Fernando Negrão e a cidadania
Fernando Negrão, ao opor-se ao ensino da Constituição da República Portuguesa, que o seu partido votou favoravelmente, revela que o preconceito ideológico é nele maior do que o respeito pela lei fundamental. O deputado do PSD rejeita a proposta devido à "carga ideológica muito forte" do documento.
Quando o presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais se comporta assim, não admira que o PR julgue que o plural de «cidadão» acompanha o de «feijão», e reincida na ofensa à gramática num improviso em que rivaliza com Américo Tomás.
Em 1960 fiz o exame do 7.º ano de Organização Política e Administrativa da Nação, que designávamos por OPA, e não senti na nota de 18,3 que me foi atribuída, passe a imodéstia, uma adesão ao espírito do diploma fascista.
Quem me dera ter, nessa altura, esta Constituição para aprender nela a cidadania.
Comentários
Para os usurpadores que tomaram conta do País, a Constituição é um documento subversivo. Ah, como eles devem sonhar ter uma PIDE e uma Censura!
Teve uma repreensão, porque as escutas não eram válidas, e seguiu uma carreira política.