. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) detetou gastos injustificados da bastonária e evidências da sua participação na “greve cirúrgica”, que esses profissionais realizaram no final de 2018 e início deste ano e paralisou blocos operatórios em todo o país. Independentemente da afirmação da militante do PSD, tratar-se-ia de uma vingança do Governo, interessam os factos. Quanto a esses, registei na altura que «entre os gastos, a IGAS refere seis mil euros em restaurantes, mais de três mil euros em levantamentos, cerca de cinco mil em compras no estrangeiro, quase oito mil em Via Verde e 70 mil em cartão de crédito, além de deslocações em viatura própria que rondavam em média 2.600 euros por mês, o que, segundo as contas da SIC, implicaria viagens de 400 quilómetros diários pagos a 36 cêntimos/quilómetro.» A enfermeira A

PANtominice – Andam almas penadas de bufos frustrados nos Passos Perdidos

O partido PAN quer que os políticos indiquem se pertencem à Maçonaria e Opus Dei, a bem da transparência e da intrusão na vida privada, para gáudio de quem procura bodes expiatórios para teorias da conspiração. Há 76 anos, 15 de dezembro de 1943, o regime de Vichy interditou a franco–maçonaria em França. Os regimes nazi/fascistas combateram a maçonaria e os papas excomungaram-na. O Opus Dei apoiou os regimes fascistas, um Papa concedeu à sedição de Franco o carácter de Cruzada, Josemaría Escrivá foi seu apoiante fiel e João Paulo II, que não canonizou Franco, elevou Escrivá aos altares. Depois do pecado original, descoberto no Paraíso, com Deus à espreita, para expulsar a Eva e o Adão, como se houvesse método diferente para procriar, urge encontrar pecados venais e veniais na instituição cívica, que nem todos honram, e na seita radical da Igreja católica, onde também há gente de bem. A vocação pidesca está aí, na colaboração premiada, na devassa a instituições cívicas ou religios

Recordar é vacinar

Imagem

Xeque à União Europeia

Imagem
Boris Johson teve uma vitória estrondosa, Jeremy Corbyn o que merecia. Ambos eram adversários da UE, ganhou o mais genuíno. A partir de janeiro a Europa fica isolado pelo Canal da Mancha e a respirar pelo túnel. É aí que começa o divórcio, com cônjuges separados, muitos bens para discutir e dividir, e demasiados sarilhos a enfrentar. O xeque à União Europeia terminará com xeque ao rei, se a rainha não for eterna. Boris é um extremista inteligente, culto e sofisticado, que só a mitomania o assemelha a Trump, de quem vai ser uma peça essencial a sitiar a União Europeia. Nenhum deles é um chefe de jagunços tropical, mas ambos estão unidos na cruzada reacionária que varre o Mundo. Para eles o ambiente é o entrave ao desenvolvimento e o futuro a preocupação de perigosos ecologistas. As Bolsas de valores subiram com a vitória de Boris. O capitalismo julga que as árvores crescem até ao Céu. Enquanto houver matérias primas em países onde se morre à fome e à sede, elas pertencem-lhe por

Quem tem medo da democracia regional? – Tenho eu!

Imagem
Uso o título de Rui Tavares, no seu artigo do Público de 9/12, para abordar o tema da Regionalização, que a CRP impõe, e que um referendo inviabilizou, numa espécie de revisão plebiscitária, que obriga, por respeito ao eleitorado, a novo referendo. Quem, como eu, defendeu a regionalização, de 4 ou 5 regiões, Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, e Alentejo e Algarve, estas, de preferência, reunidas numa só, vejo-me agora na necessidade de retratar-me. À pergunta de Rui Tavares, lido o artigo, respondo: – Tenho eu. Com 308 concelhos e 3092 freguesias, sem redução drástica e com a máquina político-administrativo em constante ampliação, rejeito as novas autarquias para as quais não faltariam caciques concelhios a solicitar votos para eleger o supremo cacique regional. Muitas das pequenas autarquias são agências de emprego e de troca de favores onde não entra o escrutínio da comunicação social e a rotatividade, enquanto os sindicatos de voto não mudam de dono. É um pouco como acont

Greta Thunberg e a revista Time

Imagem
Enquanto negacionistas, fiéis a Trump e a Bolsonaro, trocam a decência e a honra para agradarem aos poderosos, indiferentes ao futuro do Planeta e das gerações que o hão de habitar, e se aprimoram nos insultos à adolescente obcecada pelo Planeta e o seu futuro, a revista Time distingue-a. Imagino como ululam de raiva e rangem os dentes os que não suportam o estilo irritante e obsessivo da adolescente que abraçou uma causa e conseguiu pôr na agenda mediática o combate das nossas vidas, o futuro dos que deixamos e a emergência do perigo global.

Pontos de vista

Imagem

A Justiça e a delação premiada

Imagem
Parece vir aí a delação premiada a ajudar a investigação dos crimes, especialmente os de corrupção, que muitos se esforçam por empolar e dar a ideia de que Portugal é um País excecionalmente corrupto, sobretudo pelos que se compadeciam com a ditadura, onde a corrupção nem sequer podia ser divulgada. A delação premiada, sob o dissimulado epíteto de “colaboração premiada” é a arteirice semântica a que só pituitárias apuradas detetarão a diferença. As vuvuzelas do costume já se regozijam com expressões como «finalmente, o Governo acordou para o combate à corrupção», menos interessadas no combate à corrupção do que em denegrir o governo que não tem o beneplácito da direita. Depois da monstruosidade jurídica que demagogicamente pretendia a inversão do ónus da prova para grandes fortunas, regozijam-se com a ‘colaboração premiada’, em vias de ser aprovada e com apoios de peso. O partido do Governo, quando o chantageiam, tem dificuldade em resistir às anomalias jurídicas e persistir na

Rui Rio e a maçonaria

Rui Rio é, dos candidatos que disputam a liderança do PSD, o único não comprometido com a herança tóxica de Cavaco, Passos Coelho e Santana Lopes. Este último foi, aliás, o adversário que representou os anteriores e resolveu, num ataque de narcisismo, fundar um novo partido, de ideias velhas, vícios antigos e tentações neoliberais. A liderança do PSD, pelo papel importante que o partido representa no espetro político, não pode ser indiferente a qualquer quadrante e, muito menos, aos que defendem uma democracia pluripartidária, como é o meu caso. Rio será assim o mal menor e a única opção capaz de reconduzir o PSD à matriz inicial de Pinto Leite, o líder da ala liberal da Assembleia Nacional, onde se distinguiram Sá Carneiro, Magalhães Mota, Miller Guerra, Francisco Balsemão e Mota Amaral. Pinto Leite seria o líder natural do PSD. Morreu num desastre de helicóptero, na Guiné, antes do 25 de Abril. Assim, foi Sá Carneiro a fundar o partido e viria a morrer também num trágico aciden

A Universidade de Coimbra e a missa da Imaculada – 2019

Imagem
A Universidade de Coimbra não cria apenas cientistas de elevado mérito e académicos de referência, atrai beatos capazes de conduzirem a caldeirinha com o hissope, atrás das saias de um capelão. Mistura Matemática, Física, Biologia e outras ciências com missas e orações, trocando a laicidade a que a CRP obriga por indulgências para os devotos. O Magnífico Reitor, Amílcar Falcão Ramos, depois de ter proibido a carne de vaca na U. C., como os talibãs a de porco, procura aliviar a alma com missas na capela privativa onde a tradição e dinheiros públicos mantêm um capelão. Ungido com missa integrada na cerimónia de posse, uma inovação do antecessor, começa o mandato, qual almuadem católico, a convidar docentes e discentes para cerimónias pias em honra da Imaculada. Falcão Ramos não perde as asas com que voou para reitor, mas empenha a envergadura do cargo ao convidar, com o capelão, professores, alunos e funcionários, para a missa de homenagem à padroeira da Universidade – a Imaculada

A religião, a doença e o sofrimento

Imagem
O prazer é o alimento da felicidade e do bem-estar. O hedonismo preserva a espécie e dá sentido à vida. A doença é o revés que devasta, e a dor a infortúnio que transforma a vida em tragédia e a morte na única forma de libertação. A morte é aliciante para quem se alimenta dela, industriais funerários, gatos-pingados e funcionários de Deus. Estes últimos encontram no medo o húmus para a evangelização, o meio para a sua eficácia, e a estratégia para a manutenção do emprego. O medo da morte criou os deuses, à imagem e semelhança dos homens, mas foram os chefes tribais da Idade do Bronze que criaram o deus misógino, xenófobo e vingativo que deu origem aos monoteísmos. Confundir o direito à vida com a obrigação de a prolongar quando se torna insuportável, é a maldade de uns e o masoquismo de outros, a perversão pia que o sadismo sustenta e a crença que condena a vida com as dores inventadas para depois da morte. Quando a crença se sobrepõe à razão, a insensibilidade resiste ao sof

A política, a corrupção e a demagogia

Imagem
Nunca vi um estudo a provar que os cidadãos que exercem funções políticas sejam mais desonestos do que qualquer outro grupo de referência. Pelo contrário, são habitualmente mais escrutinados os que chegam o poder, quase sempre com remunerações inferiores às que obteriam noutros empregos e os incapazes acabam por ser penalizados na eleição seguinte. Acontece que nenhum cidadão, em qualquer outra função, é tão enxovalhado e agredido como os governantes e os deputados. Os próprios autarcas passam incólumes, não raro, a fazerem campanhas negando ser políticos, o estigma de 48 anos ditadura. Salazar, um hábil e sinistro ditador, passava a mensagem de que a política não o cativava, apenas o bem do povo, que manteve pobre, analfabeto e domado pela censura, polícia política e poder discricionário dos seus próceres. Acusar todos os políticos de desonestos é a prática dos desempregados políticos e dos demagogos que, fingindo não ser políticos, pretendem que os considerem honestos. Os ataque

Greta Thunberg, as agressões ao Planeta e João Miguel Tavares

Imagem
Nem todas as evidências têm as causas que se apontam, mas as agressões ao Planeta são a certeza de que só os tolos e os malfeitores duvidam. Vale a pena ler o que tem escrito a esse respeito o Prof. António Galopim de Carvalho, um sábio, de notável sensibilidade humana e inexcedível espírito pedagógico, e reparar na ternura com que se refere a Greta Thunberg, adolescente com síndrome de Asperger, refletido na obsessão, agressividade e desadequação social que, numa adulta normal, a tornaria inaceitável. Não se pede um julgamento de carácter de quem, inteligente e obsessivamente dedicada a uma causa, se tornou uma referência mundial na luta contra as agressões ecológicas que ameaçam a sobrevivência humana. É a bondade da causa em que se empenha que está em causa. É a enorme capacidade de irritar que a tornou uma figura planetária ao serviço da mais urgente e assustadora das causas, quando dirigentes políticos de grandes países, manifestam a mais aterradora indiferença e afrontosa i

A caridadezinha

Imagem
Quando ontem vi a Dr.ª Isabel Jonet, profissional da caridade, com ambições políticas e posições profundamente reacionárias, a dirigir um peditório contra a fome, acompanhada do ubíquo PR, Marcelo Rebelo de Sousa, veio-me à memória esta velha gravura. Se o truque resulta contra manifestações, é ainda mais eficaz contra peditórios, com a cara dos pedintes à mostra, para a TV, e o rabo da ideologia escondido.

PàF - PSD e CDS -- LUTA DE GALOS

Imagem
A Direita perde as penas nas escaramuças em que se envolve e abre espaço à extrema-direita ao procurar no radicalismo um D. Sebastião que a salve, um líder que a exonere de pensar, que a redima e conduza ao poder a partir do abismo a que Cavaco, Passos Coelho e Portas a conduziram. Enquanto sonha com o regresso dos piores que a lideraram, esta direita devora quem quer reconduzi-la ao trilho democrático e à matriz dos partidos que a integraram. Rui Rio, o melhor dos que apareceram, desnorteado e sem apoios, procura evitar o desastre anunciado. Sobreviverá? 

Rui Rio e a Maçonaria

Imagem
Paulo Mota Pinto, uma referência ética do PSD, incapaz de ver incompatibilidade entre a fiscalização do SIS, a passagem a CEO do BES, não efetuada, e o regresso à função anterior, insinuou que a Maçonaria quer controlar o PSD, no que logo foi secundado por Rui Rio, que viu imediatamente os «interesses obscuros» que querem dominar o partido que o repudia. Valeu-lhe não ter como adversário Mota Amaral, bem mais honrado do que Mota Pinto, para ser o Opus Dei o acusado da oposição que lhe faz a tralha cavaquista e passista. Tenho pela Maçonaria uma consideração oposta à que o Opus Dei merece, mas prefiro a competência e a honradez de Mota Amaral à do que Mota Pinto e Rui Rio insinuam que pertence à maçonaria, como se isso fosse crime. À Maçonaria devemos a Revolução Liberal, a República e leis progressistas: o direito ao divórcio; a separação da Igreja e do Estado; a despenalização da IVG; o direito à saúde reprodutora da mulher e à sua autodeterminação sexual; a Laicidade; a liber

Portugal e a sua História

Imagem
O 1.º de Dezembro e o 5 de Outubro, este gravado a letras de oiro no devocionário republicano, são as datas identitárias do povo que somos e da Pátria que amamos. Só a agnosia cívica e indigência cultural puderam excluir do calendário os feriados maiores da nossa História, que o último Governo de António Costa devolveu ao património cívico e às comemorações afetivas. A SIC também confundiu a restauração da soberania, em 1640, com a implantação da República, em 1910, com a leviandade equivalente ao desprezo dos ignaros PR e PM, que em 2013 suprimiram os feriados. Pensei que não havia jornalistas com igual nível de iliteracia.

Notas Soltas – novembro/2019

Fuga de capitais – O conhecimento de que se encontram domiciliados em offshores 50 mil milhões de euros, desviados de Portugal, e correspondentes à terceira maior soma da UE, é um escândalo que exige descobrir os autores e os cúmplices que o permitiram. André Ventura – Na tese de doutoramento, 2013, na Universidade de Cork, na Irlanda, criticava a expansão do poder das polícias, a discriminação de minorias e o "populismo penal". Agora, deputado do Chega, racista e xenófobo, é um oportunista sem carácter. Nuno Melo – O eurodeputado do CDS está de cabeça perdida e reincide nos dislates. A comparação do PR ao deputado fascista André Ventura, de quem está tão próximo, é a leviandade do adolescente que não cresceu e a maldade do reacionário obstinado. Lula da Silva – Independentemente da matéria de facto que vier a ser provada contra o PR mais amado do Brasil, a sua libertação é a reposição da legalidade contra a sentença em recurso e a censura a um juiz venal, cúmplice

Um juiz da Relação

Um juiz que ignora a língua e gosta de protagonismo «…nos tribunais, pelo menos neste, os factos não são fatos, as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário'». (dos jornais, novembro de 2013) Não interessa escarafunchar o passado deste cidadão que, depois de ter sido referido em acórdão da Relação, por «erros grosseiros» num processo, acabou com a classificação profissional máxima. Está em causa julgar o que não lhe compete, impor o que não pode e comportar-se como não deve, acrescido de alguma ignorância e de maior prepotência para com as entidades que escrevem segundo o Acordo Ortográfico onde, como se vê pela amostra, é inculto. Dos três exemplos que exibiu, manifestou a mais cabal ignorância em dois deles e, no outro, tomou por predicado o que só podia ser sujeito. Deixando, pois o substantivo «atas» ou «actas», como tem o direito de escrever e não de

O partido Livre e a deputada Joacine Katar Moreira

Imagem
A chegada de um partido responsável à AR, com agenda ecológica séria, foi a lufada de ar fresco das últimas eleições, mas a deputada, de que tanto se esperava, revelou-se um erro de casting, com posições inaceitáveis e em confronto com o partido. Quando Joacine compromete o diálogo com o seu partido e acusa quem dela discorda de ser de extrema-direita, não defende o programa que a levou à AR, combate o ideário de quem a apoiou. Parece preferir o radicalismo identitário à luta contra a discriminação e o narcisismo aos interesses de um partido que merecia ter uma voz audível na ecologia, sem ir à boleia de outros partidos ou precisar de mudar de posições ao sabor das circunstâncias. Joacine esbanjou o património do Livre, acometida da síndrome Santana Lopes. Julgou valer mais do que o partido, que foi nela que os eleitores votaram, e não no projeto que lhe foi confiado e em cuja defesa acreditaram após a sua eleição. Suicidou-se politicamente e arrastou o único partido que surg

A manifestação das Polícias

Imagem
Afirmar o direito dos polícias à manifestação é uma banalidade que só a ignorância dos direitos dos cidadãos, que a Constituição consagra, ou as dúvidas sobre a natureza do nosso regime democrático, permitem. Já a atitude de virarem costas à AR, o órgão nobre de qualquer democracia, cuja defesa lhes cabe, não sendo criminalmente punível, é civicamente ignóbil. Que virem as costas à sede do PS, partido no poder, compreende-se, mas que o façam contra o Parlamento, é repulsivo e significa que há polícias fascistas que devem ser desmascarados. O Movimento Zero, agrupamento inorgânico, xenófobo e racista, conseguiu a liderança das reivindicações, com gestos e atitudes simbolicamente fascistas, de que o virar costas à AR foi sintomático. É um caso grave de polícia, a juntar ao gesto da mão que integra a coreografia do movimento extremista internacional ‘White Power’. Na quinta-feira, 21 de novembro de 2019, foi assustadora a complacência dos polícias e guardas da GNR para com a apote

Marcelo e a reescrita da História

Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, por força do voto popular, mais presidente do que republicano, está ansioso por voltar ao lugar de onde partiu, ao seio da direita portuguesa, sejam quais forem os caminhos a percorrer ou a Vichyssoise a servir à mesa dos sem-abrigo da política e dos esquecidos da História. A propósito do 25 de novembro, Marcelo procurou aliciar Ramalho Eanes, o PR que o antecedeu no cargo disputado ao seu presumível preferido, gen. Soares Carneiro, para evocar a data que o próprio Eanes considerou dividir os portugueses, e que é uma velha tentativa do CDS, ora em pré-defunção, para a confiscar em seu proveito. A tentativa de diminuir o 25 de Abril é uma velha aspiração da direita mais reacionária, como se Vasco Lourenço, Otelo e Vítor Alves não tivessem assumido a liderança de um movimento que se comprometeu a Descolonizar, Democratizar e Desenvolver o País. Ignoram que Salgueiro Maia esteve no Carmo; que Gertrudes da Silva