Deus e a liberdade
Deus e a liberdade
O Vaticano considerou desonesta a caricatura de ‘deus assassino’ na última edição do Charlie Hebdo, quando assinalou um ano em que o sangue dos seus desenhadores foi derramado em nome da fé e do biltre que a fundou.
O diário da teocracia católica, «L'Osservatore Romano», tem o direito de condenar a linha editorial do Charlie Hebdo, mas não pode exigir-lhe, em nome da vontade do clero romano, que expresse a condenação da violência em nome da fé. Quem não é obrigado a ler o jornal de compra facultativa, não tem o direito de lhe exigir normas de conduta.
A linha editorial dos jornais, satíricos ou sisudos, não pode nascer nas sacristias ou nas madrassas. O que o Vaticano exige é a censura a quem descrê do Deus do papa, do dos celerados islâmicos ou de qualquer outro.
O que está em causa é a liberdade de expressão, o direito de criticar e ridicularizar todas as doutrinas e mitos, do ateísmo à bruxaria, de Jeová a Shiva, do Boi Ápis a Maomé, no país onde «A República [Francesa] assegura a liberdade de consciência » e «garante o livre exercício dos cultos» (Art.º 1) mas «não reconhece, não remunera nem subvenciona nenhum culto» (art.º 2 ) da lei de 11 de Dezembro de 1905, texto que Pio X condenou e que João Paulo 2 e Bento 16 se esforçaram por remover.
As religiões dão-se mal com a liberdade, mesmo as que a repressão política ao seu clero submeteu à democracia. A abolição da inquisição, censura e conversões forçadas custou demasiado sangue. A cura da demência fascista islâmica custará rios de sangue e não é o respeito a facínoras medievais que impõe a liberdade de expressão.
Seria estulto que o Charlie Hebdo desse indicações sobre a liturgia da missa, tal como é para o Vaticano perorar sobre a forma como o semanário satírico deve exercer o direito à sátira, ao sarcasmo e à blasfémia.
Os jornais satíricos devem abster-se de dilatar a fé e as religiões de limitar a liberdade.
O Vaticano considerou desonesta a caricatura de ‘deus assassino’ na última edição do Charlie Hebdo, quando assinalou um ano em que o sangue dos seus desenhadores foi derramado em nome da fé e do biltre que a fundou.
O diário da teocracia católica, «L'Osservatore Romano», tem o direito de condenar a linha editorial do Charlie Hebdo, mas não pode exigir-lhe, em nome da vontade do clero romano, que expresse a condenação da violência em nome da fé. Quem não é obrigado a ler o jornal de compra facultativa, não tem o direito de lhe exigir normas de conduta.
A linha editorial dos jornais, satíricos ou sisudos, não pode nascer nas sacristias ou nas madrassas. O que o Vaticano exige é a censura a quem descrê do Deus do papa, do dos celerados islâmicos ou de qualquer outro.
O que está em causa é a liberdade de expressão, o direito de criticar e ridicularizar todas as doutrinas e mitos, do ateísmo à bruxaria, de Jeová a Shiva, do Boi Ápis a Maomé, no país onde «A República [Francesa] assegura a liberdade de consciência » e «garante o livre exercício dos cultos» (Art.º 1) mas «não reconhece, não remunera nem subvenciona nenhum culto» (art.º 2 ) da lei de 11 de Dezembro de 1905, texto que Pio X condenou e que João Paulo 2 e Bento 16 se esforçaram por remover.
As religiões dão-se mal com a liberdade, mesmo as que a repressão política ao seu clero submeteu à democracia. A abolição da inquisição, censura e conversões forçadas custou demasiado sangue. A cura da demência fascista islâmica custará rios de sangue e não é o respeito a facínoras medievais que impõe a liberdade de expressão.
Seria estulto que o Charlie Hebdo desse indicações sobre a liturgia da missa, tal como é para o Vaticano perorar sobre a forma como o semanário satírico deve exercer o direito à sátira, ao sarcasmo e à blasfémia.
Os jornais satíricos devem abster-se de dilatar a fé e as religiões de limitar a liberdade.
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