João Miguel Tavares (JMT) e a sanha da direita tesa

O nome em epígrafe pouco dirá aos leitores, salvo a quem lê o Público, onde o escriba tem lugar cativo na última página pela quota da direita que faz fronteira com o partido fascista. É conhecido, se disser que é o orador medíocre e reacionário que o PR alugou para as comemorações de um 10 de Junho itinerante entre Portugal e Cabo Verde.

O plumitivo, na sequência de toda a direita jurássica, que não confundo com a fascista, continua a cruzada contra Sócrates, ainda não julgado, e contra quem for seu amigo.

A vítima escolhida por este avençado demagogo é agora a deputada Edite Estrela, cujo crime, segundo o delator, é ser amiga de José Sócrates. A presunção de inocência não é motivo que apoquente consciências oriundas do madraçal de Cavaco e Passos Coelho, e a amizade de pessoas de esquerda é algo que tem de passar pelo crivo exigente dos que, não tendo idade para terem sido salazaristas, sentem a nostalgia do PàF.

A eventual indigitação de Edite Estrela para presidente da AR será uma afronta, não por ter sido uma excelente autarca em Sintra, o terceiro maior concelho do País, não por ser uma mulher culta e se exprimir em bom português, não por ter sido uma boa deputada e eurodeputada, mas por ser amiga de José Sócrates.

Não vale a pena explicar à ralé da ética e da decência que o facto de o PR ser amigo de Ricardo Salgado, amizade que o seu sentido ético e afetivo reivindica, não o diminui na honra e dignidade, como a Edite Estrela a não belisca a amizade de Sócrates, ainda que os Tribunais o venham a condenar.

O que não diz JMT, o que esconde o dissimulado zelador da ética, é o incómodo que lhe causa Edite Estrela, com currículo político e cívico, por ser mulher, culta e, sobretudo, apoiante de António Costa quando os adversários internos percorriam os diversos canais televisivos a denegri-lo por aceitar o apoio parlamentar do PCP, BE e PEV.

Falta a JMT, guardião da ética e da honestidade, cujo convite do PR para orador do 10 de Junho mediatizou, por ser um erro de casting, a qualidade cívica, moral e intelectual de Edite Estrela.

Edite Estrela tem, na minha opinião, mérito para qualquer cargo que o PS lhe reserve, mas é preciso ser democrata para aceitar que os lugares de presidente e vice-presidentes da AR dependem cumulativamente dos partidos proponentes e da vontade dos deputados que os elegem por voto secreto.

Felizmente, não são os adversários que escolhem os titulares dos cargos que resultaram das eleições legislativas. E, muito menos, um protofascista.

Ponte Europa / Sorumbático


Comentários

F. Rodrigues disse…
Este escriba protofascista saiu do anonimato por se ter especializado no ofício da calúnia contra José Sócrates. Talvez por isso, Marcelo o tenha escolhido para presidir à comissão das comemorações do 10 de Junho, naquilo que considero ter sido uma verdadeira afronta do PR à cidadania democrática e progressista deste País; e foi para mim uma triste surpresa verificar que os protestos de indignação, perante esta afronta do PR, tenham sido quase inaudíveis.
ah propaganda em blogs uma cousa que já ninguém lê como jornais
SCarvalho disse…
"guardião da ética e da honestidade"?
Aí falhou, caro Carlos Esperança.
É que se há coisas que o ......, indivíduo (chamemos-lhe assim, para não lhe chamar animal) não tem são precisamente ética e honestidade. Creio mesmo que são palavras que não devem ser do conhecimento dele.
Não passa de um fascistazito que vive à conta do Sócrates.
Mas há mais como ele.
Carlos Diniz disse…
O escriba volta a acenar com o espantalho do fascismo, o partido fascista até à náusea, esquecendo que não é esse o entendimento do Tribunal Constitucional, o único Tribunal português cujas decisões são definitivas e inapeláveis.
Para que conste, acho o CHEGA um partido repugnante, como repugnantes são os partidos que se acolheram sob um grupo parlamentar europeu comandado por um bufo da Stasi.
Mas isso não pareceu assombrar o seráfico sono do Carlos Esperança.

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