A Investigação Preventiva à Spinumviva (Perplexidades)
A Investigação Preventiva à Spinumviva (Perplexidades)
1 – Não se
percebeu que o insólito expediente, necessariamente sigiloso, para prevenir um eventual
crime económico ou financeiro fosse usado para um já praticado.
2 – Sendo
sigiloso, não se percebeu o anúncio público feito pelo próprio PGR e não, como habitualmente,
por fuga de informação para os média.
3 –
Percebeu-se ainda menos o anúncio de igual procedimento para com o então líder
do PS, sobre uma suspeita idêntica, curiosamente há muito esclarecida e
arquivada.
4 – Destinando-se a ser rápida, não se
percebeu tamanha demora e o anúncio prévio da prenda de Natal ou a escusa do
PGR em anunciar o desfecho da investigação cujo início ele próprio apregoou. (Nota
– pareceu o Rei Balduíno I a abdicar do trono, em 1990, por um período de 36
horas, para evitar assinar a lei belga sobre a IVG.)
5 – O que
é totalmente incompreensível é que o autossuspenso PGR tenha introduzido
antes uma regra que impede a consulta às investigações preventivas.
6 – Para
que os eleitores ficassem perplexos, o anúncio de arquivamento, a prenda de
Natal, foi recebida pelo favorecido com imprecações ao benfeitor, o Ministério
Público.
***
Nem as
eleições apagam suspeitas nem o arquivamento de investigações cujo acesso foi
bloqueado esclarecem dúvidas, mas o triunfalismo do PM e a recusa de falar à
imprensa é eloquente e revelador do seu carácter.
A bandeira
de Portugal e a da UE não respondem pela conduta pessoal em matéria do foro
pessoal que, aliás, levanta sérias dúvidas sobre a ética do PM, que recebeu
avenças de privados numa empresa que mudou sucessivamente de objetivos e de proprietários
dentro da sua própria casa e no seio do casal, em Espinho.
O comício em Bruxelas, às 20H00 de Lisboa, com bandeiras de Portugal e da UE foram um ato obsceno para o país aturdido e receoso do regresso a um tempo que a Revolução de Abril interrompeu durante 50 anos.

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