Mário Soares – 101.º aniversário do seu nascimento (07-12-1924)
Mário Soares – 101.º aniversário do seu nascimento (07-12-1924)
Mário
Soares, republicano, laico e democrata faria hoje 101 anos. Lembrei-me dele e
da sua oposição firme à invasão do Iraque, quando Durão Barroso era PM e no ministério
da Defesa estava o Paulo Portas dos submarinos.
Valeu
nessa altura que estivesse em Belém um honrado democrata, Jorge Sampaio, que,
como Comandante Supremo das Forças Armadas, evitou a Portugal a desonra de
enviar as suas Forças Armadas.
Hoje, no
dia do seu 101.º aniversário, assistimos ao ocaso da decência com um centro de intriga
no Palácio que Soares e Sampaio dignificaram. E em S. Bento temos o Luís, uma excrescência
do cavaquismo, acolitado por uma figura menor a chefiar o ministério da Defesa,
um genérico medíocre de Paulo Portas, sem a sua inteligência e cultura.
Por tudo
isto resolvi assinalar o 101.º aniversário de Mário Soares, político que
respeitei e de quem quase sempre discordei, acabando por me render à sua dimensão
intelectual e histórica, para votar nele no seu último combate, a 3.ª candidatura
a PR, a segunda vez que teve o meu voto, desta vez por gratidão. A primeira foi
à segunda volta, contra Freitas do Amaral.
Recordei a
dimensão intelectual, política e cívica de quem moldou de forma indelével esta
segunda República que os militares de Abril nos legaram. Nunca outrem percebeu
melhor, nos seus defeitos e virtudes, a forma de ser português e de condicionar
o devir histórico.
Homem de grande
coragem física e intelectual, parece ter reunido em si, e em excesso, todos os defeitos
e grandezas do povo português. Foi a melhor síntese do que somos, e, talvez por
isso, teve em vários momentos históricos, umas vezes, a animosidade e outras o
afeto, de todos os portugueses.
Sendo o
maior português da segunda República, é uma das raras personalidades que não
deixou ninguém indiferente, que continua a suscitar sentimentos antagónicos, e
a quem Portugal deve a sua longa vida de luta pela liberdade e a saudade de um
tempo em que se lutava por causas e se vivia a democracia.
Obrigado, Mário Soares.

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