Marcelo, Montenegro e as polícias

Mesmo os mais desatentos da política recordam certamente a promulgação do diploma que concedia à PJ um determinado subsídio ou a sua atualização.

Nessa altura já o PR andava descoroçoado com o fracasso dos esforços para combater o Governo e aproveitava o poder corriqueiro da promulgação para fazer as considerações que o prejudicassem. Cito de memória, “promulgo, mas agora tem de fazer o mesmo às outras polícias”.

À boleia do PR, as outras polícias exigiram um subsídio igual, exibiram caixões junto à AR e ameaçaram o Governo que negociava com os sindicatos e que só caiu com o golpe urdido em Belém com a PGR contra António Costa e, depois, com recusa do PR a negar à maioria absoluta a indigitação de novo PM.

Todos sabemos as consequências, então em Portugal, como há dois dias em França, com as imponderadas dissoluções parlamentares.

Em Portugal foi um PR que não se conformou com a falta de poderes constitucionais e, como as crianças, sem avaliar as consequências, lançou o País na instabilidade para ter um governo da sua confiança.

Marcelo foi o provedor de sindicatos, o instigador das reduções de impostos e de outras aventuras em que precipitou o País. Nem as ameaças policiais de impedirem as eleições o tornaram cauto enquanto o líder fascista crescia nas intenções de voto.

Agora é o líder do PSD, que estava na paragem do autocarro quando Marcelo o pôs em movimento, que tem a obrigação de cumprir as promessas que fez quando não esperava ser poder.

Já hoje disse, ameaçador, que não as cumpriria. Veremos o que o PR tem a dizer ao país quando o seu PM não puder chantagear mais o PS para o apoiar e o caos se instalar.


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