Coisas de que Marques Mendes não se lembra (mas devia) - João Miguel Tavares
No Público desta quinta-feira:
[Marques Mendes] foi sócio da JMF em conjunto com Miguel Macedo, Ana Luísa Figueiredo – filha de António Figueiredo – e Jaime Couto Alves.
[Ele] foi acidentalmente interceptado em escutas (…) a pedir ao presidente do IRN para agilizar o processo de naturalização da mulher de Salimo Abdula, que definiu como “um tipo de grande prestígio, talvez o maior empresário de Moçambique” (…).
Marques Mendes não foi acusado de nada. Mas (…) viu-se obrigado a apresentar justificações públicas mais do que uma vez.
Ora, na entrevista ao Observador, os jornalistas (…) perguntaram-lhe pela empresa JMF (…).
“Qual empresa?”, pergunta Marques Mendes. (…) “Não estou sequer a ver qual é…”
“É da Operação Labirinto, aquele caso dos 'vistos gold', na altura fez comentários sobre isso”, explica o director do Observador.
“Fiz? Não me recordo. Mas julgo que tem que ver com uma empresa que na altura foi falada e que tinha que ver com…”
“Com os 'vistos gold'”, repete o jornalista.
“Não, não, não tinha nada que ver com 'vistos gold'”, corrige Marques Mendes, que não se lembrava do que empresa era ao mesmo tempo que sabia perfeitamente o que ela não era. (…)
Luís Marques Mendes quer mesmo que acreditemos que não se lembra do caso? (…)
Nós já temos um primeiro-ministro que ganhou a vida a mediar negócios em escritórios de advogados.
É possível que venhamos a ter um Presidente da República.

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