Portugal, um país de grandes feitos
Conhecido o desfecho das eleições no Benfica e vencida a ansiedade sobre o nome do presidente, o orgulho no record mundial de votantes fez esquecer o drama da falta de boletins e o gozo do fracasso das sondagens.
Podemos agora
aguardar noticiários diversificados e passar a outros assuntos. A segunda volta
ficou decidida com a enorme diferença que separa os dois candidatos mais
votados na longa noite a que foi acrescentada uma hora.
Até passou
despercebido o regresso de Marcelo, cuja ausência de Belém fora ignorada e o
mau tempo impediu a visita à ilha do Corvo. É sina dos presidentes da direita,
quando o país se cansa deles, empreender uma visita às mais pequenas parcelas lusas.
E ambos se
esqueceram do Principado da Pontinha, junto ao Funchal onde, nos seus 178
metros quadrados, mal cabem os luzidios séquitos que os acompanham, sem contar com
os numerosos jornalistas que Marcelo não dispensa. No fundo, é um Principado
exíguo para tão excelso Príncipe.
São
episódios notáveis que a História registará: a Marcelo, o mau tempo a recusar-lhe
a deslocação ao Corvo, e a Cavaco, a agitação marítima normal a obrigar o
Comandante Supremo a regressar dos Ilhéus das Formigas ao colo de um grumete.
É agora altura
de apreciar o mérito do Governo que se apoderou da Pátria, que Marcelo
transferiu ao Luís, e das suas vitórias retumbantes com tão parco
reconhecimento para tamanho mérito. Só falta o reforço de Marques Mendes como notário
em Belém, para a Revolução que promete.
O Governo
começou a revolução com a mudança do logótipo da República e a ministra da
Saúde continuou-a para resolver os problemas do SNS. Depois de gastar no INEM 4
presidentes, tomou uma decisão corajosa, alterou-lhe o nome para ANEM. O
Governo começou com a revolução estética e prossegue agora com a revolução
semântica.
Com a privatização
das empresas que restam ao Estado, a Saúde a caminho de privados e das
Misericórdias, a Segurança Social a adaptar-se ao mercado de capitais, torna-se
urgente privatizar os Tribunais para julgar Galamba e arquivar rapidamente o
problema da Spinumviva.
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