Rússia / Ucrânia – “Devem ouvir-se igualmente ambas as partes” – (Demóstones, in Oração da Coroa, 330 a.c.)

É tão condenável defender Putin como esconder factos que ajudem a compreender o seu crime.

Putin perturbou a paz e tornou-se um temível e execrável ditador, mas não podem tornar-se exaltados defensores da Nato todos os que se lhe opõem, ou negar que muitos dos seus opositores têm o mesmo horror à democracia e igual desprezo pelos direitos humanos.

Há muito que o maniqueísmo não assumia tais proporções, que uma guerra não toldava tanto a tolerância e a racionalidade de quem se pautava pela urbanidade.

Em Portugal, perdeu-se o sentido cívico da convivência, urbanidade e tolerância, sob a emoção de quem só conhece o branco, onde se reúnem todas as cores, e o preto, que é a ausência de todas elas.

Sinto a ameaça à Suécia e à Finlândia como mais uma prepotência de Putin. Hoje, estou sem ambiguidades ao lado dos que lutam na Ucrânia contra os invasores, e dos que, em Moscovo, se manifestam contra a agressão, mas continuo a defender o diálogo, e não o confronto, aqui, no Ponte Europa, e nos corredores da diplomacia internacional.

Saibamos conviver com as diferenças, sem as transformar em divergências, nem trair os afetos que nos ligam aos que divergem.

Deem uma oportunidade à Paz.

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