O tiro de arranque para nova crise na governação?
“Portas não se sobrepõe à ministra das Finanças nas relações com a troika”…
De visita a Vila de Rei (Castelo Branco), o primeiro-ministro do 1º. ciclo governativo [ainda em exercício], Passos Coelho, foi adiantando pequenos pormenores sobre a remodelação governamental que será anunciada brevemente ao País no seguimento da comunicação do Sr. Presidente da República do dia 21 passado. Um desses pormenores refere-se às competências a atribuir ao novo vice-primeiro-ministro que - como adivinhamos - não chegou a este 'inovador' cargo (talhado à medida da dimensão da crise) fruto das negociações de partilha de poder entre os 2 parceiros da coligação que suporta o Governo. Chega aí – ficamos hoje a saber - por delegação de competências do primeiro-ministro. Esqueceu-se de esclarecer se essa delegação foi voluntária ou coerciva. O tempo o dirá.
Mas a ponta do véu começou a ser levantada. O início de uma marcha atrás do PSD começou mesmo antes do ‘novo’ Governo tomar posse. Portas foi apresentado ao País, no auge da crise, como sendo o futuro membro do Governo responsável pela coordenação económica e o supervisor das relações de Portugal com a 'troika’. Hoje, depois das declarações de Vila de Rei, começou a vaguear, no interior da coligação, o espectro de uma ressaca partidária decorrente dos 'arranjos' circunstanciais, impostos pela crise política e cujos resultados não serão 'felizes'. Paulo Portas vai ter, afirmou Passos Coelho: “um papel nas relações com a 'troika' enquanto vice-primeiro-ministro, mas sem se sobrepor às ‘competências próprias’ da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque”.
Estamos - está a trupe governante - já num paulatino regresso aos parâmetros que despoletaram a crise. É que no futuro Governo, já percebemos, tudo vai ser ‘revogável’ até que aconteça a sua 'irrevogável' e estrondosa queda. Terão sido estas as ‘garantias’ apresentadas em Belém, que as aceitou...
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