28 de maio de 1926
Hoje é um dia de luto para os democratas e, muito especialmente, para os republicanos.
Há 87 anos, um levantamento militar, de índole nacionalista e antiparlamentar, trazia já no bojo o fermento totalitário que começou por uma ditadura militar e acabou na tirania fascista, depois de ter sido designada como Ditadura Nacional.
Gomes da Costa saiu de Braga, uma cidade moldada pelo catolicismo mais reacionário, e acabou aclamado na Avenida da Liberdade, em Lisboa, à frente de 15.000 homens.
Era a desforra de monárquicos miguelistas, do catolicismo caceteiro e de todos os órfãos de João Franco ou de Paiva Couceiro. António Sardinha, Hipólito Raposo e Rolão Preto eram os ideólogos do integralismo lusitano cujo ódio à República rivalizava com o ódio à monarquia constitucional. Era a liberdade que os intimidava na desvairada deriva que já percorria a Europa e desaguaria no Fascismo.
O Centro Académico da Democracia Cristã (CADC), organismo pouco recomendável, forneceria os quadros do que viria a ser a mais longa ditadura europeia. A Constituição Política de 1933 definir-se-ia como antiparlamentar. A aliança da Igreja católica foi o esteio da longa ditadura. Salazar foi o algoz de serviço mas não lhe faltou a bênção do cardeal Cerejeira e o apoio e admiração do fascismo internacional.
Perseguições, prisões arbitrárias e sem culpa formada, torturas, assassinatos, degredo, demissões da função pública, violação da correspondência e toda a espécie de sevícias foram reservadas para os adversários políticos. O divórcio era proibido. A mulher era impedida de administrar os seus próprios bens, função do «chefe de família».
A instrução obrigatória passou a 4 anos para rapazes e 3 para raparigas. As escolas eram separadas por sexos e até a Irmã Lúcia acabou por confessar ao cardeal Cerejeira que Salazar era o «enviado da Providência», a mesma expressão que o Papa de turno usaria para se referir a Mussolini.
Dessa longa noite, das arbitrariedades e dos crimes que colocaram Portugal na cauda da Europa recordo os altos níveis de mortalidade infantil e materno-fetal. Portugal não era a casa comum dos portugueses, era a prisão onde viviam a fome, a ignorância e o medo.
No perigoso declive em que nos encontramos urge defender o que resta das conquistas do 25 de Abril e gritarmos a plenos pulmões: «Fascismo nunca mais»!
A única conquista irreversível foi a descolonização, com todos os dramas que a insânia fascista provocou.
Há 87 anos, um levantamento militar, de índole nacionalista e antiparlamentar, trazia já no bojo o fermento totalitário que começou por uma ditadura militar e acabou na tirania fascista, depois de ter sido designada como Ditadura Nacional.
Gomes da Costa saiu de Braga, uma cidade moldada pelo catolicismo mais reacionário, e acabou aclamado na Avenida da Liberdade, em Lisboa, à frente de 15.000 homens.
Era a desforra de monárquicos miguelistas, do catolicismo caceteiro e de todos os órfãos de João Franco ou de Paiva Couceiro. António Sardinha, Hipólito Raposo e Rolão Preto eram os ideólogos do integralismo lusitano cujo ódio à República rivalizava com o ódio à monarquia constitucional. Era a liberdade que os intimidava na desvairada deriva que já percorria a Europa e desaguaria no Fascismo.
O Centro Académico da Democracia Cristã (CADC), organismo pouco recomendável, forneceria os quadros do que viria a ser a mais longa ditadura europeia. A Constituição Política de 1933 definir-se-ia como antiparlamentar. A aliança da Igreja católica foi o esteio da longa ditadura. Salazar foi o algoz de serviço mas não lhe faltou a bênção do cardeal Cerejeira e o apoio e admiração do fascismo internacional.
Perseguições, prisões arbitrárias e sem culpa formada, torturas, assassinatos, degredo, demissões da função pública, violação da correspondência e toda a espécie de sevícias foram reservadas para os adversários políticos. O divórcio era proibido. A mulher era impedida de administrar os seus próprios bens, função do «chefe de família».
A instrução obrigatória passou a 4 anos para rapazes e 3 para raparigas. As escolas eram separadas por sexos e até a Irmã Lúcia acabou por confessar ao cardeal Cerejeira que Salazar era o «enviado da Providência», a mesma expressão que o Papa de turno usaria para se referir a Mussolini.
Dessa longa noite, das arbitrariedades e dos crimes que colocaram Portugal na cauda da Europa recordo os altos níveis de mortalidade infantil e materno-fetal. Portugal não era a casa comum dos portugueses, era a prisão onde viviam a fome, a ignorância e o medo.
No perigoso declive em que nos encontramos urge defender o que resta das conquistas do 25 de Abril e gritarmos a plenos pulmões: «Fascismo nunca mais»!
A única conquista irreversível foi a descolonização, com todos os dramas que a insânia fascista provocou.
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