Chove lá fora…
As bátegas fustigaram os vidros das janelas enquanto lia o jornal impresso, hábito que as novas gerações vão perdendo.
Era um jornal igual aos outros, páginas de propaganda a preto e branco, com notícias à volta. O candidato único à presidência da república aparecia obsessivamente enquanto a chuva dava lugar a uma saraivada e curtas abertas.
Percorrendo as páginas, ia recordando a imprensa da juventude, o pluralismo salazarista, Diário da Manhã, Novidades, Debate e os que fui esquecendo. Então, era o homem que a Providência designara para Portugal, como era repetido nas homilias dominicais, que se escondia do povo mas lhe era levado em doses letais pela comunicação social.
Então, havia censura, polícia política, presídios, prisões sem culpa formada, violação da correspondência, perseguições políticas, tortura de presos, o diabo.
Hoje há liberdade. O pluralismo existe. As mesmas pessoas são promovidas pelos mais diversos meios de comunicação, de diferentes formas. Cofina, Controlinveste, Impala, Impresa, Sonaecom, Media Capital, Lena Comunicação, Medioeste, Portugal Telecom, Rádio Renascença, ZON Multimédia e outros grupos são a prova desse pluralismo.
Parece que estão marcadas eleições para a Presidência da República mas o Presidente já se passeia nessa qualidade. Nem sei para que servem as eleições. Como dizia um PM medíocre a respeito de um eventual referendo para a adesão à União Europeia, “…se soubessem quanto custa um referendo…”.
Desta vez, depois do Tomás, vem outro, com eleições livres. Qualquer um seria melhor. Não é obrigatório ser inculto, provinciano, rancoroso e com negócios obscuros.
Lá fora continua a chover. O frio aconselha a ficar em casa e já vi este filme. Depois de anos de neossalazarismo inculto, paira no ar a ameaça do marcelismo em construção. À espera de oportunidade. Dissimulado. No Olimpo, os deuses ensandeceram.
Era um jornal igual aos outros, páginas de propaganda a preto e branco, com notícias à volta. O candidato único à presidência da república aparecia obsessivamente enquanto a chuva dava lugar a uma saraivada e curtas abertas.
Percorrendo as páginas, ia recordando a imprensa da juventude, o pluralismo salazarista, Diário da Manhã, Novidades, Debate e os que fui esquecendo. Então, era o homem que a Providência designara para Portugal, como era repetido nas homilias dominicais, que se escondia do povo mas lhe era levado em doses letais pela comunicação social.
Então, havia censura, polícia política, presídios, prisões sem culpa formada, violação da correspondência, perseguições políticas, tortura de presos, o diabo.
Hoje há liberdade. O pluralismo existe. As mesmas pessoas são promovidas pelos mais diversos meios de comunicação, de diferentes formas. Cofina, Controlinveste, Impala, Impresa, Sonaecom, Media Capital, Lena Comunicação, Medioeste, Portugal Telecom, Rádio Renascença, ZON Multimédia e outros grupos são a prova desse pluralismo.
Parece que estão marcadas eleições para a Presidência da República mas o Presidente já se passeia nessa qualidade. Nem sei para que servem as eleições. Como dizia um PM medíocre a respeito de um eventual referendo para a adesão à União Europeia, “…se soubessem quanto custa um referendo…”.
Desta vez, depois do Tomás, vem outro, com eleições livres. Qualquer um seria melhor. Não é obrigatório ser inculto, provinciano, rancoroso e com negócios obscuros.
Lá fora continua a chover. O frio aconselha a ficar em casa e já vi este filme. Depois de anos de neossalazarismo inculto, paira no ar a ameaça do marcelismo em construção. À espera de oportunidade. Dissimulado. No Olimpo, os deuses ensandeceram.
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