Eleições no Reino Unido – A luz ao fundo do túnel
A Europa vive um ambiente que parece repetir o advento do fascismo do século XX. Os partidos comunistas foram definhando; os esquerdistas, travestidos de maoismo ou de trotskismo, depois de usados na luta contra os comunistas, seguiram igual destino; os social-democratas, no desejo de manterem o poder, viraram à direita; os conservadores absorveram princípios racistas e xenófobos da extrema-direita; finalmente, apareceram os partidos abertamente fascistas.
O anticomunismo primário voltou à rua; o fascismo, apesar do
travão das constituições de alguns países, legalizou-se e prescindiu do
folclore, mas não dos objetivos; primeiro desapareceram os comunistas, depois os
esquerdistas e agora, até os social-democratas pareciam caminhar para a
extinção.
Depois de derrubados os social-democratas portugueses por um
pérfido golpe do PR e da PGR a social-democracia só resistia em três países, e de
forma periclitante, Espanha, Alemanha e Dinamarca, entre os 27 países da UE.
No domingo passado, apesar do risco da chegada ao poder de
um partido fascista, surgiu a reconstituição da esquerda francesa com a unidade
herdada do pós-guerra. Ontem renasceu a social-democracia inglesa através do
partido trabalhista com a derrota histórica dos conservadores.
A França, na UE, e o RU são agora o farol da esperança
contra a deriva reacionária da Europa, capaz de repetir os erros de há um
século. A vitória do Labour, liderado por Keir Stammer, foi duplamente gratificante,
pelo regresso da social-democracia ao poder e pela estrondosa derrota do
neoliberalismo conservador.
Há razões de esperança na Europa que parecia capitular
perante o advento fascista sem um sobressalto cívico.
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