79.º aniversário da vitória sobre o nazi/fascismo (Texto atualizado)

Hoje, dia 8 de maio, assinala-se o 79.º aniversário da derrota do nazi-fascismo, com a Europa destroçada pela guerra, a lamber as feridas de utopias nacionalistas e racistas de homens julgados providenciais.

A demência autoritária dos vencidos deixou marcas tão dolorosas que os partidos do pós-guerra trouxeram na matriz o horror às ditaduras. Quer os partidos conservadores e democrata-cristãos, quer os sociais-democratas (também designados por socialistas ou trabalhistas), cuidaram de expurgar do seu seio os cúmplices do nazismo e do fascismo, ainda que tenham consentido na Península Ibérica a permanência de dois ditadores, um deles o maior genocida da História dos povos peninsulares.

De Gaulle, conservador, nacionalizou os bancos que se cumpliciaram com as ditaduras, e, mais tarde, dir-se-ia arrependido de não os ter nacionalizado todos. Até os partidos conservadores viram o perigo de a política ficar refém do poder económico e financeiro.

 O primado da política foi esmorecendo e apareceram arrivistas que se reclamavam de apolíticos e/ou independentes.

A amnésia coletiva permitiu que os demónios ressuscitassem, que o autoritarismo fosse de novo aceite, que a política esteja hoje à mercê do poder económico e da concentração da riqueza em cada vez menor número de mãos.

A direita resvala para a sua direita e a esquerda segue-a. A extrema-direita é a opção que aparece como única alternativa. Um presidente, um governo e um partido podem surgir do desamor à política cultivado pela comunicação social nas mãos do poder económico.

Há 79 anos, no dia de hoje, a Alemanha nazi, rendeu-se aos aliados ocidentais e, no dia seguinte, à URSS, enquanto o Japão caminhava para o estertor.

Quando estamos a assistir à ressurreição dos demónios do nazi/fascismo, com receio do futuro, é urgente recordar o extermínio de seis milhões de judeus e as perseguições a deficientes, ciganos, homossexuais e outras minorias. 

Por ora, mantemos a democracia, mas cresce o receio do futuro. Veremos o que acontece em 6 junho nas eleições para o parlamento europeu.



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