As eleições presidenciais

Ontem, confirmados os resultados, resignado, registei os momentos que me tocaram, da alegria justificada da fulgurante vitória do BE à amargura do descalabro injusto do PCP.

Assisti ao discurso de vitória, contido e apaziguador, do único candidato que ganhou as eleições, a revelar sentido de estado, numa postura antagónica ao rancor e mediocridade do antecessor, há cinco anos.

O candidato vencido demonstrou a superioridade intelectual, grandeza ética e dimensão cívica que justificaram o meu voto.

Perante resultados humilhantes, foi lastimável a postura de quem se apresentou contra o candidato do mesmo espaço, que já estava no terreno, para prolongar guerras fratricidas dentro do PS e vingar orgulhos feridos, impedindo o apoio previsível do secretário-geral e da máquina partidária, o que podia alterar os resultado.
Roma não paga as despesas a quem tem menos de 5% dos votos.

Os cinco pequeninos, foram justamente hierarquizados. Vitorino Silva ficou à frente de um populista com décadas de militância no PSD, ex-autarca que durante dez anos não apresentou os rendimentos ao Tribunal Constitucional. Ao populista justiceiro que se candidatou contra a corrupção, os votos premiaram quem era genuinamente popular.

Depois, sucessivamente, ficou um homem que devia ter preservado o passado honroso, um desconhecido qualquer e, por fim, um médico que se candidatou sem dizer porquê.

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