Salazar e a sua obra – Tarrafal – o Campo da Morte Lenta (89.º aniversário) (2)
Publiquei ontem o texto com o título em epígrafe, aqui e no Facebook, a assinalar o lúgubre aniversário do Tarrafal e acrescentado alguns poucos dos numerosos crimes da ditadura salazarista.
Estava longe
de imaginar que o escrito atrairia no Facebook tantos e tão diversificados leitores e mais
de quinhentos comentários, a que não foram alheias mais de mil e duzentas
partilhas.
São esses
comentários que me fazem voltar ao tema. Não me refiro às centenas dos que se
solidarizaram com a denúncia dos crimes nem aos que me agradeceram a vigilância
democrática, mas aos comentários prenhes de ódio, ignorância e ressentimento.
Entre vários
perfis anónimos, ex-militares da guerra colonial, membros das forças de segurança
e militantes assumidos do Chega, foram muitos os que vieram a esse meu espaço.
Na mais
deplorável ortografia e anarquia da sintaxe, foram ali bolçar o ódio que a
frustração e a inveja despertam, muitos, anónimos, e todos covardes, que só em
matilha se revelam. Saem do anonimato quando os ditadores de que gostam
chegarem ao poder.
Mandaram-me
para a Rússia e Cuba, escreviam Putin e Staline e queixavam-se do fecho do
presídio, onde só estiveram os que mereciam, e lamentavam que não estivesse
aberto para mim e outros comunas.
É curioso
que entre os assassinos não tenham referido Mao Tsé-Tung ou Pol Pot, Adolfo
Hitler ou Leopoldo II, o rei católico belga, , que no então Congo Belga, sua
propriedade privada, ganhou o direito de figurar entre os 5 maiores genocidas
do século XX. Para eles, Salazar e Franco, são santos da civilização cristã e
ocidental.
Não são
contra as ditaduras, são apenas contra as que lhes desagradam. Não é a crítica
à violência que os move, é o ódio à democracia que os alimenta. E excita-os a
vingança que ruminam!
O fascismo anda aí…

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