Eleições Presidenciais – Gouveia e Melo / Marques Mendes
Eleições Presidenciais – Gouveia e Melo / Marques Mendes
Hoje, ao
contrário do habitual, não assistirei ao debate entre dois candidatos que podem
disputar a segunda volta, um com lugar quase certo e outro cada vez mais
afastado.
Recuso ver
a vitória de um experiente e hábil político sobre um inexperiente candidato, o
debate entre dois conservadores neoliberais, um comprometido com o PR, o PM, os
autarcas e os negócios e outro sem traquejo, sem chama e sem cadastro.
Gouveia e
Melo não tem sombras no passado, mas a seriedade não é um valor estimável e o afastamento
do poder não o beneficia. Basta escutar os comentadores televisivos e percorrer
as redes sociais para ver quem interessa aos poderes instalados e quem as televisões
e as sondagens empurram para Belém.
Não me
sinto representado pelos candidatos que podem almejar a segunda volta, e não negarei
o meu voto ao menos mau para a democracia, segundo o meu ponto de vista.
Marques
Mendes, ao contrário do que muitos pensam, não parte com cadastro, mas não foge
à regra dos que Marcelo levou ao poder. Não cometeu qualquer crime, usou apenas
a influência política para os negócios pessoais através da sua rede de
contactos e do conhecimento dos meandros do poder.
Tal como o
político em quem eu gostaria de votar, António Vitorino, há uma plêiade de
homens com êxito nos negócios graças à política; e sucesso nesta, graças aos
negócios. António Vitorino não se candidatou porque se sabia sujeito ao
escrutínio ético. Marques Mendes não teve pruridos e pode ser PR, com o País e
a ética à sua medida.
Os
eleitores não suportam políticos bem pagos, mas são indiferentes às portas
giratórias que levam políticos aos negócios e regressam ricos à política. Voltam
empreendedores.
É por isso
que o país, após Marcelo, o maior responsável pela degradação do regime, se arrisca
a ter nos mais altos cargos do Estado, homens de negócios como Montenegro,
Aguiar Branco, Marques Mendes e o mais pusilânime de todos, Carlos Moedas.
Votarei
Gouveia e Melo ou António José Seguro contra Marques Mendes, e pior do que votar
A. J. Seguro por ser igual a Marques Mendes, é votar Marques Mendes, a síntese
de Montenegro e Marcelo, protegido de ambos, o segundo sabonete vendido pelas TVs para ser PR.
Por tudo
isto, hoje não troco o café pelo debate.
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