O atentado contra Trump e a União Europeia (UE)

A partir de ontem as hipóteses viraram certezas. Trump será reconduzido à Casa Branca e a UE pagará sozinha a fatura da guerra na Ucrânia. A cimeira da Nato foi a festa de despedida de Biden e o princípio do fim do império dos EUA.

As alterações climáticas, a democracia e Zelensky serão abandonados à sua sorte e toda a arquitetura geopolítica atual fica abalada pelas ondas sísmicas do vulcão que ontem entrou em erupção no comício de Trump, com o atentado que o transformou em herói.

A violência acabou por beneficiá-lo, e os EUA acentuaram o declínio com o regresso ao isolacionismo, quebrado pela primeira vez por Roosevelt, após o ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941, e agora pujante.

A UE, submetida a interesses americanos, definhou sem política externa autónoma. Apostar tudo na vitória de Biden era um risco, agora é temeridade. Ontem, enquanto a orelha direita de Trump sangrava, os sinos dobraram a finados em Kiev, com a UE à espera de rumo.

Por ironia, o atentado consagrou Viktor Orbán como único líder europeu capaz de fazer a ponte entre Pequim, Moscovo e a Casa Branca e os países não gostam de quem perde.

A União Europeia parece não ter percebido ainda por quem os sinos dobram.



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