Ana Rita Cavaco e a Ordem dos Enfermeiros

A sindicância ordenada pela ministra da Saúde, no uso das suas competências, concluiu que havia motivos para dissolver os órgãos da Ordem dos Enfermeiros.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) detetou gastos injustificados da bastonária e evidências da sua participação na “greve cirúrgica”, que esses profissionais realizaram no final de 2018 e início deste ano e paralisou blocos operatórios em todo o país.

Independentemente da afirmação da militante do PSD, tratar-se-ia de uma vingança do Governo, interessam os factos. Quanto a esses, registei na altura que «entre os gastos, a IGAS refere seis mil euros em restaurantes, mais de três mil euros em levantamentos, cerca de cinco mil em compras no estrangeiro, quase oito mil em Via Verde e 70 mil em cartão de crédito, além de deslocações em viatura própria que rondavam em média 2.600 euros por mês, o que, segundo as contas da SIC, implicaria viagens de 400 quilómetros diários pagos a 36 cêntimos/quilómetro.»

A enfermeira Ana Rita Cavaco, confrontada pela SIC com as acusações, disse então que “Também não é nada de que não estávamos à espera” [sic], português que não faz jus à carreira académica.

Se são falsas as acusações, os inspetores do IGAS devem desmenti-las publicamente e ser alvo de um processo disciplinar, por incompetência e difamação. Sendo verdadeiras, é inaceitável a impunidade da bastonária.

A confusão entre funções das Ordens e as dos sindicatos levou a IGAS a referir as suas mensagens em redes sociais que demonstram o seu envolvimento em atividade sindical, legalmente proibida a uma ordem profissional.

A arrogância e confiança na impunidade levou a bastonária a negar ao IGAS o acesso a documentos e a ameaçar que continuaria a “apoiar as greves que os sindicatos decretarem, desde que sejam para defender a dignidade da profissão de enfermeiro”.

Como se vê, a sindicalista desconhece a função das ordens profissionais, cada vez mais corporativas, e em vias de incluírem todas as profissões com diploma de curso superior.

De facto, a impunidade é uma constante. Já lá vão quase 5 meses desde as acusações, e a acusada voltou a candidatar-se e foi reeleita.

Comentários

Fernando Dias disse…
Foi eleita e por larga maioria. E é esse facto que está a causar prurido a muita gentalha que por aí anda.
Uma pomadinha com um anti-histamínico talvez resolva. Se não resultar talvez experimentar a versão supositório

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