O PR, a golpada e o beco
A iniciativa de Cavaco, de adiar a decisão que constitucionalmente lhe cabia, depois da demissão do ministro das Finanças e do irrevogável pedido de demissão de Portas, só contribuiu para deixar apodrecer a situação política para que contribuiu com o seu apoio indefetível à coligação e, depois, agravou, com o envenenado convite ao PS, para salvar a face e o Governo.
Ao PR, no respeito pela CRP, só restava uma solução quando o ministro de Estado e das Finanças se penitenciou publicamente pelo falhanço da sua política, que foi a política do Governo, e pôs em causa a falta de liderança, sublinhada com o estrondo da demissão de Paulo Portas. O desenlace da coligação só tinha uma saída democrática – a marcação imediata de eleições legislativas que, por economia, convinha juntar às autárquicas.
Todavia, com a ética e o sentido de Estado exonerados das funções de Estado, podia o PR aceitar a remodelação de Paulo Portas, menos interessado na honra do que no poder, e ter dado posse ao conjunto de ministros e secretários de Estado que deixavam o poder nas mãos do pouco confiável Portas. No entanto, era uma saída constitucional que, ainda agora, é juridicamente inatacável apesar da debilidade política.
Cavaco tomou, na opinião de Eanes, homem sério a quem o país deve muito, mas que a idade, o matrimónio e o Opus Dei tornaram vulnerável, uma decisão «ousada e correta». É pena que as decisões ousadas de Cavaco não sejam corretas e as corretas, se acaso as toma, não são certamente ousadas.
Cavaco tornou-se culpado pelo apodrecimento da situação política, económica e social do País. Não interessa o que cada um gostaria que ele fizesse, cabe-lhe sair do beco em que meteu o País e responder pela leviandade com que procurou um acordo impossível.
Ao PR, no respeito pela CRP, só restava uma solução quando o ministro de Estado e das Finanças se penitenciou publicamente pelo falhanço da sua política, que foi a política do Governo, e pôs em causa a falta de liderança, sublinhada com o estrondo da demissão de Paulo Portas. O desenlace da coligação só tinha uma saída democrática – a marcação imediata de eleições legislativas que, por economia, convinha juntar às autárquicas.
Todavia, com a ética e o sentido de Estado exonerados das funções de Estado, podia o PR aceitar a remodelação de Paulo Portas, menos interessado na honra do que no poder, e ter dado posse ao conjunto de ministros e secretários de Estado que deixavam o poder nas mãos do pouco confiável Portas. No entanto, era uma saída constitucional que, ainda agora, é juridicamente inatacável apesar da debilidade política.
Cavaco tomou, na opinião de Eanes, homem sério a quem o país deve muito, mas que a idade, o matrimónio e o Opus Dei tornaram vulnerável, uma decisão «ousada e correta». É pena que as decisões ousadas de Cavaco não sejam corretas e as corretas, se acaso as toma, não são certamente ousadas.
Cavaco tornou-se culpado pelo apodrecimento da situação política, económica e social do País. Não interessa o que cada um gostaria que ele fizesse, cabe-lhe sair do beco em que meteu o País e responder pela leviandade com que procurou um acordo impossível.
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