A UE, o Reino Unido (RU), a guerra na Ucrânia e a NATO
A UE, o Reino Unido (RU), a guerra na Ucrânia e a NATO
As guerras
acabam sempre, com o colapso de um dos derrotados ou com negociações.
A UE tomou
partido na guerra entre a Nato e a Federação Russa ao lado dos EUA e RU, mas
quando os EUA, país líder da Nato, enjeitou os seus compromissos, manteve-se
fiel à guerra que não era sua e não admitiu a eventual saída.
Pior
ainda, aceitou comprar armas e fazer trocas comerciais ruinosas com o país que
se afastou para continuar a guerra num país alheio à UE e à Nato! Entrou na
guerra sem a declarar e sem poder enviar tropas, sob pena de ver bombardeados os
seus países.
Apoiou a
Ucrânia convicta do colapso russo que sucessivamente previu para as semanas
seguintes, os próximos meses e a contraofensiva da Primavera, segura do
isolamento do adversário, sem prever o seu próprio isolamento. E já lá vão
quase quatro anos…
Enquanto
Putin se reuniu com Trump no Alasca e, depois, em Pequim, com Xi Jinping e Narendra
Modi, Ursula von der Leyen só obteve de Trump tarifas piores para a UE do que as
do RU e a promessa de lhe vender armas para a guerra em que persiste.
A UE
excluiu-se da negociação da paz, deixando-a aos seus adversários, Rússia e EUA,
enquanto Macron e Friedrich Merz se juntaram ao PM do RU, outro país adversário
da UE, para influenciarem Trump nas negociações com a Rússia sobre a Ucrânia.
Na reunião
do Conselho Europeu não se aprovou o Acordo Mercosul / UE, urgente para
beneficiar os consumidores europeus, porque a França e a Itália temem os
agricultores, mas garantiram-se 90 mil milhões de €€ para a guerra, com o
acordo de 24 países, após divergências de geometria variável surgidas de
decisões erráticas e contraditórias.
Sendo
imprevisível o fim da necessidade de apoio à guerra, é urgente pensar até
quando é possível apoiá-la. Há 24 credores, entre os quais Portugal, mas os
governos mudam. E o RU, que tanto apoia a guerra, não participa agora no aval
ao empréstimo?!
Espera-se que
a UE seja tão pródiga a subsidiar a reconstrução do que sobrar da Ucrânia como foi
generosa a custear a destruição, e que se empenhe tanto a ajudá-la como o faz a
eternizar a guerra até à capitulação de um dos beligerantes.
Por pior
que se pense de Putin, há a certeza de que não vai ser eterno e é inverosímil
que esta guerra seja a de uma ditadura contra as democracias, aliás, erodidas numa
guerra identitária para a Rússia, existencial para a Ucrânia e evitável para a
UE.
Há duas
narrativas contraditórias que se excluem: que a Rússia não consegue conquistar
a Ucrânia nas próximas décadas e que, se não for travada na Ucrânia, avança até
Lisboa.
Com EUA e
Rússia coincidentes no apoio aos partidos nacionalistas de extrema-direita, é
surpreendente a posição da UE e inconcebível a ausência de canais diplomáticos
com o vizinho de que não gosta. Prefere demonizar quem fale de paz! É o
pensamento único!
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