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A mostrar mensagens de novembro, 2005

Perigosos são os cavaquistas

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Um membro da Comissão de Honra de Cavaco Silva Divirto-me com a linguagem desbragada de Vasco Graça Moura (VGM). Por isso, aturo-lhe os desmandos, as contradições e as diatribes. Suporto-lhe a catilinária. VGM é um homem culto e inteligente, um poeta interessante e um prosador dotado. Não se lhe pode exigir bom senso, discernimento político e continência verbal, qualidades que seriam excessivas para o fogoso plumitivo. Quem não compreendeu as razões da derrota do PSD nas eleições legislativas de 1995 e 2005 pouco pode compreender de política. Regozija-se com os conflitos sociais quando o PS é poder e amofina-se nos turnos do PSD. O sentido de Estado de quem foi ajudante de ministro e é eurodeputado devia preservá-lo da incoerência. Quanto à linguagem é uma questão de estilo e uma imagem de marca. V.G.M. era o último almocreve do cavaquismo. Antigo ajudante de ministro foi a única luminária ao serviço do precário presidente do PSD, Durão Barroso, e seu solitário panegirista na ânsia de

Notas Soltas - Novembro/2005

Polónia – O eleitorado divide-se entre dois partidos de direita extrema, fruto da tradição autoritária do país e de um catolicismo anacrónico, anterior ao Vaticano II, com progressiva sedução pelos EUA e rejeição da Europa. Espanha – O estatuto autonómico da Catalunha, sendo um projecto com riscos, é um desafio aliciante num país onde o centralismo autoritário só conhece a repressão. O PP procurou a crispação, para ganhar o curto prazo. França – A violência não foi um meio para obter determinado fim, foi um fim em si mesmo para quem não tem horizontes mas apenas um saco de ódio para esvaziar, carro a carro, e um ressentimento a incinerar nas labaredas. Alemanha – A Esquerda, que a conjuntura económica radicaliza, e a Direita, cuja matriz genética empurra para o liberalismo duro, acabaram coligadas. Eis um casamento de futuro imprevisível. Itália - Sílvio Berlusconi é a imagem do milionário pouco escrupuloso que se tornou político para defender interesses próprios. Nem a bênção do

Espaço dos leitores

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A liberdade guiando o povo - Delacroix

Pandemia ou pandemónio?

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Caricatura publicada por amável deferência do meu amigo Zé Dalmeida

Terrorismo biológico

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(origem desconhecida) Seria a esta arma que se referiam os invasores do Iraque?

Kosovo: duas palavras

Terá sido em tempos uma terra de paz e harmonia entre povos. Há pouco devastada por uma guerra impiedosa, um dos genocídios do século XX pelo qual Milosevic está a ser julgado em Haia. Controlado e organizado desde há cerca de 6 anos pelas Nações Unidas, o povo kosovar procura agora os caminhos da independência e do desenvolvimento. Com mais de 90% de etnia albanesa e de religião muçulmana, o seu Parlamento pronunciou-se claramente pela opção de um Estado soberano. Fica apenas o testemunho de um povo orgulhoso, com pessoas com vontade de construir um futuro melhor, que sonha com a Europa, a que se habituou depois de tantos anos a usar o Euro. Boa sorte a Martti Ahtisaari, mediador internacional das negociações em curso. Boa sorte povo Kosovar. Do destino destes mais de 2 milhões de pessoas, depende a sorte dos Balcãs e da paz e prosperidade na Europa.

Bispo apela à resistência

«Seria cobardia nossa e traição a Deus guardá-los em casa». Albino Cleto, bispo de Coimbra, rejeitando a retirada dos crucifixos das escolas) - Diário as Beiras. Nota: A Constituição da República e o Estado laico não contam.

Direita, volver...

«Terei orgulho em ser líder do CDS». (António Pires de Lima - deputado do CDS)

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«Cavaco é como um eucalipto: provoca aridez à sua volta». (Miguel Cadilhe - entrevista à «Visão».

A prisão do Patacho (Crónica)

Corria o Ano da Graça de 1961. A Covilhã vivia mais uma crise dos lanifícios daquelas que ciclicamente lhe batiam à porta e que atirava inúmeros operários para o desemprego e os fazia regressar às aldeias de origem a que tinham ficado vinculados pela courela que sempre teimaram em amanhar nos dias de folga. Os carros de luxo eram o mais evidente sinal exterior de riqueza que camuflava a falência que se avizinhava na fábrica do proprietário. O jogo era a perdição de muitos e o sonho de riqueza nunca realizado de quase todos. Pululavam os casinos clandestinos onde se perdiam fortunas e aconteciam desgraças cujo eco chegava às conversas sussurradas em surdina no Largo do Pelourinho e no Café Montalto. A polícia era comandada por um tenente. Chamava-se Gaspar e era tão estúpido que até o capitão, seu superior hierárquico em Castelo Branco, notava. Cabia-lhe defender a ordem, vigiar a oposição e prender comunistas. Não era uma besta perfeita porque não há ninguém perfeito. Quanto aos Dons

Durão Barroso – Mentira

Ontem, em entrevista a Judite de Sousa, Durão Barroso entre respostas não convincentes e trivialidades do costume, afirmou que não havia precedentes em países democráticos da dissolução de uma Assembleia da República quando havia uma maioria que a não queria. MENTIRA. O Dr. Mário Soares dissolveu a A.R. quando o PS e o PRD tinham maioria absoluta. Evitou que Vítor Constâncio fosse primeiro-ministro. O PSD elogiou muito Mário Soares.

CAVACO

Gostava de partilhar convosco algumas ideias sobre o Prof. Dr.Aníbal Cavaco Silva, candidato à presidência da República. Surpreendeu-me a sua excessiva pressa em “desvalorizar” históricamente o falecido Dr. Francisco de Sá Carneiro , de facto não se compreende que um ex-líder do PSD venha dizer que o seu ilustre fundador deixou a sua tarefa inacabada, ainda que seja pelo facto do seu desaparecimento fortuito. Um facto parece indesmentível por muito que Cavaco se esforce, nunca se poderá equiparar a Francisco Sá Carneiro. E se a sua intenção é beneficiar politicamente da figura tutelar que é o fundador do P.S.D. não vai consegui-lo porque este foi um homem bem diferente. E fica a saber a pouco dizer, que foi um homem íntegro e digno, falta a raça a paixão e a frieza próprias de Sá Carneiro, que Cavaco nunca teve. Este facto é indesmentível mesmo para aqueles, que como eu, sempre preferiram Soares e nunca votaram em Sá carneiro. Apenas Soares , Sá Carneiro e Àlvaro Cunhal serão fig

Jorge Sampaio

O Sr. Presidente da República Dr. Jorge Sampaio está a mostrar porque foi eleito presidente de todos os portugueses. Neste final de mandato, um homem preocupado apenas consigo, não estaria a percorrer o país e a lembrar a todos quais os problemas do País, lembrando na circunstância os idosos. Hoje como ontem Sampaio tem genuínas preocupações com as pessoas, não passa despercebida a forma como tratou o antigo edil do Marco de Canaveses e em contraposição, como bem recebeu o Presidente de Moçambique. Ou a forma como geriu a crise política originada pela demissão do governo, com o abandono de Durão Barroso para ser candidato à Comissão Europeia. Ou ainda, como de forma lúcida e oportuna convocou as últimas eleições legislativas. Sampaio não gasta cartuxos em vão, tudo tem um sentido, tudo é preparado com um objectivo, tudo tem significado. Sou militante do partido Socialista mas nunca fui Sampaísta pelo contrário fui na organização a que pertencia um seu ardoroso contestatário. Quando

Jorge Sampaio - perigoso esquerdista

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« O povo português não fica nada seguro se Jorge Sampaio for eleito Presidente. Tenho algumas preocupações em colocar o futuro dos meus filhos nas suas mãos .» Aníbal Cavaco Silva, ao Expresso em 13.01.1996 Fonte: Blog «Céus de Abril»

Cavaco e o orçamento de Estado

O candidato melhor colocado nas sondagens para as eleições presidenciais declarou, em entrevista à Rádio Renascença, que, se for eleito, quererá ver, antes da votação final, os orçamentos de Estado. Cavaco disse que, «caso não concorde com a carga fiscal, poderá ter conversas “aprofundadas” com o primeiro-ministro» - lê-se no Diário de Noticias de hoje. Teme-se que Cavaco tenha da Constituição da República o conhecimento rudimentar que manifestou em relação a «Os Lusíadas».

Madeira à deriva

Gabriel Drumond não é certamente um solípede que o PSD/M fez deputado, uma alimária provocatória, um parasita que engorda à gamela do orçamento ou um traidor. Não sendo mentecapto, demente ou energúmeno, conclui-se que o presidente do «Fórum para a Autonomia da Madeira» (Fama) – associação de que Alberto João Jardim faz parte –, é imputável e, quiçá, madeirense ilustre. Mas não se sente português quem exige perante o plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, «a bem ou a mal», um referendo que decida sim ou não à independência da região. Ontem, segundo relata a jornalista Lília Bernardes no Diário de Notícias , o fogoso independentista pediu a todos os deputados para «darem as mãos» e «lutarem para que a Madeira se liberte do poder colonial». Não condeno o antigo apoiante da União Nacional – partido único da ditadura fascista –, nem me surpreende o seu desejo independentista. Censuro o silêncio do PSD e o dos órgãos da soberania da República, repudio o apodo de colonialista e não s

Marques Mendes

Desde que se submeteu ao grupo parlamentar no chumbo ao Orçamento, Marques Mendes viu aumentar os adversários internos. Aos habituais, que angariam votos mas comprometem o PSD – Valentim Loureiro, Alberto João Jardim e outros –, juntaram-se os concorrentes Manuela Ferreira Leite e António Borges. A eventual vitória de Cavaco nas presidenciais abreviaria a sua liderança. Conhecem-se as preferências do Professor, o perfil autoritário e os ódios de estimação. Não seriam apenas erradicados o clã santanista, o decadente CDS e o cada vez mais irrelevante Paulo Portas. Marques Mendes ficaria mais frágil e as tensões do PSD agudizar-se-iam. Os protagonistas do que o Expresso – órgão oficioso da candidatura cavaquista –, chamou a conspiração santanista estão desarticulados, apeados do aparelho de Estado e com a credibilidade de rastos. Nuno Morais Sarmento, Bagão Félix, Cardona, Telmo Correia e outros comparsas menores da intriga, do boato e da conspiração estão de baixa. Luís Delgado e Vasco

Morte no Afeganistão

O falecimento do sargento Roma Pereira, vítima de uma explosão no teatro de guerra, é um acidente trágico que se lamenta. Cumpria uma missão assumida por Portugal no quadro da NATO e com a cobertura das Nações Unidas. Foi, pois, na defesa da paz e da legalidade internacional que o militar perdeu a vida. Honrosamente. Com o respeito que a dor dos familiares merece não se pode perder o espírito crítico e o sentido das proporções. A dimensão das exéquias fúnebres excedeu os limites da razoabilidade, atingiu as raias do ridículo e prestou-se ao aproveitamento ideológico da morte de um militar profissional que era voluntário. José Nunes, presidente da designada Associação de Antigos Combatentes do Ultramar, lembrou a propósito os dez mil portugueses que «deram a vida pela paz e em defesa de Portugal» enquanto a Associação de Comandos afinou pelo mesmo diapasão. Acontece que a guerra colonial, além de inútil, foi injusta, ilegal e criminosa. Os militares não foram voluntários e, «longe de de

Durão Barroso

Alvo de todas as críticas, muitas por mérito próprio, algumas injustas, Durão Barroso revela-se um líder incapaz de resolver as contradições que dilaceram a Europa. No início desgastou-se com a obsessão de querer manter o comissário Rocco Buttiglione, um emissário da Santa Sé e protegido de Berlusconi. Agora é a desastrada presidência do Reino Unido, com um pé fora e outro dentro da União Europeia, à beira de desencadear uma crise orçamental e arruinar definitivamente a sua imagem. Há um ano à frente da Comissão Europeia (CE), após deixar o País em crise e um Governo de que os portugueses rapidamente se desiludiram, Durão Barroso não tem razões para exultar como líder da Comissão Europeia. Bush, Blair, Aznar e Berlusconi facilitaram-lhe a fuga, mas tornaram-se apoios cada vez mais comprometedores e cada vez menos recomendáveis. A um presidente da Comissão Europeia não basta o entusiasmo na invasão do Iraque. Assim, Barroso arrisca-se disputar a Jacques Santer o lugar de o mais irrelev

Franco

Em 20 de Novembro de 1975 faleceu Francisco Franco, carrasco de cem mil espanhóis durante a guerra civil que dilacerou Espanha entre 1936 e 1939. Não primaram pela benevolência os republicanos que defendiam o Governo legal, também eles responsáveis pelo assassínio de 60.000 pessoas durante a guerra civil, na orgia de horror que dilacerou a Espanha e horrorizou o mundo. Todavia, são os 50 mil assassinados no pós-guerra, os 270 mil encarcerados em situação de profunda crueldade e os 400 mil exilados que constituem a prova mais clara do carácter sinistro e cruel do feroz ditador que oprimiu os espanhóis durante 36 anos. Terminadas as imponentes exéquias fúnebres, enquanto se decompunha o corpo sob a lápide de uma tonelada no Vale dos Caídos – um imponente monumento da arquitectura fascista –, começou a desintegração da ditadura acelerada pelo 25 de Abril português. Bastaram três anos para que a Espanha consolidasse a democracia e frustrasse a derradeira tentativa de um grotesco tenente-co

Causa Nossa

«Causa Nossa» completa hoje dois anos de blogosfera. Como me encontro em viagem, expresso agora os parabéns pelo aniversário que, daqui a oito horas, se comemora. Dois anos de empenhamento cívico, clarividência política e pedagogia democrática são o saldo de um blog que se tornou referência obrigatória de numerosos cibernautas e, há já algum tempo, ultrapassou um milhão de visitas. O «Causa Nossa», uma das honrosas excepções para o lixo que circula, é o bálsamo e um oásis de ponderação, bom senso e inteligência. A dedicação de uma equipa que faz a síntese do que de melhor nos trouxe a democracia com o que de mais auspicioso se espera de um projecto europeu integrador e solidário, encontrou na constância e determinação de Vital Moreira a referência emblemática dessa equipa que, no segundo aniversário do «Causa Nossa», saúdo com estima e consideração. Votos de longa vida e felicitações aos seus colaboradores, paladinos das melhores e mais nobres das nossas causas. Um abraço amigo e soli

Memórias da co-incineração

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Com o título em epígrafe, numa excelente reflexão e com a independência a que nos habituou Paulo Marques , jornalista do «Diário as Beiras», terminou a sua crónica de hoje , com esta frase: «E continuou por resolver o grave problema dos resíduos industriais perigosos». Em 9 de Junho de 2000 escrevi um texto que seria publicado alguns dias depois em vários órgão da comunicação social, a quem o remeti, nomeadamente no Diário as Beiras. Aqui fica: Somos um país com precários hábitos de higiene, heróicas tradições de resistência ao banho e uma irreprimível saudade do gosto ancestral de cuspir no chão. Quem não guarda a memória do aconchego que o estrume do rés do chão, habitado pelos animais, trazia à casa da sua aldeia, nas noites frias de inverno? Compreende-se, pois, a relação afectiva com os lixos em geral e os resíduos tóxicos em particular. Os lixos que ornamentam a orla das estradas, os resíduos que pontuam os cursos de água, os odores que orientam os invisuais pelos difíceis caminh

José Saramago

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A morte de Sardanapalo - Delacroix «Tudo em nós envelhece, escasseia, perde vigor com o tempo: a energia do corpo, a entrega da alma, a força da memória, a velocidade do pensamento. Menos uma coisa: a imaginação, o sonho de olhos abertos. Essa está cada vez mais fresca, mais desperta, mais ambiciosa, em contra-corrente ao corpo e à alma. E quando a imaginação cresce e fica maior do que a alma, já não cabe nela, o velho entra em delírio, deprime-se, escorre para fora do corpo – e deixa-se morrer. Morre porque já não cabe na vida, fica-lhe um bocado de fora». (Ao ler o último Saramago, «As Intermitências da Morte». O raio do velho está com a imaginação cada vez mais prodigiosa!) Comentário de O. M.

Super Mário

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(Clique na imagem) As minhas deficiências como blogger levam-me a recorrer ao imprescindível «Causa Nossa» .

A Saúde?

Correia de Campos: elevado número de médicos nos hospitais é uma "vergonha nacional" O ministro da Saúde, António Correia de Campos, considerou ontem à noite, em entrevista à SIC Notícias, que o elevado número de médicos em alguns hospitais é uma "vergonha nacional" e deu como exemplo os 59 oftalmologistas que trabalham no Hospital dos Capuchos, em Lisboa. – Público 17/11/2005. Muito Bem Correia de Campos, é absolutamente necessário regular a distribuição dos médicos tornando-a mais equilibrada e abrangente, espero que não sejam apenas palavras! e que a seguir às palavras venham os actos. Este é tipo de diagnóstico é preciso não são para o sector da saúde mas para toda a administração pública, de modo a tornar a alocação dos recursos humanos mais racional, económica, eficiente e eficaz. O poder político tem que começar a encarar a máquina administrativa do Estado de uma forma empresarial (o que não quer dizer privatizar as funções ou os meios do estado) na procura

Cavaco na TVI

«Hirto, tenso, parecendo vomitar um discurso decorado, com algumas banalidades e demagogia a rodos. Ganha de facto em estar calado». A opinião parece consensual.

Exército dos EUA utilizou fósforo branco

«Depois de vários desmentidos o Pentágono admite que usou fósforo branco no Iraque em 2004. Em entrevista à BBC, um porta-voz do Departamento de Defesa confirmou a utilização desta arma incendiária defensiva na cidade de Fallujah» - lê-se na TSF . Os cúmplices da invasão do Iraque, os que mentiram deliberadamente e ludibriaram os seus países, que têm a dizer? Aznar, Blair, Berlusconi, Barroso e outros irresponsáveis ficarão impunes?

Cavaco já começou a partir o PSD

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Manuela Ferreira Leite (MFL), destacada militante e uma das figuras mais próximas de Cavaco Silva, elogiou o Orçamento de Estado do PS e declarou que se teria abstido se fosse deputada. Bastou para que o PSD reagisse com violência inaudita às afirmações da antiga ministra das Finanças. MFL nada disse de diferente de Marcelo Rebelo de Sousa ou de dois antigos ministros das Finanças no consulado cavaquista, Miguel Beleza e Eduardo Catroga. Nestes casos houve silêncio. Então o que levou o PSD a uma reacção dura contra uma das suas mais carismáticas militantes? Não foi só o ultraliberal Miguel Frasquilho, acolitado pelo obscuro deputado Hugo Velosa e por António Preto, presidente da Distrital de Lisboa (especialista em Finanças apenas em relação às do PSD e, eventualmente, às próprias). As razões têm de ser encontradas no seio do grupo parlamentar e do próprio partido. O primeiro é maioritariamente afecto a Santana Lopes, que excluiu MFL, e aceita mal o novo líder. O PSD, por sua vez, à m

Escravatura sexual aumenta

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Dança no Moulin Rouge - Toulouse-Lautrec Continuo a não ter sobre a legalização da prostituição uma posições definitiva. Sou dos que tenho dúvidas e várias vezes me engano mas tendo, cada vez mais, a aceitar o seu enquadramento legal. Um artigo do Diário de Coimbra , de hoje, chama a atenção para a dimensão e gravidade do problema. Há dias soube-se do falecimento de uma prostituta de Viseu, com 32 anos, vítima da SIDA, com a população autóctone em estado de choque e centenas de pessoas em pânico. A exploração da prostituição merece uma repressão severa mas seria de uma profunda miopia pensar que, por essa via, se extingue o flagelo. Lamentável é o silêncio que ainda rodeia uma indústria florescente à volta da qual brotam vários tipos de crimes. Para já vejo alguns benefícios na regulamentação da actividade: - maior controlo sanitário; - melhor protecção às vítimas; - mais eficaz combate ao proxenetismo; - redução do risco de violência, violação e maus

O estertor do CDS

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Nudez de costas - Picasso No CDS a guerra estendeu-se às estruturas locais. Não é um caso de desintegração de um partido, é uma guerra de família à beira da extinção.

Cavaco à beira da derrota (2)

32 comentários é um bom score. Obrigado leitores! Deixem-me só reforçar a minha ideia: lembram-se quando se falava que o Cavaco teria uns 60%? Que as eleições estavam decididas? Bom. O combate é extremamente difícil, mas todos terão de convir que 52% a 10 semanas de eleições não dá uma segurança total de vitória. Tenho notado muitas resistências à figura de Soares. Compreendo. Eu próprio reflecti durante algumas semanas sobre se deveria apoiar Soares ou Alegre. Peço só que cada um, em consciência, analise com frieza e com objectividade o perfil, a estatura, os conhecimentos de cada um dos candidatos: Soares, Alegre e Cavaco. As respostas serão diferentes em função dos nossos critérios. Compreendo. É normal em democracia. Com Soares eu teria a certeza de que o Governo de Sócrates seria apoiado (e é um bom Governo). Com Soares eu teria a certeza que se lutaria pelo aprofundamento do Modelo Social Europeu (tão incipiente no nosso país amordaçado por 300 anos de Inquisição e 50 anos de fas

Eu, me, mim, migo... (2)

Espaço dos leitores...

Clube AGIR - Coimbra e o Poder Político

O Clube Agir vai organizar um debate dia 24 à noite sobre "A perda de influência de Coimbra no panorama político nacional." Casa da Cultura, às 21.15. Apareçam! Oradores: Barbosa de Melo (Ex-Presidente da Assembleia da República) António Arnaut (Ex-Ministro dos Assuntos Sociais) Marcelo Nuno (Líder da Concelhia de Coimbra do PSD) Nuno Moita (Líder da Concelhia de Condeixa do PS) E todos aqueles que nos horarem com a sua presença e queiram fazer uma intervenção.

Jurisprudência

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A juíza absolveu António Caldeira, professor, autor de um blogue que quebrou o segredo de justiça. «A conduta do arguido, ainda que pudesse ser considerada censurável, não integra a prática do crime de que vem acusado» - entendeu a meritíssima na douta sentença. Na fundamentação da decisão pode ler-se, segundo o Diário de Notícias , que «o despacho em causa tem como destinatários jornalistas» e, não obstante entender que um blogue «pode ser já considerado comunicação social», faltou «a comunicação regular» do tribunal ao arguido. Eis mais uma decisão que honra os Tribunais e uma vitória da liberdade de informação. O direito à informação é um índice importante da saúde da democracia.

Citação

«Há que reconhecer que o Orçamento do Estado vai mais longe que os governos anteriores no sentido que era necessário em termos de contenção das despesas de Estado e que o primeiro-ministro esteve muito bem no debate». Marcelo Rebelo de Sousa RTP- 1

Eu, me, mim, migo...

"Eu... me, ... mim, (...) ---migo. (...) Autobiografia que eu escrevi... O programa que eu próprio escrevi, porque eu (...) me, mim... migo. Dois homens de uma aldeia de Trás-os-Montes compreendem melhor a política que os políticos profissionais. Sou honesto. me, mim, migo. Trabalho, trabalho. Eu. (...) Autobiografia. Me, .... Mim. ....migo." Cavaco Silva, na TVI (14.11.2005)

COIMBRA - O metro é uma miragem?

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Carlos Encarnação, edil de Coimbra por obra e graça do PSD e de uns apêndices do CDS e do PPM, lamenta que o Governo «ainda não tenha apresentado projecto para o metro». Sobre a necessidade do metro e da revolução dos transportes urbanos que representaria, não tenho dúvida. Sou solidário com Carlos Encarnação no desejo de ver a cidade com um meio de transporte eficaz, menos poluente e factor de desenvolvimento das áreas suburbanas e da própria cidade. O que surpreende é que o lamento venha de quem dizia fazer depender da construção do metro a sua recandidatura. O que me espanta é que os Governos que ele apoiou nada tenham feito para o lançamento da obra. O que me abisma é que se tenha procedido a expropriações sem estar assegurado o projecto. Agora compreendo um seu antigo vereador quando afirmou que, como presidente da Câmara, Carlos Encarnação é um excelente relações públicas . Certamente enquanto espera as eleições para o Parlamento Europeu.

Garcia Pereira à Presidência

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O advogado Garcia Pereira, grande educador da classe operária, vai candidatar-se de novo à presidência da República. Como nas anteriores eleições teve a generosa colaboração do PPD/PSD na sempre difícil tarefa da recolha de assinaturas , aqui deixo aos leitores dessa área o apelo do candidato: Campanha de Recolha de Assinaturas Neste momento está a decorrer a recolha de assinaturas para a Candidatura. Colabore preenchendo os impressos : 1- Declaração de Propositura 2– Pedido de Certidão

Última hora. Informação não confirmada

Atento às prevenções recomendadas para minimizar o risco da pandemia da gripe das aves, o Papa considera a hipótese de cancelar a Missa do Galo deste ano.

Laicidade desafiada

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Imagem do sítio «República e Laicidade» A insurreição que eclodiu recentemente nos bairros periféricos de Paris, incendiou a França e contagiou a Europa é um fenómeno assustador. A conjuntura económica, a segregação que o comunitarismo agrava, o desemprego e o desalento são o húmus que alimenta a rebeldia. É neste caldo de cultura que explode a violência e o ímpeto destruidor que surpreendeu os franceses e assustou a Europa. As causas vão permanecer pois não há resposta fácil e, muito menos, célere. Enquanto as soluções tardam, os pescadores de águas turvas vão aproveitar-se do sobressalto e explorar o medo, o racismo e a xenofobia. Curiosamente ninguém parece dar-se conta de que nos bairros suburbanos numerosos imãs pregam o ódio aos infiéis, acicatam as jovens a desafiar, com o véu, a escola laica e procuram ganhar influência para substituir a escola pública por madraças. Um pouco por todo o lado é o ódio à laicidade que desabrocha. Parece que o islão e o catolicismo se concertaram

Cavaco à beira da derrota

Grandes notícias para todos aqueles que não se revêem minimamente nem na personalidade de Cavaco Silva para Presidente da República nem nos interesses que ele representa. Uma semana na estrada e Mário Soares já conseguiu grandes resultados: 1 - quase duplicou as intenções de voto, 2 - parece ter ultrapassado Alegre, o que permite à esquerda concentrar-se no maior vulto cívico, intelectual e político do Século XX e inícios do Século XXI (Dr. Mário Soares) para Presidente da República, e 3 -Cavaco já está à beira dos 49% (considerando a margem de erro técnico da sondagem). Faltam ainda algumas semanas. Recordo apenas que Cavaco teve 46,5% em 1996. E mais de 50% em 1987 e 1991 em condições mais difíceis (eleições legislativas). Em 2005 nunca poderá ter menos de 48%. Esta batalha ganha-se ou perde-se por décimas. Cavaco está a descer. Soares a subir. Soares é fixe!

Coerência e convicção

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Hoje, no Expresso, «O QUE ELES DIZEM», José António Lima recorda que Alberto João Jardim , há um ano e meio, apoiava publicamente a candidatura presidencial de Santana Lopes e que, caso este não avançasse, avançava ele próprio. No início de Fevereiro deste ano da Graça , há nove meses, desancava o Professor de Boliqueime: «O comportamento do senhor Silva é causa de expulsão do partido». Passaram nove meses e pariu o apoio incondicional a Cavaco. Deve ter sido de cesariana.

CDS – um partido coeso e uma liderança sólida

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Esta semana o grupo parlamentar do CDS revelou uma grande coesão contra o líder Ribeiro e Castro. Oito dos doze deputados fizeram declaração de voto na votação dos projectos-lei que regulamentam a procriação medicamente assistida.. Os deputados votaram, por unanimidade, de acordo com a decisão do líder, mas oito não concordaram – Paulo Portas, Telmo Correia, Pires de Lima, Nuno Melo, Teresa Caeiro, João Rebelo, Nuno Magalhães e Diogo Feio. Aproxima-se a hora de Pires de Lima e a possibilidade de bastar o táxi para transportar o próximo grupo parlamentar. A próxima legislatura ainda vem longe, mas em de Março do próximo ano deverá ter lugar um congresso estatutário...

Lisboa consagra-se a Nossa Senhora de Fátima

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Vai ter lugar, hoje, às 20H00, a consagração de Lisboa à Senhora de Fátima. Será que os crentes de outras religiões, os agnósticos e os ateus não podem pedir dispensa?

EUA - Republicanos em queda

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Apoio de Bush não evitou derrotas dos republicanos Eleições para governadores correram mal à direita americana Os republicanos sofreram ontem duas derrotas significativas em eleições para Governador e num referendo da Califórnia. Há conclusões a tirar: – O apoio de Bush não só não evitou a derrota da direita americana como a facilitou. – A virulência da direita religiosa é um passaporte para a vitória dos democratas. – Na Califórnia a derrota de Arnold Schwarzenneger revela que os eleitores do Estado voltaram a preferir a inteligência aos músculos.

Washington usou armas químicas contra Fallujah

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«O programa da televisão pública italiana Rai News 24 apresentou testemunhos que confirmam o uso, pelos EUA, de armas químicas na Guerra do Iraque para vencer a resistência sunita."Fallujah, a carnificina escondida", emitido ao fim da tarde de terça-feira, é um documentário sobre a grande ofensiva norte-americana contra a cidade de Fallujah, em Novembro de 2004, no qual se revela ter sido usado fósforo branco e o agente MK77, uma variante do napalm usado no Vietname» - escreve Manuela Paixão no Diário de Notícias . Onde pára o remorso, o suplemento de dignidade, o assomo de coragem, a autocrítica dos cúmplices da invasão? Que dizem os chefes de Governo que apoiaram a invasão e mentiram aos seus países - Inglaterra, Itália, Espanha, Polónia e outros subalternos igualmente indignos? Aznar, Blair, Durão Barroso, Berlusconi e outros vassalos de Bush permanecem mudos.

Espaço dos leitores

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O nascimento de Vénus - Sandro Botticelli

À espera da hora certa

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A persistência da memória – 1931 – Salvador Dali Há candidatos que perdem por serem demasiado conhecidos mas é admirável que haja quem possa ganhar por evitar que o conheçam. Há quem se exponha, defenda ideias, apresente projectos e se submeta ao escrutínio da opinião pública. Há quem se resguarde, gira silêncios e deixe aos vassalos a promoção da imagem. Há quem tivesse lutado a vida inteira contra a ditadura. Há quem tenha tratado da vida indiferente ao regime, ao ambiente e à sorte dos seus concidadãos. Uns conquistaram a liberdade, outros aproveitaram-na. Há quem se furte à luta, se esconda, renuncie ao combate cívico e enjeite o debate, por oportunismo, cálculo e ambição. Há quem tenha da política a noção de serviço público. Há quem se acolha ao aconchego de três reformas de funções públicas para abichar um quarta numa entidade privada, à espera da hora certa. Há quem espere D. Sebastião em manhãs de nevoeiro. Há lodo no cais.

E esta?

A razão de uma candidatura : «Só senti o impulso de me candidatar depois do PS ter manifestado o apoio a Mário Soares.» (Manuel Alegre, entrevista à TVI, segundo o Diário de Notícias ).

Papagaios e eleições presidenciais

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Um cliente entra numa loja para comprar um papagaio. Vê cinco e começa a indagar as características e a confirmar os preços para tomar uma decisão. Dois papagaios custam 500 euros, cada um, e falam português e francês. Outros dois estão marcados a 1.000 euros e o vendedor informa que, além de português e francês, também falam alemão. Perplexo, o cliente pergunta quantas línguas fala o quinto papagaio que está marcado por 3.000 euros. – Não diz uma palavra mas todos o tratam por Professor – diz o empregado.

Onde pára D. Catalina?

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Catalina Pestana Notas sobre a Casa Pia de Lisboa 2002-11-29 O Ministro da Segurança Social e do Trabalho, António Bagão Félix, nomeou para Provedora da Casa Pia de Lisboa Maria Catalina Batalha Pestana, que iniciará funções na próxima 2ª feira. Catalina Pestana exerceu, entre outras, as seguintes funções: - Directora do Plano de Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil (1998-2002), - Coordenadora Nacional do Projecto Vida no Ministério da Educação (1990-1993), - Directora do Colégio de Sta. Catarina da Casa Pia de Lisboa (1975-1987). ...................................................................... Arredada há algum tempo dos noticiários televisivos que alimentava com ar simples de dona de casa, loquaz a exibir ternura pelos «seus meninos» cuja violência sofrida nunca notara nos anos em que foi Directora do Colégio de Santa Catarina (1975/87), onde pára D. Catalina? Uma dia vi-a mentir, quando disse que era muito amiga do Dr. Paulo Pedroso e, no dia

Escândalo «Casa Pia»

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O tribunal da Relação de Lisboa decidiu pela não pronúncia de Pauo Pedroso, Herman José e Francisco Alves indiciados no processo Casa Pia. O colectivo de juizes, que apreciou o recurso do Ministério Público, corroborou a decisão tomada pela juíza de instrução Ana Teixeira Silva, por insuficiência de provas. Esta sentença transitará em julgado caso o Ministério Público ou outra parte no processo não recorram para o Tribunal Constitucional invocando questões de constitucionalidade na decisão. Se os réus não vierem a ser acusados ficará para a história o circo mediático à volta da deslocação de Herman José à PJ onde era acusado da prática de um crime numa data em que se encontrava no Brasil. Quanto a Paulo Pedroso fica a mancha da prisão preventiva durante cinco meses e o aproveitamento partidário feito à custa de um dos mais emblemáticos e competentes ministros da Segurança Social. Depois disto há que reflectir sobre o comportamento de Adelino Salvado, director-geral da PJ – imposto e ma

Anacronismos

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Maja desnuda, Goya - Museu do Prado, Madrid O acto de violação é um «crime horroroso», mas «praticar o aborto de um feto são, fruto, embora, de um acto abjecto, é fazer pagar a vítima inocente pelo criminoso». A frase citada pertence ao médico Walter Oswald. Foram palavras com que o director do Instituto de Bioética da Universidade Católica inaugurou as conferências do Congresso Internacional da Nova Evangelização a decorrer em Lisboa. O referido médico é, há décadas, simultaneamente um dos mais influentes responsáveis das comissões nacionais de ética da Ordem dos Médicos e dos Hospitais portugueses. A Igreja gosta de apresentar-se como campeã da defesa da vida. Esta mentalidade que contraria, aliás, a legislação em vigor em Portugal, revela que a legislação portuguesa, que peca por defeito, seria ainda mais retrógrada se dependesse da Igreja católica. Vale a pena reler a frase e ver a absoluta insensibilidade em relação à mulher violada, o desprezo que a Igreja, de que o referido mé

Eleições silenciosas

O silêncio do candidato da Direita e dos seus apoiantes já não me espanta. Admira-me é não conseguir detectar nos comentários caríssimos leitores do ponteeuropa qualquer apoio ao Senhor Jerónimo de Sousa ou ao Prof. Doutor Francisco Louçã. Para os mais tímidos, recordo que podem escrever sob anonimato. Esta página é pois para apoiarem Jerónimo ou Louçã. Obrigado pelos Vossos contributos.

Manuel Alegre na TVI. Alguém viu?

Como não tenho o dom da ubiquidade, não assisti à entrevista do Camarada Alegre. Estava no jantar do Camarada Soares. Deixo aos leitores este espaço. Obrigado pelo Vosso contributo.

Mário Soares em Coimbra: uma grande "arrancada"

Mário Soares iniciou ontem na "cidade do conhecimento" a sua caminhada para vitória nas eleições presidenciais. Veio visitar uma empresa fundada por 3 jovens engenheiros, Licenciados e Doutorados em Coimbra, que têm hoje entre os seus clientes pelo mundo inteiro empresas como a NASA. Mário Soares quis transmitir a ideia de que os portugueses podem acreditar. Os portugueses têm valor. Se estudarem, trabalharem, investirem e apostarem na qualificação podem vencer ao mais alto nível. Foi um belo arranque deste grande patriota que vem prestar mais este serviço ao país. Denotou uma força e vivacidade - nos debates, na rua, no jantar - verdadeiramente invejável. É um grande político, um líder nato, capaz de mobilizar o que de melhor há em Portugal e nos portugueses para darmos mais um salto em frente na nossa história, com a serenidade e o estofo intelectual que ele oferece. De entre todos os candidatos, é o melhor preparado, o mais sabedor e o mais tranquilo. Com ele em Belém, &q

Cavaco tem bênçãos especiais

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Lobo Xavier e Ramalho Eanes não estão apenas juntos no apoio a Cavaco. Há muito que partilham uma espiritualidade comum e, atentos à salvação da alma, não descuram os bens terrenos que julgam melhor defendidos sob os auspícios do Professor de Boliqueime. Foto de 8 de Julho de 2002

Para reflectir

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Acabo de receber, de um amigo, esta fotografia cujo autor desconheço. Há uma reflexão que me ocorreu: Quem pouco ou nada tem, partilha. Quem muito tem, não resiste à contínua acumulação do capital. É por isso que a luta de classes não pára e os sobressaltos provocados por multidões de deserdados se acentuam e multiplicam. É por isso que o neoliberalismo não é solução.

Paris já está a arder?

A onda de violência que grassa em Paris já leva dez dias de destruição e caos. A crise económica, o desemprego e a dificuldade de integração das minorias étnicas criam o efeito explosivo de desencadear uma insurreição e conduzir a uma verdadeira guerra civil. Quem viveu o Maio de 68, cujas motivações eram completamente diferentes, é levado a concluir que Paris é um laboratório de experiências novas cujas consequências são imprevisíveis. Quem vem a seguir? - A Itália ou a Alemanha? O que virá primeiro? – A destruição do Estado ou o restabelecimento da ordem pública? «Neste momento a pergunta importante a um candidato a PR em Portugal era, como geria o processo se acontecesse o mesmo em Lisboa»? – escreve o BLOG DEL SNIPER . Estou de acordo.

Mocidade CDS/PP contra Cavaco Silva

A mocidade portuguesa do CDS/PP, também conhecida por «Juventude Popular» (JP), votou ontem contra o apoio ao candidato presidencial do PSD e do CDS. Segundo João Almeida, líder da JP, 97 conselheiros nacionais (61%) votaram contra a candidatura de Cavaco Silva, enquanto os restantes votaram a favor – lê-se no Diário de Notícias , de hoje. Fica-se assim a saber: – O CDS/PP ainda existe; – O CDS//PP tem uma juventude partidária com mais de uma centena de conselheiros nacionais; – Ao não apoiarem Cavaco Silva só o favorecem libertando-o de apoios menos recomendáveis; Já lhe basta o apoio de Alberto João Jardim e Valentim Loureiro.

A visita pascal (crónica)

O Senhor Jesus Ressuscitado viajava, no Domingo de Páscoa, pelas casas da aldeia a recolher o ósculo e a esmola dos devotos. Onde não chegava antes do anoitecer ia no dia seguinte, com desgosto dos paroquianos que o aguardavam. A bênção valia o mesmo, é certo, mas perdia-se o tempo da espera e era diferente. Por isso, para não contrariar os mesmos, todos os anos mudava o itinerário. Transportava-o o sacristão, que o entregava ao vigário em cada paragem, e era acompanhado por devotos que aliviavam a alma e recolhiam esmolas suplementares para os santos que exornavam a igreja local. Um garoto levava a caldeirinha de água benta que passava ao sacristão enquanto o padre se ocupava da cruz e recolhia-a depois deste despachar a tarefa e de se ocupar do hissope, num movimento de rotação, a aspergir com vigor, em cada lar, um círculo protector das investidas do demo, bênção que não deixaria de acautelar também o vivo que morava na corte, por baixo. Era um tempo em que não havia vírus nem pneum

Manuel Alegre - Candidato

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Manuel Alegre - SIC, hoje O manifesto eleitoral de Manuel Alegre, hoje apresentado, é um texto de rara qualidade literária onde a firmeza das convicções e a densidade cultural foram servidas pela voz inconfundível do combatente da liberdade. Independentemente da opção eleitoral que farei na primeira volta, curvo-me perante a coragem cívica, determinação e cultura democrática deste candidato que passou a vida a bater-se por ideais sem se refugiar em sinecuras à espera de espaço e do tempo oportuno. Manuel Alegre foi, é e será sempre um dos maiores exemplos cívicos de um país que rapidamente esquece o passado e branqueia comportamentos.

Cheney autorizou tortura no Iraque e no Afeganistão

Finalmente, um ex-alto- responsável americano reconhece a prática da tortura e aponta igualmente o responsável pela autorização. Felizmente, para Dick Cheney, o vice-presidente de Bush é cidadão americano e não será julgado pelo Tribunal Penal Internacional. Imagine-se que era julgado no Iraque por um tribunal com a independência daquele que vai julgar Saddam. Para quem, como eu, acredita na superioridade moral das democracias em relação às ditaduras, a ausência de escrúpulos e a falta de respeito pelos direitos humanos são um golpe profundo na credibilidade da civilização cristã e ocidental, made in USA . Carlos Esperança

Turquia e dilemas europeus

A Turquia é o cordão sanitário de que a Europa carece para se defender da demência do fascismo islâmico e que os europeus teimam em manter do lado de fora. É difícil convencer os guardiões da nossa segurança a conter os inimigos quando lhes recusamos o convívio e os obrigamos a viver com eles. A entrada da Turquia na União Europeia cria dificuldades. A história, a cultura e os costumes separam-nos, mas serão maiores os problemas se persistirmos em manter a guarda pretoriana fora das fronteiras cuja defesa lhe confiamos. Há na Europa rica, desenvolvida e sofisticada um egoísmo exacerbado, uma indiferença cruel perante a miséria que a rodeia, um racismo larvar pelos que nos invadem à procura da sobrevivência. A dificuldade de converter a Inglaterra ao europeísmo, a relação de amor/ódio com os EUA e a lepra dos nacionalismos, fazem da Europa um gigante sem agilidade, incapaz de aprofundar a unidade respeitando a diversidade dos seus povos. A Europa é já um espinho cravado na garganta dos

Cavaquismo e cavaquistas-novos

Há quem troque o brio pessoal pela satisfação de viajar no lugar de trás de um qualquer veículo que julgue atingir a meta em primeiro lugar. Muitos, com falta de brilho, tendem a gravitar, buscando a luz de quem possam tornar-se satélites. É duro perder, para quem não tem coragem para ser oposição e que, à míngua de mérito próprio, rejubila com o triunfo de quem pensa que sairá vitorioso. Há nas adesões contra-natura um desejo de emendar o passado, o pretexto para mudar de barricada, a oportunidade de requerer o passaporte para refazer o curriculum. À vaidade, oportunismo e moleza de coluna juntam-se ódios, ressentimentos e ambições. O carro do cavaquismo parece um albergue espanhol. Vão a bordo sociais-democratas, eanistas, cavaquistas indefectíveis, admiradores do Professor de Boliqueime, trânsfugas do costume, arrivistas, gente do aparelho partidário do PSD e excluídos do CDS/PP. Quanta pusilanimidade ou carências de consideração social se escondem atrás de cátedras obscuras, altos

Mário Soares na TVI - Um Homem em grande forma

Espaço para os leitores...

Racismo, Xenofobia, Economia social de mercado

A França está em chamas. Os arredores de Lisboa têm problemas de desemprego e marginalidade. A História deveria conduzir a Humanidade a aspirar a valores mais altos, mais dignos, mais civilizados. Mas pouco se fala em valores, hoje. Coesão social, inclusão, ecologia, respeito pelos direitos fundamentais - é como um canto de garça. O discurso do pensamento único apenas nos apregoa com o PIB, a competitividade, a produtividade, a concorrência dos países asiáticos, a deslocalização de empresas. Com a nexessidade de reestruturar os quadros de pessoal - com a valorização da empresa através de um despedimento colectivo. Com os números frios e impessoais. É um facto da economia global. Não podemos "enfiar a cabeça na areia" e fingir que nada se passa e que os esquemas de funcionamento da economia e da sociedade dos países ricos - das verdadeiras sociais-democracias europeias - podem continuar imutáveis. É necessário fazer adaptações. É preciso dar um salto em frente em termos tecno

Partidocracia

Todos os partidos, incluindo o PCP, tiveram a tentação - e conseguiram! - de dominar o "aparelho de Estado" em Portugal. Porém, um Partido introduziu concursos públicos para os quadros intermédios. Um Partido lutou pela regionalização para dar legitimidade democrática aos quadros das CCDR's e outras entidades. Um Partido - que também tem muitos boys - fez mais do que os outros pela transparência. Mas não fez o suficiente. Concordo. Quanto aos cargos de Direcção, caros leitores e comentadores do blog, penso que se o povo vota, se o povo dá legitimidade à formação de um novo governo, este tem que ter os meios humanos para implementar o sue projecto e a sua política.

O "virgem" de Boliqueime!

A questão dos políticos profissionais não é fútil. Marca um estilo, uma ideologia e uma forma de estar na política. O "cavaquismo" existiu. Os boys do Cavaco existiram. A profissionalização partidária foi e é forte (também) nas hostes da direita, do PSD e do Cavaco. Alguém se lembra do "Estado laranja"? Há pouco ressuscitado como "laranja e azul"? Há um laivo de saudosismo, de sebastianismo, na candidatura de Cavaco. Não é um Professor de Economia que pode ser eleito para Belém. Há vários e certamente de maior craveira técnico-científica que ele. Não estamos aqui a fazer uma prova académica, mas um exercício de política, de mobilização e de pedagogia de um povo. E é aí que a afirmação de Cavaco, bem como a resposta de Soares não são inocentes. Revelam uma postura face à democracia da II.ª República. Uma República que tem defeitos e a partidocracia e o "fechamento" dos Partidos é um deles. Concordo. Mas foi uma República que fez de Portugal um p

A comunicação social em Portugal

A Cofina (Correio da Manhã, Sábado, Jornal de Negócios, Máxima, Record, TV Guia, etc.) rivaliza com o grupo IMPRESA no entusiasmo cavaquista. Às vezes a forma é mais rústica e menos ética mas o empresário Paulo Fernandes que apoia Cavaco, se for o da Cofina, não é tão civilizado e culto como Pinto Balsemão. A Direita teme que o futuro da Media Capital possa escapar-lhe, ligando-se a um grande grupo internacional – Prisa – dono do ‘El País’ e, recentemente, com participação importante no ‘Le Monde’. O pluralismo não faz parte do seu código genético, desabituada do contraditório, facilmente irascível e pouco conformada com a alternância democrática ou com a partilha do poder. Diz temer pelo futuro da língua portuguesa, como se a TVI passasse a emitir em castelhano ou a Direita fosse exemplar na defesa dos interesses nacionais e a guardiã da pureza do idioma. A Direita dos interesses facilmente se une mas, sem ideologia, fica refém de uma personalidade a quem fabrica uma auréola de salvad

CDS

O Conselho Nacional do CDS reuniu no último fim de semana em Coimbra (centrismo geográfico) tendo declarado um apoio dividido à candidatura presidencial de Cavaco – o antigo líder do PSD que o reduziu a quatro deputados –, que valeu ao CDS o apodo de partido do táxi, veículo suficiente para todo o grupo parlamentar. O CDS está, uma vez mais, em risco de extinção, com um presidente capaz da mesma atitude que no passado tomaram Freitas do Amaral e Lucas Pires. Ribeiro e Castro é um conservador, convertido à democracia e ao europeísmo, longe do populismo, demagogia e cepticismo europeu de Manuel Monteiro e Paulo Portas. António Pires de Lima foi a voz da oposição ao líder, condenando o «apoio cego» do CDS, «um clube de bairro, com muito poucos adeptos» na expressão de outro deputado – João Rebelo. Depois do apagamento nas autárquicas e da capitulação nas presidenciais, resta ao partido do Largo do Caldas tornar-se um satélite do PSD, com eventual transferência de autarcas eleitos às caval