«Raiva e Orgulho» e «A Força da Razão»*


Dezassete mil milhões de euros chegam para curvar um governante europeu perante um prócere do fascismo islâmico, mas são insuficientes para humilhar a civilização que nos distingue e calar a raiva perante a submissão aos devotos do beduíno amoral, designado  profeta. A força da razão há de impor-se, com orgulho, na Europa que tolera a burka a quem vem e não exige o respeito pela minissaia nos países de onde vêm.

Hossain Rohani, presidente iraniano, chegou a Itália, com o peso dos petrodólares, e fez tapar a Vénus Capilolina, imponente cópia de uma escultura grega tardia derivada de Praxíteles. A sua perfeição e a pudicícia com que, à saída do banho, as próprias mãos a cobrem, é a apoteose da beleza eternizada na alvura do mármore, a exaltação do corpo feminino no talento exuberante do escultor grego de quem foi copiada.

A estátua que extasiou Bento XIV, que a comprou, e Napoleão, que a levou para Paris, fascina hoje quem a visita nos Museus Capitolinos, em Roma. Não pode o prócere de uma civilização decadente humilhar-nos com o pudor a que a sua fé o obriga.

Não foi uma estátua que foi tapada, foi injuriado o corpo feminino, amaldiçoada a arte e humilhada a civilização, pela incultura e preconceito.

A caixa que escondeu a Vénus Capitolina é a metáfora da civilização que se submete à barbárie, da cultura greco-romana que se acostuma à cópia grosseira dos preconceitos judaico-cristãos, da burca que ameaça tornar-se obrigatória, a tosca tentativa da sujeição aos cinco pilares de uma religião que espalha o terror.

Esses toscos criaram um Deus pior do que eles e, em seu nome, abominam a música, a dança, a pintura, a arte, em suma, a civilização. Se deixarmos, começam por mutilar as estátuas antes de nos trucidarem. Às masculinas amputam os falos e às femininas mutilam a genitália. Até a pilinha do Menino Jesus fica em perigo, decepada às mãos de um troglodita.

Em nome da tolerância não se pode ceder na liberdade, sob pena de perdermos ambas e voltarmos ao opróbrio da submissão ao Deus que outros criaram e o seu clero explica.


* Livros de Oriana Fallaci, escritora e célebre jornalista italiana, contra o Islão.

Ponte Europa / Sorumbático

Comentários

Desta vez François Hollande teve coragem! Anulou um jantar com o outro porque este não queria beber vinho - até aí estava no seu direito - nem queria que os outros convivas bebessem!Vive la France! Vive la République!
CD disse…
Pois foi mais corajoso que o Italiano... mas no seu lugar teria convidado o Iraniano ao almoço (ou jantar) com tudo o que de bom há sempre em França, e vinho do melhor que há nas cavas do Eliseu sobre a mesa com uma grande jarra de agua à disposição do tal recalcado que odeia a vida, a beleza, o que é bom, e o que dá prazer...
a Europa está a falhar em muitos aspectos... e este é um deles.
Danielle Foucaut Dinis

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