Xeque à União Europeia
Boris Johson teve uma vitória estrondosa, Jeremy Corbyn o que merecia. Ambos eram adversários da UE, ganhou o mais genuíno.
A partir de janeiro a Europa fica isolado pelo Canal da Mancha e a respirar pelo túnel. É aí que começa o divórcio, com cônjuges separados, muitos bens para discutir e dividir, e demasiados sarilhos a enfrentar. O xeque à União Europeia terminará com xeque ao rei, se a rainha não for eterna.
Boris é um extremista inteligente, culto e sofisticado, que só a mitomania o assemelha a Trump, de quem vai ser uma peça essencial a sitiar a União Europeia. Nenhum deles é um chefe de jagunços tropical, mas ambos estão unidos na cruzada reacionária que varre o Mundo. Para eles o ambiente é o entrave ao desenvolvimento e o futuro a preocupação de perigosos ecologistas.
As Bolsas de valores subiram com a vitória de Boris. O capitalismo julga que as árvores crescem até ao Céu. Enquanto houver matérias primas em países onde se morre à fome e à sede, elas pertencem-lhe por vontade divina. O sorriso de hoje pode ser um esgar de despedida. Londres já foi o primeiro centro financeiro mundial, antes de Tóquio e Nova Iorque a ultrapassarem. Acordou como se rios de mel doce viessem afluir em Londres e o Paraíso estivesse na contagem dos votos.
A UE corre graves riscos. Dentro das fronteiras cresce a extrema-direita com metástases em todos os países. Os nacionalismos regressam e não há música mais suave do que a exaltação do ego, a apoteose das idiossincrasias e a unidade das crenças.
De longe, rugem os EUA e China. Do outro lado da Mancha fica o orgulho ferido de um império perdido e ressabiado. À porta da UE moram a Turquia e a Rússia. Nunca tantos se uniram tanto e tão alucinadamente para destruir o sonho de uma Europa cosmopolita, democrática e pacífica.
Sem aprofundamento político, económico e social, sem harmonia fiscal e militar, a UE é o gigante à mercê dos grupos militares que a veem como peça do xadrez geopolítico das suas ambições.
O futuro está perigoso. E a Irlanda do Norte desenterra a fé e as armas.
A partir de janeiro a Europa fica isolado pelo Canal da Mancha e a respirar pelo túnel. É aí que começa o divórcio, com cônjuges separados, muitos bens para discutir e dividir, e demasiados sarilhos a enfrentar. O xeque à União Europeia terminará com xeque ao rei, se a rainha não for eterna.
Boris é um extremista inteligente, culto e sofisticado, que só a mitomania o assemelha a Trump, de quem vai ser uma peça essencial a sitiar a União Europeia. Nenhum deles é um chefe de jagunços tropical, mas ambos estão unidos na cruzada reacionária que varre o Mundo. Para eles o ambiente é o entrave ao desenvolvimento e o futuro a preocupação de perigosos ecologistas.
As Bolsas de valores subiram com a vitória de Boris. O capitalismo julga que as árvores crescem até ao Céu. Enquanto houver matérias primas em países onde se morre à fome e à sede, elas pertencem-lhe por vontade divina. O sorriso de hoje pode ser um esgar de despedida. Londres já foi o primeiro centro financeiro mundial, antes de Tóquio e Nova Iorque a ultrapassarem. Acordou como se rios de mel doce viessem afluir em Londres e o Paraíso estivesse na contagem dos votos.
A UE corre graves riscos. Dentro das fronteiras cresce a extrema-direita com metástases em todos os países. Os nacionalismos regressam e não há música mais suave do que a exaltação do ego, a apoteose das idiossincrasias e a unidade das crenças.
De longe, rugem os EUA e China. Do outro lado da Mancha fica o orgulho ferido de um império perdido e ressabiado. À porta da UE moram a Turquia e a Rússia. Nunca tantos se uniram tanto e tão alucinadamente para destruir o sonho de uma Europa cosmopolita, democrática e pacífica.
Sem aprofundamento político, económico e social, sem harmonia fiscal e militar, a UE é o gigante à mercê dos grupos militares que a veem como peça do xadrez geopolítico das suas ambições.
O futuro está perigoso. E a Irlanda do Norte desenterra a fé e as armas.
Comentários
Só o conseguirão se mantiverem a Índia nesse clube...
BoJo deu a entender isso várias vezes durante a campanha eleitoral.