Arriba Franco, más alto que Carrero Blanco! – 20-12-1973 – 52.º aniversário
Arriba Franco, más alto que Carrero Blanco! – 20-12-1973 – 52.º aniversário
Há 52 anos
era presidente do Governo espanhol Luis Carrero Blanco, cúmplice do maior
genocida ibérico de sempre, Francisco Franco, e o seu previsível sucessor.
À saída da
missa, bem rezado, comungado e incensado, graças a 100 quilos de Goma-2,
colocados no túnel dedicadamente construído pela ETA, o carro blindado que o
esperou foi projetado a uma altura de cinco andares, deixando-o mais perto do
Céu.
Na queda,
o carro caiu no pátio do convento contíguo à igreja que frequentava. Nunca foi
tão santa e desejada a morte de um carrasco. Jamais um almirante voara tão
alto. E o júbilo ressoou dos dois lados da fronteira ibérica, “Arriba Franco
más alto que Carrero Blanco!”, frase que logo surgiu escrita nas paredes e
sussurrada por antifascistas.
Já em
democracia, muitos anos depois, ainda os juízes espanhóis, oriundos de madraças
da Falange, puniam quem fizesse humor com a morte de Franco ou de Carrero
Blanco, facínoras que deixaram um rasto de sangue e ódio.
Para se
perceber o júbilo pela morte de tão hediondo e pio governante, o único que não
esperou para ser chamado pela Providência, é preciso recordar a guerra civil
espanhola (1936/39) tempo de horrores, dos dois lados da barricada. Mas foi um
golpe de Estado que derrubou o governo eleito, e o general cuja sedição foi
designada Cruzada, pelo papa de turno, iniciou a feroz ditadura fascista
que Hitler, Mussolini e Salazar apoiaram.
Não bastou
a carnificina da guerra. Os fuzilamentos prosseguiram, durante vários anos, nas
praças de touros e nas ruas onde os falangistas abatiam republicanos suspeitos.
Os próprios Tribunais, às ordens do ditador, condenavam à morte e mandavam
garrotar.
Em Madrid,
o delinquente Francisco Franco, que servira às ordens do general mutilado,
Millán Astray, autor do grito Viva la muerte!, continuou a matar
adversários através de milícias fascistas que os esperavam. O seu diretor
espiritual, Escrivà de Balager, que fundou o Opus Dei, estagiou nessa
função para a futura canonização.
Os crimes
contra a Humanidade não prescrevem, mas em Espanha, com a cumplicidade do PP de
Aznar, a amnistia permitiu que não fossem julgados e a investigação das valas
comuns para onde foram atirados os republicanos assassinados levaram à suspensão
do Juiz Baltasar Garzón das suas funções.
Não venham
os moralistas do costume azucrinar os que então se regozijaram e quem se sentiu
sempre solidário com as vítimas, contra os algozes.
Viva
España!
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