Uma censórica argolada…
A apresentação da moção de censura pelo Partido ‘Os Verdes’ foi, desde o início e tendo em consideração o actual momento político que o País vive, uma argolada.
A intervenção presidencial (não vamos classificá-la) tinha colocado a actual maioria a braços com o problema de apresentar uma moção de confiança e pela via parlamentar afrontar o Presidente da República. Coisa que a moção de censura apresentada veio inopinadamente resolver. Foi ouvir - de imediato - Passos Coelho a saudá-la na momento da sua apresentação verbal como ‘muito bem-vinda’ link e, hoje, Paulo Portas, na Assembleia da República, afirmar que ‘censura que não censura, confia’ link.
Claro que as coisas não são bem assim. Uma coisa é defender-se de um ‘ataque’, outra coisa será ter a coragem de encetar uma manobra ofensiva. Todavia, a confusão instalada tem possibilidades de temporariamente perdurar.
Não estamos em época de impetuosos amadorismos quando se jogam – em todas as frentes – passos decisivos para o futuro do País. E o timing – e não a substância – que levou à apresentação da moção de censura foi, politicamente, uma argolada.
A Direita que sabe bem como está acabou por receber com alguma euforia a oportunidade de como sucede com os condenados à morte em que os ‘executores’ lhes oferecem uma lauta refeição. Que por norma é a última!
O exemplo histórico destes procedimentos entronca-se da célebre ‘última ceia’ cuja montagem reproduzimos na figura.
(Nota: um dos apóstolos - V. Gaspar - já desertou, sendo substituído por uma ‘apóstola’ que ainda não figura no boneco).
(Nota: um dos apóstolos - V. Gaspar - já desertou, sendo substituído por uma ‘apóstola’ que ainda não figura no boneco).
De facto, nem as condenações à morte são coisas recomendáveis nem as euforias fúnebres aceitáveis. Fiquemos por aqui.
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