Mein Kampf – (A Minha Luta, de Adolf Hitler) e a democracia

Mein Kampf, referência do nazismo, faz a apologia da ideologia que uniu totalitarismo, ódio racial, nacionalismo e xenofobia, e inspirou os crimes em nome da pretensa pureza da raça e do espaço vital de uma nação. É um manual terrorista cuja ideologia fez mais de 60 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial (1939/45).

Hitler, execrável panfletário, apelou aos instintos mais primários dos alemães e levou a ideologia a países que hoje esquecem a sua cumplicidade. Foi ele que ensanguentou o mundo a que Franco e Salazar sobreviveram por incúria dos Aliados.

Após o suicídio teve ainda direito a missa de requiem, ordenada pelo cardeal Bertram, na Alemanha, e a luto oficial, em Portugal, decretado por Salazar.

Denunciar o nazismo e levar a julgamento quem incite ao crime ou insista no racismo é usar a lei e os Tribunais, para punir quem reincide na promoção de crimes contra a Humanidade, e um dever de todos. Proibir o livro é injusto, gratuito e contraproducente.

A história do nazi-fascismo é conhecida e não era o livro que devia ter sido proibido, era Hitler que devia ter sido preso quando apelou aos crimes.

Não é a circulação, por exemplo, do Antigo Testamento ou do Corão, que causa atos de terrorismo, mas quem apela à prática dos crimes que eram moralmente então aceitáveis, naquela época bárbara.

A defesa da liberdade de expressão exige que se defenda a publicação e a circulação dos livros, mesmo os terroristas, com a mesma veemência com que deve combater-se quem incite os crimes aí defendidos.

O que não pode permitir-se é a impunidade dos semeadores do ódio e instigadores dos crimes, de quem ora substitui manuais terroristas por algoritmos para semear guerras e multiplicar fortunas em plena impunidade e defendem organizações criminosas.

Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, Peste, Guerra, Fome e Morte são hoje três, Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos. Há certamente leis que legitimem a sua reclusão.




Comentários

JA disse…
Apoiado, apenas com duas dúvidas:
1. Será que Franco e Salazar "sobreviveram por incúria dos Aliados"?
2. Os novos Cavaleiros do Apocalipse indicados agirão por sua conta e risco?

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