Momento zen de segunda_20-05-2013
João César das Neves (JCN), quiçá por ausência prolongada de
pecados, andou arredado das homilias pias com que agride a inteligência dos crentes
e hilaria os incréus.
Na prédica de hoje, neste ano da Graça de 2013, começa por
advertir os paroquianos de como procede quem pretende destruir a sociedade:
acusar vários réus «do Governo aos bancos, do euro aos corruptos», para
advertir que essa forma é ineficaz.
Quando julgávamos que no bem-aventurado brilhava um módico
de bom-senso, quis o predicante esclarecer-nos sobre «A
verdadeira conspiração», a forma mais eficiente de «conseguir a aniquilação
de Portugal». Engana-se quem pensa que a crise económica, ainda que fosse muito
mais severa, ou os métodos políticos e militares eram capazes de nos destruir. É
muito difícil destruir Portugal – diz JCN.
Mas… «Há uma maneira, e é simples». E está a acontecer-nos. Basta
uma conceção que «degrade o conceito de casamento» a que se juntam «as brutais
consequências humanas, psicológicas, educativas, culturais e sociais que nascem
de famílias em desagregação». Censura a conflitualidade conjugal, explosão de
divórcios, desequilíbrio emocional e precarização de relações», mas ignora que
tudo acontece por vontade do seu Deus.
JCN adverte que «tudo nasce de uma ideologia lasciva que
impõe o postulado de que no sexo todos os prazeres são equivalentes e devem ser
excitados». E deplora «este tempo que promove divórcio, aborto, promiscuidade e
depravação».
JCN espanta-se que «a população tenha apatia perante a
podridão e se assuste com questões económicas, secundárias e passageiras» e não
com «a incompreensível, boçal e brutal dissolução familiar», numa referência à
lei que prevê a capacidade de co-adoção por casais ou unidos de facto do mesmo
sexo, aprovada na generalidade, no Parlamento.
Sem nunca a referir expressamente é a esta lei que chama «A
verdadeira conspiração».
Ateo gratias.
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