A Madeira e a ética republicana
António Costa, na defesa da dignidade do cargo, demitiu-se logo do Governo, quando o parágrafo que lançava suspeitas sobre a sua honra o visou. Reagiu à cilada que o PR e a PGR urdiram, sem esperar que fosse encontrada uma vultuosa quantia ao seu chefe de Gabinete, situação que sempre o levaria a demitir-se.
O Governo surgido do golpe que o levou à demissão, e da reincidente
perfídia do PR, ao não permitir outro PM do PS, protege-se com a chantagem da
ameaça de novas eleições, e, para levar a cabo o desmantelamento do Estado,
precisa de manter o poder.
O apoio do PR, desgastado pela falta de sentido de Estado, não
é suficiente, motivo que tem levado Montenegro, ainda em campanha eleitoral, a inventar
um conluio entre o PS e o Chega para provocar as eleições que deseja, antes de
ser clara a sua inaptidão para o desempenho das funções em aliança com os
piores militantes do defunto CDS.
Foi esta narrativa que hoje caiu na Madeira, quando Miguel
Albuquerque, o homem que precisa de se esconder no Conselho de Estado,
conseguiu com os votos do PSD, CDS e PAN, e a cumplicidade da abstenção do IL e
de três deputados do Chega, a aprovação do programa do XV Governo Regional.
Independentemente da aprovação do Orçamento Regional, a IL e
o Chega já mostraram do que são capazes e as cambalhotas que podem dar, a troco
do poder.
Albuquerque, por sua vez, continuará a integrar um Conselho
de Estado cujo presidente não o supera na ética e onde os homens de mão do PR traem
o segredo de reuniões para continuarem o combate da direita na opinião pública.
Esta votação na Madeira revela a natureza dos partidos da atual direita portuguesa.
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