Reflexão – algumas notas
1 – Podem não ter sido as mais interessantes para a comunicação social portuguesa, mas foram as notícias que mereciam relevo: 1 – a exceção ibérica na política dos combustíveis, com enorme destaque na primeira página do El País, pelo inimaginável precedente e pela capacidade de negociação dos líderes ibéricos; 2 – as declarações de Macron a corrigir a linguagem de almocreve de Joe Biden sobre a Rússia, a lembrar-lhe que os vizinhos se encontram na União Europeia e não nos EUA;
2 – Com a falta da Sr.ª Merkel, é em Macron e António Costa
que a Europa encontra a moderação que distingue os estadistas dos chefes de
Estado;
3 – O histerismo que conduz à censura e às verdades únicas
transforma a animosidade a ditadores em ódio aos seus povos, criando as
condições para que, depois dos ditadores, se perpetuem as ditaduras;
4 – A União Europeia, que devotadamente defendo, ao decidir
sanções à Rússia, acabou por punir-se a si própria, sem avaliar o prejuízo para
os seus países e a dependência em que se colocou perante os EUA, sem ter
beneficiado o povo mártir da Ucrânia;
5 – União Europeia – quando passar a emoção que enjeita os
factos e recusa evidências, é urgente refletir sobre os pedidos de adesão, para
que não se abdique dos “critérios de Copenhaga” e se tenha em conta a deriva
polaca e húngara, que deixaram de os cumprir.
6 – O povo português, cuja emoção atingiu limites de
irracionalidade, hoje favorável à adesão expedita da Ucrânia, sem verificação
de critérios, tem razões acrescidas para refletir, quer pelo seu passado
antidemocrático quer pelo futuro, que o colocará numa posição cada vez mais
periférica à medida que a deslocação do centro da UE para leste se concretize.
Apostila – Por motivo irrelevante para os leitores, deixarei,
a partir das 19H00 de hoje, durante cerca de uma semana, de poder ‘teclar’,
pelo que me despeço do Ponte Europa por igual tempo e apresento as minhas
saudações republicanas, laicas e democráticas a tod@s @s que têm a paciência de
dar importância ao que escrevo.
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